TAEs da UFJF trabalham no diagnóstico da Covid-19 em Juiz de Fora e outras 52 cidades de Minas Gerais

03/08/2020

Equipe de realização de testes de diagnóstico da Covid-19 da Faculdade de Farmácia.

O projeto de realização do teste molecular (RT-PCR) para diagnóstico da Covid-19 teve início em março, ainda no começo da pandemia, e envolve técnicos-administrativos em educação (TAEs) e professores, em sua maior parte, da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), mas também das Faculdades de Enfermagem e Medicina. Trata-se de uma parceria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com a prefeitura de Juiz de Fora e com o estado de Minas Gerais, que até o momento, resultou em mais de 4000 exames realizados no município e mais 52 cidades do sudeste do estado.

São dois laboratórios distintos, com equipes diferentes, que estão fazendo os exames de Covid-19 na UFJF, um na Faculdade de Farmácia e outro no ICB. O projeto, entretanto, é único: a UFJF prestando serviço para município e para o estado, o que demanda muita colaboração na troca de informações e na padronização de questões técnicas e operacionais. Lorena Rodrigues Riani, técnica-administrativa do Centro de Pesquisas Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia, conta que a mobilização ocorreu já no início da pandemia: “professores se organizaram para preparar o laboratório de Biologia Molecular para a realização dos testes de diagnóstico da Covid-19. Assim que essa mobilização começou, pude contribuir nessa preparação e, em seguida, nos testes”. Atualmente, a TAE dá suporte técnico a todo o processo do laboratório, desde a montagem de kits de coleta até a realização dos testes. “Também contribuo na extração de RNA viral das amostras recebidas”, complementa Lorena.

UFJF a serviço de Juiz de Fora e Minas Gerais

A parceria com a prefeitura de Juiz de Fora se deu a partir da assinatura de um acordo de cooperação, no qual a UFJF colocou à disposição seus laboratórios e sua infraestrutura, além de fazer investimentos necessários para a execução do exame molecular (RT-PCR) para o diagnóstico da Covid-19 para todo o município. A realização dos testes começou no dia 17 de abril.

De acordo com o professor Marcelo Silva Silvério, diretor da Faculdade de Farmácia, a prefeitura de Juiz de Fora é responsável pelo processo de coleta e entrega das amostras. “É bom destacar que a universidade também está apoiando o processo de coleta, através de uma equipe da Faculdade de Enfermagem que está em campo apoiando a prefeitura na realização da coleta do material para execução dos exames em nossos laboratórios”, complementa. 

O professor também conta que o projeto atende especialmente o sistema público de saúde, o que inclui toda a rede hospitalar, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o SAMU. Além disso, atende uma gama muito grande dos profissionais que estão atuando diretamente no enfrentamento da pandemia, nos setores de segurança pública ou na prestação de serviços básicos, como o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) e a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama). “Qualquer pessoa que se utilize do sistema público de saúde ou que seja internada em alguma unidade de urgência e emergência pública, ou em algum hospital que tenha leito SUS poderá ter seu material coletado para que a gente faça a análise nos nossos laboratórios”, explica Marcelo.

A partir do dia 22 de junho, os laboratórios passaram a fazer parte da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), instituto vinculado à secretaria de estado de saúde de Minas Gerais e agora também trabalham em parceria com o estado na execução dos exames. Com isso, os laboratórios não somente atendem Juiz de Fora, mas também outros 52 municípios da região sudeste de Minas Gerais vinculados à Gerência Regional de Saúde de Leopoldina e à Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora.

Equipe de realização de testes de diagnóstico da Covid-19 do ICB.

Servidoras e servidores públicos na linha de frente do combate à pandemia

Patricia Elkiki dos Santos, TAE do laboratório do Imunocet do ICB conta que começou a trabalhar em maio, após fazer um treinamento no mês anterior. “Eu geralmente trabalho no turno da tarde, realizando a montagem das placas de RT-PCR. Acredito que a cidade ganhou muito com o projeto, na possibilidade de testar mais pessoas e principalmente em tempo de liberação dos resultados”, explica. Antes do início da operação dos laboratórios, todas as amostras eram enviadas para Belo Horizonte e demoravam de 7 a 10 dias para que os resultados pudessem chegar em Juiz de Fora. Desde o início de atividades, os laboratórios da universidade entregam resultados de 24 a 48 horas, em sua maioria.

De acordo com o professor Marcelo, a UFJF é a única instituição que pode realizar os exames para o município. Inicialmente, a UFJF pactuou com a prefeitura a realização 100 exames por dia, mas já chegou a fazer o dobro a partir de um acordo de ampliação, ficando a capacidade média em 120 exames por dia. A meta é atender o que sistema público de saúde precisar, enquanto a pandemia durar: “Nós vamos manter os laboratórios funcionando enquanto a pandemia durar, logicamente contando com os investimentos que a universidade tem feito, que a prefeitura possa vir a fazer e que o estado também tem feito na compra de insumos para a execução das análises”, conclui.

A professora Vanessa Cordeiro Dias, coordenadora geral do laboratório do ICB, reforça a importância do projeto no diagnóstico rápido e gratuito da Covid-19 em moradores de Juiz de fora e macrorregião. “Além disso, fornece dados de vigilância epidemiológica sobre essa infecção, auxiliando as autoridades nas tomadas de decisão sobre isolamento e distanciamento social, relaxamento de medidas preventivas, dentre outras”, explica. A técnica-administrativa Lorena conclui: “nós realizamos testes de pacientes de várias unidades de saúde e sem dúvida isso é essencial para o monitoramento e controle da pandemia na cidade. Sou farmacêutica e mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFJF e, apesar de estar sendo um momento de grandes desafios e preocupações, o sentimento é de gratidão, por poder retribuir todo o ensinamento que tive na universidade e também contribuir de alguma forma em um projeto tão importante para a nossa cidade”.

Equipe de realização de testes de diagnóstico da Covid-19 da Faculdade de Farmácia.

Notícias mais lidas