TAEs do ICE e Centro de Ciências participam de projetos que já produziram milhares de litros de sabonete e barras de sabão para população vulnerável

09/07/2020

Já foram produzidos e doados no ICE 4380 litros de sabonete líquido para diversas instituições, organizações e população em situação de vulnerabilidade. Foto: divulgação do projeto

Técnico-Administrativos em Educação (TAEs), professores e bolsistas já produziram 4380 litros de sabonete líquido e 2790 barras de sabão através de um projeto do Instituto de Ciências Exatas (ICE) e 1500 barras de sabão pelo Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Este material está sendo doado para diversas instituições, organizações e população em situação de vulnerabilidade nesse momento de pandemia da Covid-19.

Para a produção dos materiais, o ICE está fazendo uma arrecadação de óleo de cozinha usado, óleo de soja virgem e garrafas PET, que podem ser deixados no ICE, ao lado da escada do Reuni, próxima à sala 401 ou na recepção do Centro de Ciências. Os materiais produzidos estão sendo direcionados a catadores e catadoras de materiais recicláveis, população em situação de rua, escolas, penitenciárias, UAPs, a própria Prefeitura de Juiz de Fora, instituições religiosas, e diversos outros projetos. Além das doações da comunidade, alguns outros insumos necessários para produção do sabão estão sendo disponibilizados pela universidade, como a soda cáustica.

O técnico-administrativo Humberto Costa Garcia, que trabalha nos laboratórios de química no ICE fala que a importância desse projeto consiste em ajudar quem mais precisa neste período de pandemia em Juiz de Fora. “Existem muitas famílias em condições de vulnerabilidade e verifico esse fato claramente, nas quantidades de produtos de higiene que produzimos e seu elevado fluxo de saída, quase que diário. Acho que a UFJF, vem mostrando claramente o tamanho e a importância da Instituição por meio de seus servidores em diferentes Institutos em ajudar os mais necessitados”, conta Humberto. Apesar de reconhecer o trabalho empenhado por si e seus colegas, ele explica ainda ter um sentimento ambíguo. “Sei que não estamos atendendo a todos, e mais ainda, não só com produtos de higiene uma pessoa sobrevive. Por isso, quando saio de mais um dia de produção dos produtos de higiene, não consigo chegar em casa com a sensação de dever cumprido, sei que falta algo mais”, conclui.

Denise Cristina Leocadio, técnica-administrativa do laboratório do Centro de Ciências, explica que todo sabão produzido, em torno de 400 unidades semanais, é destinada a doação  a pessoas em condições de vulnerabilidade social, abrigos, ONG, associações, entre outros. “Penso que tal projeto é importante para a cidade pois, em tempos de pandemia, as desigualdades sociais se agravam e quem está em situação de vulnerabilidade muitas vezes não tem a opção de se cuidar e se proteger. Não ter como custear o sabão é uma realidade para muitas pessoas”, conta. “Eu enquanto técnica de laboratório  do Centro de Ciências me emociono em poder fazer parte dessa ação. É gratificante saber que o meu trabalho pode auxiliar essas pessoas num momento tão delicado, e esse sentimento é observado em toda a equipe que une esforços nesse sentido”.

Denise ainda ressalta que o projeto evita que todo esse óleo seja descartado indevidamente. De acordo com a TAE, uma rede solidária vai se formando, pois “além do óleo usado, arrecadamos itens para cesta básica que também são destinadas a associações. Qualquer doação, seja óleo usado ou demais itens pode ser entregue diretamente na recepção no Centro de Ciências”.

Os projetos são distintos, mas surgiram em parceria. A professora e chefe do departamento de Química Denise Lowinsohn disse que a motivação para realizar o projeto surgiu ainda no início da quarentena, quando ficou sabendo de uma iniciativa de montagem kits de higiene para doação. “Essa iniciativa me chamou a atenção, então sugeri ao Departamento de Química realizarmos a produção do sabão em barra e sabonete líquido. Estamos desde o dia 15 de abril produzindo ambos”, conta. De acordo com Denise, que coordena o projeto, os membros da equipe, que conta com a participação de TAEs, professores e bolsistas, trabalham 3 vezes por semana, com média de 10 pessoas por dia, na parte da manhã.

Na mesma época em que o projeto surgia no Departamento de Química, o professor Eloi Teixeira Cesar, diretor do Centro de Ciências, também pensava em produzir sabão em barra para doação. “Estamos trabalhando em colaboração, é um trabalho em parceria”, explica Eloi, “precisamos contribuir para a população ter um material barato para higienização”. No Centro de Ciências, o projeto também conta com uma equipe de revezamento que inclui TAEs, professores e bolsistas.

Estar em contato direto com a população em situação de vulnerabilidade escancara a desigualdade e traz um sentimento de impotência, mas isso não diminui o ritmo do trabalho. “Recebemos bastante elogios quanto a qualidade dos nossos produtos. Isso só nos mostra que estamos no caminho certo”, fala a professora Denise, que diz ter a cada dia mais demandas para atender. O professor Eloi também ressalta a importância dos resultados alcançados. “A universidade tem contribuído mais uma vez de forma positiva para a população vulnerável e para a sociedade como um todo”, defende.

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