Histórico

Em 2008, o Sintufejuf comemora 45 anos de conquistas, benefícios oferecidos e lutas pelos direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados da universidade, considerando o período em que era uma Associação.
Fundada no dia 09 de fevereiro de 1963, a A.S.U.F.J.F. (Associação dos Servidores da UFJF) tinha como objetivo inicial congregar os servidores da Universidade. Segundo Ricardo Bonfante, um dos idealizadores e vice-presidente do primeiro mandato da Associação, a iniciativa surgiu após a visita de um funcionário da UFMG, Bertholdo Klinger da Silva, à UFJF, na época em que a Universidade havia acabado de ser instalada. Bertholdo, que acabou sendo o primeiro presidente da Associação, ofereceu um curso sobre os mecanismos de funcionamento e necessidades de uma Instituição de Ensino Superior. “Os funcionários da universidade estavam cheios de expectativas na época de sua fundação. Era uma benção, havia caído do céu. O mercado de trabalho aqui naquela época era restrito, havia poucas oportunidades de trabalho. A criação da Universidade foi um campo que se abriu. Hoje você vê, além da quantidade de aposentados, a quantidade de funcionários que têm na ativa. Foi realmente um achado”, diz Bonfante. “Resolvemos fazer uma entidade para congregar os funcionários”, acrescenta.
O segundo presidente foi Hamleto Mazócoli. Eleito para o triênio de 1964/66, sua administração foi marcante. Mazócoli criou várias vantagens para os funcionários, como auxilio funeral, programa de reembolso de medicamentos, carteira de empréstimo rápido e exames de laboratório. “Achei de absurda importância existir um órgão que representasse os servidores. Para qualquer reivindicação que fosse feita, havia a Associação ali” diz Mazócoli.

José Ventura

No mandato de José Ventura (1968/70), também fundador da Associação, foi implantado o atendimento dentário. Segundo ele, havia sempre filas para as consultas. Em sua gestão, em parceria com o Departamento Pessoal da Universidade, foram oferecidos cursos de capacitação, melhoria, redação, relações públicas, literatura, entre outros. De acordo com Ventura, naquela época, o reitor da Universidade, Gilson Salomão, disponibilizou para a A.S.U.F.J.F. um terreno, onde hoje funciona a Sede Campestre, que pertencia à UFJF. No local eram realizadas as confraternizações, como no Dia dos Funcionários. “Procurávamos unir todos da melhor maneira” afirma Ventura.

HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO

Aloysio Goreske

O primeiro projeto da Associação foi a implantação da Sede Campestre com o apoio dos próprios funcionários. Ricardo Bonfante conta que um deles foi o Sr Pigoso que, na época, tinha uma loja que vendia produtos de limpeza e material escolar e ajudou a arrecadar dinheiro para a Associação. “Ele trabalhava muito lá na sede. Plantava couve, legumes e vendia. O lucro era da própria A.S.U.F.J.F.” diz Bonfante.
Para ele, a Associação dos Servidores teve um salto de qualidade na gestão do Aloysio Goreske. “O Aloysio é um cara talentoso. Com sua capacidade administrativa, ele viu a possibilidade da Associação ter um rendimento maior do que a arrecadação que fazia” conta Ricardo Bonfante. Goreske tomou posse para o triênio de 1974/76 e foi reeleito para as gestões 1976/78 e 1978/80. O que mais caracterizou essa época foi o acréscimo do parágrafo 6º do artigo 1º do Estatuto da Associação, que consistia em prestar serviços aos associados e a outras associações de fins análogos e a entidades públicas ou privadas, mediante prévio ajuste de contraprestação. Desta forma, a A.S.U.F.J.F. passou a participar da prestação de serviços nas unidades da Universidade. Para Goreske era necessário descobrir novas fontes de recursos para manter e expandir a assistência e os benefícios oferecidos aos associados e dependentes. “Conseguimos isenção do imposto sob serviço pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora”, diz Goreske. Segundo ele, todos os recursos obtidos estavam voltados para os próprios associados. “Conseguimos melhorar o atendimento dos beneficiados, através da ampliação dos serviços odontológicos, radiológicos e laboratoriais. Também fazíamos excursões, confraternizações sociais, esportivas, culturais e carteira de empréstimos oferecida com juros bem abaixo do mercado. Conseqüentemente compramos um conjunto de salas na Rua Halfeld”, afirma.
Antônio Cedrola

Em 1980/84, foi a vez de Antônio Cedrola. Segundo o presidente da época, o que mais se desenvolvia era a assistência. “A gente tentava oferecer ao associado coisas que o governo não oferecia, mas não através de manifestações, porque na época era proibido”, conta Cedrola. “Tentamos também fazer atividades esportivas, culturais, mas só o que se desenvolvia era a assistência. E muita gente agradecia a Associação pelo que ela fazia”, diz. Em seu mandato também foram promovidas excursões a pontos turísticos e confraternizações. “Queríamos congregar o funcionário, mas sem qualquer conotação política” acrescenta o ex-presidente. Cedrola conta que sua direção conseguiu que a Universidade tivesse um plano de carreira, através de um quadro que possibilitava a promoção, o que antes não acontecia. “Isso em vista de hoje não era nada, mas para nós naquela época era muito, porque você ficava estagnado em um cargo, sem perspectiva de ser promovido”, completa.

Greve

De acordo com Antônio Cedrola, como a greve era proibida, durante seu mandato, a Associação nunca participou ativamente. “A ultima manifestação que eu me lembro, veio uma delegação da Fasubra e pressionou, mas eu não aceitei. Só aceitava se houvesse um abaixo assinado dos sócios, como previa o estatuto na época. Se tivesse a maioria dos sócios, eu convocaria assembléia. Como não houve, a greve ocorreu a revelia da Associação”, diz Cedrola. “Foi uma das greves mais longas que tivemos. Como eu decidi pelo estatuto, não participei de nenhuma greve. A Associação continuou a funcionar normalmente. Não havia engajamento da Associação nas reivindicações”, acrescenta.
Segundo Ricardo Bonfante, com a Ditadura, a Associação não se envolvia em questões políticas. “A Ditadura foi uma época que na Universidade era complicado para os funcionários. O regime era severo e particularmente, a grande maioria não se envolvia em política nem nada”, afirma Bonfante. Somente após a transformação em sindicato que surgiu o cunho político.

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