TAEs da UFJF-GV já produziram mil e quatrocentos litros de álcool em gel para as comunidades locais

11/09/2020

A última produção beneficiou cinco entidades da cidade. (Foto: projeto ACJC/reprodução)

O campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em Governador Valadares realizou no último mês mais uma doação de álcool em gel para instituições da cidade através do projeto de extensão “Ação Cidadania, Juventude e Comunidade” (ACJC). Foi a terceira remessa de álcool em gel disponibilizada pela UFJF-GV no combate contra a pandemia, tendo a primeira acontecido em maio, quando foram destinados 650 litros à comunidade indígena Krenak, e a segunda em junho, com a mesma quantidade destinada à comunidade Maxakali.

Desta vez, cerca de 100 litros do material foi produzido e destinado a entidades dedicadas a reduzir a exposição de jovens a situações de violência e criminalidade no bairro Turmalina, onde atua o projeto de extensão. São elas as igrejas católica e presbiteriana, o Instituto Nosso Lar e duas associações de catadores de resíduos sólidos e materiais recicláveis, Associação dos Catadores de Resíduos Sólidos Reciclando Hoje Por Um Futuro Melhor (Ascarf) e Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Natureza Viva (Ascanavi). De acordo com a Técnica-Administrativa em Educação (TAE) Vanessa Gonçalves Medeiros, do Departamento de Farmácia, o projeto é de extrema importância. “Toda a produção foi destinada aos menos favorecidos economicamente ou com pouco acesso à informação. Além do mais, cabe considerar que os números de casos confirmados de Covid-19 só aumentam na cidade”, explica. 

UFJF a serviço de Governador Valadares

No campus de Governador Valadares, a equipe de produção de álcool em gel conta com 14 integrantes, cinco professores e cinco TAEs, sendo todas e todos servidores do Instituto de Ciências da Vida (ICV). Também fazem parte da equipe dois alunos de graduação do curso de Farmácia e um aluno da pós-graduação, além de um servidor do IF Sudeste MG. Nesta última produção, que se deu em menor escala, participaram três TAEs e o professor Angelo Denadai, diretor do ICV.

O diretor conta que a expectativa é de continuar a produção de álcool em gel. “Trabalhamos por demanda. Se surgir uma oportunidade, faremos nova produção”, explica. “Todas as produções foram feitas com recursos de doação. Na primeira, o recurso foi disponibilizado pelo Instituto Shirley Djukurnã Krenak, enquanto que na segunda produção, as doações foram feitas por professores do ICSA. A demanda mais recente foi apresentada pelo professor Bráulio Magalhães, do Departamento de Direito, que também ajudou a captar os recursos para aquisição”. Angelo conclui reforçando a importância desta ação na viabilização de medidas de proteção da saúde da população valadarense neste momento de pandemia.

Em entrevista para a UFJF, a presidente da Ascanavi, Raquel Silva, disse que a doação veio em boa hora, uma vez que o álcool que os catadores compraram usando os próprios recursos estava chegando ao fim e eles tiveram uma considerável queda na receita por conta da pandemia. “É caro! E a gente não está fazendo para pagar nem as contas da associação”, lamentou Raquel. Segundo ela, o álcool recebido vai durar muito tempo, o que alivia o orçamento, visto que a entidade precisaria adquirir mais quantidade do produto.

Equipe da remessa mais recente contou com um professor e três TAEs. (Foto: projeto ACJC/reprodução)

Desafios não desanimam TAEs da luta

O trabalho na produção do álcool em gel era organizado diariamente, de acordo com o número de pessoas disponíveis naquele turno ou período. Assim, uma parte da equipe ficava responsável pela produção e outra responsável pelo envase. A rotina de cada TAE era organizada de acordo com a necessidade, sendo alguns alocados na produção do álcool em gel em si ou no suporte da produção, pesando as matérias primas e produzindo água purificada, enquanto outros auxiliavam no envase, que consistia desde a lavagem dos frascos para engarrafar até a rotulagem e armazenamento em caixas.

Vanessa diz que o sentimento que fica é o de dever cumpido. “Eu sinto que estou exercendo meu papel de servidora e que a universidade nesses momentos cumpre com seu papel na sociedade”, defende a TAE. “Temos uma universidade com servidores extremamente capacitados, sabemos que podemos fazer a diferença na vida daqueles que vivem nessa cidade, especialmente daqueles que mais precisam”, finaliza.

Ana Maria dos Santos Medeiros, outra TAE do Departamento de Farmácia, diz também ser um momento de aprendizado. “O projeto é muito importante para a cidade, beneficiou muitas pessoas. E neste momento tão difícil que estamos vivendo, ter a oportunidade de contribuir de alguma forma, traz um sentimento de propósito, de que estamos contribuindo um pouco para ajudar a minimizar essa doença”, conta. De acordo com a TAE, foi a primeira vez que a unidade produziu álcool em gel nesse volume.

O TAE Bolivar Ralisson Amaro, também da Farmácia, ressalta a importância da produção de álcool para a cidade. “Nós sabemos que o álcool é um dos métodos de prevenção, tanto para a questão da propagação, como também de prevenir a própria pessoa de se contaminar. Existem alguns grupos de pessoas e algumas instituições que não tem muita condição de comprar o álcool em gel em grandes quantidades, então a importância dessa produção é mostrar que a universidade está ali, não só para ensinar e formar profissionais, mas também para auxiliar a sociedade naquilo que se é necessário”, diz Bolivar.  O TAE também diz ter sentimento de gratidão em fazer parte da equipe. “Essa luta não é só de um ou de outro, mas de todos”, conclui.

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