TAEs prorrogam mandato da diretoria executiva do SINTUFEJUF até julho

15/01/2021

Trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF e IF Sudeste MG (campus Juiz de Fora e reitoria), reunidos em assembleia na tarde de ontem, 14, aprovaram a prorrogação do mandato da diretoria executiva do SINTUFEJUF por mais 4 meses, até 04 de julho. A decisão leva em consideração os dados da Covid-19 em Juiz de Fora e Governador Valadares e a incerteza em relação ao início da vacinação. Além disso, as atividades presenciais na UFJF permanecem suspensas até 23 de março, porém com possibilidade de alteração do retorno ouvindo o Comitê de Monitoramento e Orientações de Conduta sobre o Coronavírus. Deste modo, o prazo da prorrogação do mandato poderá ainda ser revisto para mais ou para menos, conforme mudança no cenário da pandemia nos dois municípios.

A categoria apresentou duas propostas de ampliação, de 4 e de 6 meses, vencendo a primeira opção. Não houveram votos contrários ou abstenções. A direção do SINTUFEJUF havia sugerido o prazo de 3 meses, porém retirou a proposta após o debate da categoria, apoiando a prorrogação por 4 meses.

O mandato que se encerraria em setembro de 2020 já havia sido prorrogado pela categoria até março de 2021, em assembleia realizada em julho. Na época, o coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, mencionou a possibilidade de realização de uma nova assembleia caso a situação local diante da pandemia fosse normalizada e as atividades presenciais retomadas. Entretanto, com a proximidade do final da prorrogação e com o cenário epidemiológico inalterado, a diretoria entendeu a necessidade de consultar a categoria para estender novamente o prazo. Segundo Flávio, o objetivo é poder organizar as eleições com segurança nos mesmos moldes em que estão habituados, com cédulas de papel, campanhas e debates. “Não sabemos como será o ritmo de vacinação nem quando a gente poderá considerar que a sociedade estará imunizada. Embora os trabalhadores da educação sejam considerados conforme a legislação municipal e as normativas federais como prioritários, suponho que deverá ser uma luta nossa, que se reconheça que os TAEs são trabalhadores da educação e inclusive que a gente possa defender também a vacinação daqueles que não forem considerados pertencentes ao grupo de risco, mas que já tenham por ventura se aposentado. A gente não tem como precisar isso ainda. Como a decisão pode ser revista a qualquer momento, pode ser monitorada, a gente propõe que não seja uma prorrogação tão longa como da última vez”, afirma.

O técnico-administrativo Paulo Dimas de Castro compreende que os 3 meses sugeridos pela diretoria não são suficientes uma vez que existe ainda o prazo regimental para organizar as eleições e definir o calendário. “As vidas são mais importantes que a eleição do sindicato. Precisamos ter cuidado para fazer uma eleição tranquila, com todos os trabalhadores envolvidos, sejam ativos ou aposentados, uma participação geral”, opina.

Para a técnico-administrativa do IF Sudeste MG e representante dos TAEs do instituto no Sintufejuf, Janicrélia da Fonseca, 4 meses também são insuficientes. Deste modo, ela propôs a prorrogação de 6 meses. Após o debate, a categoria votou através de formulário virtual disponibilizado na assembleia. A prorrogação de 4 meses venceu com 80% dos votos, contra 20% para a proposta de 6 meses.

A coordenadora geral Maria Angela Costa prestou sua solidariedade a todas as companheiras e companheiros que passaram por perdas devido à pandemia, e reforçou que a cidade está retornando para a onda vermelha (mais restritiva) do programa “Minas Consciente”. “A situação está piorando e a gente não vislumbra solução”, lamenta. Ela reforçou que a categoria tem o hábito de fazer campanha eleitoral, no corpo a corpo, dialogando com as trabalhadoras e trabalhadores, e por isso, não pode ser cogitado realizar eleição virtual. Delegada na última Plenária Nacional da Fasubra, realizada em dezembro, Maria Angela relatou que a Plenária teve o mesmo entendimento em relação a inviabilidade de realizar o principal congresso da Federação, onde é eleita a gestão do novo triênio.

Mandato da Direção Nacional da Fasubra também foi prorrogado

Conforme destacado pela coordenadora geral do SINTUFEJUF e coordenadora de Raça e Etnia da Fasubra, Maria Angela Costa, em dezembro, a Plenária Nacional da Fasubra deliberou pelo adiamento do XXIV Congresso Nacional da Federação (Confasubra) e a prorrogação do mandato da Direção Nacional e do Conselho Fiscal por um ano. Entretanto, as delegadas e delegados aprovaram que em junho, a decisão seja reavaliada conforme o andamento da pandemia da COVID-19 e do processo de imunização da população.

A plenária contou com a participação de 39 entidades, total de 146 delegadas e delegados credenciadas/os, entre os quais 63 mulheres e 83 homens. De acordo com Maria Angela, adiar o congresso foi a decisão mais acertada, uma vez que neste momento, é fundamental evitar aglomerações devido à alta nas internações por Covid-19. Ela ressalta que a maioria da categoria está na faixa etária acima dos 60 anos, além disso, muitos possuem doenças pré-existentes como diabetes, pressão alta, e nem sempre sabem. Desta forma, seria um grande risco realizar o Confasubra e promover aglomeração. “Nós somos de uma base da educação que temos trabalhadores da área da saúde nos hospitais universitários. Vemos que eles estão sendo muito prejudicados e sacrificados com a Covid. Assim, quanto mais aglomeração, maior a contaminação, e quanto mais pessoas doentes, esses trabalhadores também correm risco. A gente tem que dar o exemplo, e a plenária da Fasubra deu o exemplo” afirma.

Deste modo, o mandato da atual direção nacional, que encerraria em junho, será prorrogado por mais um ano, e o Congresso que seria realizado em maio, fica adiado para 2022. Entretanto, essa data poderá ser antecipada, caso haja mudança no cenário nacional da pandemia. Embora cerca de 50 países já tenham iniciado o processo de imunização contra a Covid-19, e o Instituto Butantan tenha comprovado a eficácia da vacina Coronavac, o Ministério da Saúde ainda não oficializou uma data concreta para iniciar a imunização. O Ministro Eduardo Pazuello chegou a questionar a pressão popular pela vacina “Por que essa ansiedade, essa pressa toda?” e, debochando dos mais de 200 mil mortos pela pandemia afirmou que a vacinação iniciaria no Brasil “no dia D e na hora H”. Nesta quinta-feira, 14, Eduardo Pazuello divulgou a um grupo de mais de 100 prefeitos que o início da vacinação em todo o território nacional será em 20 de janeiro, a partir das 10h com a vacina indiana Oxford. Entretanto, até o momento a Índia não se comprometeu com uma data para entregar as vacinas ao Brasil. Assim, o início da imunização permanece indefinido. “Infelizmente com o desgoverno que a gente tem, não tem nada garantido. O tempo todo o presidente prega o negacionismo. A gente já viu que não está tendo interesse em providenciar as vacinas e insumos, confunde as pessoas chamando a Covid-19 de gripezinha, promovendo aglomeração. Por conta disso a gente vive a instabilidade e incerteza de começar a vacinação, e por isso a gente colocou esse prazo para ver se consegue que tenha a vacinação, com uma margem de tempo para ver se é seguro realizar o Confasubra, com a certeza de que não terá risco”, explica Maria Angela.

Assim, segundo a coordenadora, em junho será avaliado se todos já foram vacinados, se o vírus não está circulando e não tem risco de morte, para poder promover aglomeração sem colocar em risco a vida das pessoas. “A coisa certa a ser feita é essa, suspender tudo o que provoca aglomeração”, conclui.

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