A partir do dia 10 de novembro, os técnico-administrativos em educação (TAEs) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), estarão em greve por tempo indeterminado. Esta foi a decisão da categoria em assembleia geral realizada na tarde de ontem, 6, em Governador Valadares, e na manhã de hoje, 7, em Juiz de Fora. O motivo da greve é a defesa dos serviços públicos, das universidades públicas e da carreira, contra a retirada de direitos da classe trabalhadora, pela revogação da reforma trabalhista e contra a reforma da previdência.
A deflagração da greve nesta data foi aprovada na Plenária Nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), realizada nos dias 21 e 22 de outubro, no Rio de Janeiro. Na ocasião ficou definido, além da deflagração da greve (após consulta às bases em assembleias), a construção e participação em atividades convocadas pelas centrais sindicais no dia 10 de novembro.
Durante a assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições de Federais de Ensino (Sintufejuf) surgiram duas propostas. A primeira foi a realização de paralisações semanais de 48h, e a segunda, que obteve maioria absoluta dos votos, foi a adesão da categoria à greve a partir do dia 10 de novembro, por tempo indeterminado.De acordo com a coordenadora geral do Sintufejuf, Maria Angela Ferreira Costa, a greve neste momento é necessária, pois além das medidas já aprovadas pelo governo Temer, outros projetos que ameaçam o serviço público estão na pauta do Congresso. Além disso, historicamente é comum a aprovação de medidas impopulares no mês de dezembro, visto que nesse período há maior dificuldade de mobilização. Exemplo disso, Maria Angela lembra, é a aprovação da entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) à administração dos hospitais universitários (HUs). A medida provisória MP520, que instituiu a implementação da empresa nos hospitais universitários, foi assinada em 31 de dezembro de 2010. Segundo ela, a Reforma da Previdência pode ser colocada em votação ainda este ano. “Diante de tanta ameaça, não podemos ficar aguardando as medidas de retirada de direito que podem ser aprovadas este ano. Se esperarmos 2018 não vai sobrar mais nada. Temos que mostrar nossa reação, sem deixar o governo acabar com nossos direitos e aprofundar ainda mais a exploração da classe trabalhadora”, afirma.
O coordenador geral do Sintufejuf, Flávio Sereno, destaca que graças às manifestações do primeiro semestre, as votações sobre a Reforma da Previdência (Projeto de Emenda Constitucional PEC287/2016), foram adiadas. “A mobilização impede a agenda no Congresso e atrasa projetos que caracterizam a destruição do serviço público”, explica. Flávio propõe convidar outras categorias para mobilizar junto com os TAEs. Segundo ele, o Sintufejuf está em diálogo constante com a Associação dos Professores do Ensino Superior (APES) e Diretório Central dos e das Estudantes (DCE), construindo durante as reuniões do Fórum Sindical e Popular, atividades conjuntas dos três segmentos da UFJF e de outras entidades.
No dia em que se iniciará a greve, na próxima sexta (10), acontecem manifestações em todo o país, além das paralisações de outras categorias, incluindo docentes da UFJF. A data foi escolhida por ser a véspera da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17). A revogação desta lei está entre as pautas das manifestações e da greve dos TAEs.
Em Juiz de Fora será realizada uma assembleia a partir das 13h30 no Restaurante Universitário (Centro). Na sequência, os técnico-administrativos irão se unir às atividades organizadas junto ao Fórum Sindical e Popular. Às 15h acontece uma concentração no Calçadão da Halfeld, em frente ao Banco do Brasil, e às 17h, acontece um ato em frente à Câmara Municipal, no Parque Halfeld. Já em Governador Valadares, ficou estabelecido que no dia 08 de novembro, às 13h30 haverá reunião na sala 402 do Pitágoras, para discutir as pautas locais motivadoras da greve, e no dia 10, às 09h, na sala 403 do Pitágoras, haverá uma assembleia para instalação do Comando de Greve e discussão das questões particulares de cada setor.
Outros encaminhamentos da assembleia foram a instauração de um Comando Local de Mobilização, a manutenção de assembleias permanentes durante a greve e a apresentação de uma moção de apoio à greve dos TAEs na reunião do Conselho Superior (Consu), na tarde de hoje, 07 de novembro. No dia 31 de outubro, o Consu já havia aprovado uma moção de apoio às manifestações do dia 10, a pedido do Sintufejuf, Apes e DCE.
EIXOS DA GREVE:
Defesa da carreira dos TAES!
Negociação salarial já! Nenhum direito a menos!
Contra o aumento da contribuição previdenciária! Não a reforma da previdência!
Revogação do PDV!
Em defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade!
Em defesa dos serviços públicos!
Contra o PL 116 – demissão por avaliação negativa (fim da estabilidade)
Em defesa dos hospitais universitários.
Cumprimento do termo
CAMPANHAS GERAIS:
Participar da campanha pela revogação da reforma trabalhista
Campanha contra a retirada do título de patrono da educação de Paulo
Freire.
Contra reforma da reforma da previdência
Fora temer!
CAMPANHAS ESPECÍFICAS:
– Desmonte da carreira
– Fim da estabilidade, demissão por avaliação negativa Pdv
– Implicações da reforma trabalhista – terceirização nas universidades.
– Em defesa da jornada de 30 horas (jornada contínua com turnos ininterruptos);
– Em defesa dos hospitais universitários!
– Revogação da Ebserh e em defesa Dos empregos dos trabalhadores ebserianos.
– Contra a retirada de qualquer direito adquirido pela categoria.
– Reposicionamento dos aposentados, 30 horas, 26%… Paridade entre ativos e aposentados.
– Contra qualquer perseguição e demissões a qualquer ativista da base da Fasubra! Reintegração dos demitidos já!
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