No marco dos 30 anos do Plano Real, uma figura se destaca em Juiz de Fora: Paulo Alceu Rezende, trabalhador técnico-administrativo em educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e apaixonado colecionador de moedas. Com 13 anos de serviço na universidade e atualmente lotado no Instituto de Ciências Exatas (ICE), Paulo compartilha sua trajetória e a paixão pelo colecionismo de moedas, oferecendo um olhar único sobre a história econômica do Brasil.
Desde criança, Paulo foi introduzido ao mundo das moedas, herdando algumas de seus pais. Aos doze anos, começou a transformar esse interesse em um verdadeiro hobby, sem inicialmente entender o que significava colecionar. Com o tempo, conheceu outros colecionadores em Juiz de Fora e começou a investir em formas adequadas de armazenamento, como pastas e Coin Holders, consolidando sua coleção.
Entre as peças que mais chamam a atenção na coleção de Paulo, segundo ele, estão moedas comemorativas lançadas em ocasiões especiais e edições limitadas que marcam momentos históricos. Uma das mais notáveis é a moeda de um real lançada em 1998 para celebrar os 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Além disso, Paulo destaca a maior cédula do mundo em sua coleção. “É uma que eu sempre mostro e as pessoas ficam assim, ‘ah meu Deus’. É a maior cédula do mundo. Ela é interessante, né? Não é um item tão raro, a gente encontra, mas acho que o fato de ser curiosa… Ela é do Império Russo. Então, tem que ter uma carteira muito grande para guardar.”, explica. O colecionador destaca ainda as notas chinesas. “Eu gosto muito de mostrar às vezes os metais, moedas de prata, e o patacão. Às vezes, uma moeda assim tem um contexto histórico interessante”, conta.
Neste sentido, para Paulo, o colecionismo de moedas, especialmente nos 30 anos do Plano Real, oferece uma perspectiva rica sobre a evolução econômica e histórica do Brasil. Para Paulo Alceu é uma paixão que combina aprendizado, preservação da história e criação de laços sociais. Através de encontros e trocas, o entusiasta mantém viva a história das moedas e cédulas, celebrando o passado e o presente do Brasil.
Para Paulo, o colecionismo vai além da mera acumulação de moedas. É uma desculpa para fazer amigos, trocar informações e aprender sobre a história. Encontros de colecionadores, tanto em Juiz de Fora quanto em eventos nacionais, são oportunidades valiosas para criar laços e expandir conhecimentos. “Principalmente com o advento da internet, tudo ficou mais fácil. Antes, dependíamos de lojas físicas como a Casa do Colecionador, que era referência. Hoje, compramos material de armazenamento e itens diretamente pela internet, em redes sociais, Mercado Livre e OLX. Isso facilitou o acesso a pessoas que têm itens guardados em casa e não sabem o valor de colecionismo que possuem”, explica Paulo.
Embora algumas pessoas vejam o colecionismo como um investimento financeiro, Paulo enfatiza que, para ele, é um hobby com um profundo contexto histórico. “Quem quer investir dinheiro deve comprar ouro. Colecionar é sobre o aprendizado da história do Brasil e do mundo”, comenta. A raridade dos itens, como moedas e cédulas de circulação limitada, é o que define seu valor no mercado de colecionismo. Ele valoriza cada peça de sua coleção, compartilhando histórias e curiosidades com amigos e visitantes. “O mais importante é curtir a coleção, celebrar cada nova aquisição e socializar através do hobby.”
Um aspecto fundamental do colecionismo é a conservação das moedas. Paulo enfatiza a importância de evitar o contato físico direto com as moedas, utilizando Coin Holders, que são plásticos acetato ideais para preservar tanto moedas quanto papel-moeda. “Muitas vezes encontramos moedas guardadas em latas de achocolatado, o que causa ferrugem. A forma correta de manusear e apresentar a coleção agrega valor às peças”, diz Paulo.
Para quem deseja iniciar no mundo do colecionismo, Paulo Alceu oferece algumas dicas valiosas como começar pequeno, adquirindo moedas comuns e de baixo custo para ir se familiarizando com o hobby. Estudar e pesquisar, uma vez que o conhecimento é fundamental. Portanto, é importante ler livros, participar de fóruns e conversar com outros colecionadores. O TAE também se dispõe a avaliar peças de interessados, sem compromisso, cédulas, moedas, videogames antigos, entre outros, oferecendo sua experiência e conhecimento para ajudar outros entusiastas. Para isso, basta enviar uma foto para o WhatsApp (32) 98846-4207.
Paulo conta que a internet revolucionou o colecionismo, facilitando a compra, venda e troca de informações. Ele menciona que a Sociedade Numismática Brasileira organiza encontros nacionais e regionais, permitindo que colecionadores de todo o país se reúnam. “Temos grupos de WhatsApp onde podemos vender e comprar itens, criando uma rede de contatos em várias cidades”. Paulo participa ativamente desses grupos, além de apoiar na organização de eventos através da criação de banners e materiais digitais.
Refletindo sobre os 30 anos do Plano Real, Paulo destaca a estabilidade econômica que ele trouxe. Antes do Real, o Brasil enfrentava uma hiperinflação que resultava em constantes mudanças de moeda. “Tivemos várias moedas, como réis, cruzeiros, cruzados e outros. Essa variedade e a raridade de algumas cédulas e moedas tornam certos itens valiosos para colecionadores.”
Para ele, uma curiosidade sobre as cédulas do Real é a figura de Marianne, um símbolo da liberdade inspirado na Revolução Francesa, presente em várias moedas brasileiras. Paulo também menciona a mudança de figuras históricas para animais nas cédulas do Real, refletindo uma tendência mundial de afastar-se de retratos de líderes políticos.
Segundo Paulo, as primeiras cédulas do Real, que estão saindo de circulação, tendem a se tornar raras. Ele observa que a produção de moedas comemorativas, como as das Olimpíadas, gerou um aumento no interesse pelo colecionismo. No entanto, a tiragem dessas moedas influenciou seu valor: “Moedas com desenhos das Olimpíadas são comuns, mas algumas, como a moeda de um real dos direitos humanos, têm um valor maior.”
Nos dias 30 e 31 de agosto, acontecerá o 3º Encontro Nacional de Multicolecionadores, das 08h às 18h, no Victory Business Hotel (Av. Itamar Franco, 1850, São Mateus). O evento é uma excelente oportunidade para colecionadores de diversas áreas trocarem experiências, adquirirem novas peças e se conectarem com outros apaixonados pelo hobby.
Confira a entrevista com Paulo Alceu:
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