HU-UFJF possui índice de mortes pela doença menor que a média nacional em UTIs públicas

28/08/2020

Uma equipe de saúde devidamente qualificada e com atendimento de qualidade. Essa é a justificativa, conforme o superintendente do Hospital Universitário (HU) da UFJF, dr Dimas Araújo de Carvalho para o menor índice de mortalidade por Covid-19 em relação à média nacional em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) públicas. Enquanto no HU a taxa é de 35%, a nacional está em 50%. Segundo Dimas, o hospital recebeu R$ 8,2 milhões que foram investidos em obras de readequação, equipamentos, EPIs e insumos e serviços. Desde o início da pandemia, o hospital recebeu ainda doações de aventais realizadas pelo SINTUFEJUF e FASUBRA,  de EPIs e Insumos, através de campanha realizada pelo HU, campanha de arrecadação financeira da Fadepe entre outras ações. Porém, para Dimas, não adiantaria ter equipamento se não tivesse equipe. “O ponto fundamental é o trabalho dos enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, toda equipe de saúde preparada para atender os pacientes” explica. De acordo com o superintendente, desta forma, este montante também foi direcionado para a capacitação e contratação.

Mais de 80 equipes foram treinadas para atendimento a pacientes com Covid-19. O hospital contou também com a inauguração do Laboratório de Habilidade Realística e a criação do Centro de Operações de Emergências (COE) que conta com a representação do SINTUFEJUF e SINDSEP, além de profissionais do HU. Também foram reativados o Núcleo de Telessaúde e Telemedicina em Saúde.

Para Dimas, o resultado é o reconhecimento ao trabalho e a importância do Sistema Único de Saúde. “Apesar de todos os desafios que a gente enfrenta, a gente consegue nesse momento grave dar uma resposta com qualidade que é salvar a vida dos pacientes. Todos os hospitais públicos são fundamentais ao enfrentamento a pandemia” afirma.

A coordenadora do Sintufejuf e técnico-administrativa do Hospital Universitário, Isabel Cristina Nascimento concorda. Para ela, o que contribuiu para este resultado foi “o treinamento oferecido a todos os trabalhadores e trabalhadoras da unidade hospitalar, tanto aqueles que estão atuando na linha de frente de combate à Covid-19 e todos trabalhadores foram envolvidos nessa construção de uma equipe que  trabalha dentro do hospital,, além do controle e uso consciente dos  Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), dentro da técnica adequada. Não adianta ter equipamento se não souber usar” opina. Para ela, isso representa para os trabalhadores um pouco mais de segurança e tranquilidade. Entretanto, Isabel alerta que embora sintam-se mais seguros, não significa permissão para relaxar. “Eu posso fazer direito, mas se o outro não fizer, estou desprotegida do mesmo jeito. Continuamos na linha de frente, com os riscos” esclarece.

A coordenadora destaca ainda que, apesar da taxa de mortalidade no HU estar menor que a média nacional, o índice de transmissão do coranavírus em Juiz de Fora não é baixo. Na última quinta-feira, 27, a Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) registrou mais 83 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no município, contabilizando 4.692 confirmados. Além disso, 148 novas suspeitas foram registradas, contabilizando 16.738. O total de óbitos confirmados, até o momento, chega a 157, segundo dados da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora divulgados ontem. De acordo com nota técnica produzida pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, composto por pesquisadores da UFJF, entre os dias 15 e 22 de agosto o município apresentou o maior número de vidas perdidas para a doença. Além do aumento na letalidade por Covid-19, o número de internações também vem aumentando.

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