TAES da UFJF e IF Sudeste MG paralisaram as atividades em adesão à greve internacional das mulheres, em 8 de março

10/03/2023

No dia em que celebra as lutas feministas, 08 de março, as trabalhadoras técnico-administrativas em educação da UFJF (Juiz de Fora e Governador Valadares) e IF Sudeste MG (campus Juiz de Fora e reitoria) aderiram à greve internacional de mulheres. Na data, o SINTUFEJUF juntamente com mais de 50 organizações da cidade, realizaram uma marcha e um festival cultural com o tema “Pela vida das mulheres, em defesa da democracia, dos direitos e contra a fome! Sem anistia!”. As atividades tiveram início às 17h, no Parque Halfeld e a marcha seguiu pelas ruas centrais de Juiz de Fora retornando ao ponto de concentração inicial.  A paralisação foi aprovada por unanimidade em assembleia geral da categoria realizada no dia 27 de fevereiro.

De acordo com a coordenadora de Educação e Formação Sindical, Elaine de Bem, a greve trata da importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos. “Não há evolução na conquista de direitos sem consciência de classe das mulheres. É uma data de luta por direitos iguais, libertação de padrões opressores baseados em exploração e violência de gênero”, esclarece. 

Segundo Elaine, somente através da luta, resistência, reivindicações e manifestações é possível afetar a sociedade e alterar as relações desiguais do capitalismo e sistema patriarcal que nos explora e resulta em perdas de vidas femininas e direitos. “Essa luta não é só das mulheres, é de toda sociedade. É uma agenda mundial”, explica.

Ainda conforme a coordenadora, no ambiente institucional da UFJF e do IF Sudeste MG não é diferente. “Precisamos reivindicar nossos direitos, e lutar pela qualidade de vida no trabalho, de forma que este não nos adoeça por suas relações de gênero. De forma que não sejamos assediadas, exploradas, abusadas, desrespeitadas única e exclusivamente por sermos mulher” afirma. Assim, é necessário lutar por uma instituição de fato democrática, inclusiva, antirracista, transparente que realmente apoie e respeite o movimento que acontece não apenas no Brasil, mas em diversos países. “A questão do assédio, por exemplo, é urgente. É papel da universidade, sua comunidade e seus movimentos sindicais promover discussão sobre o tema.  Além do combate ao assédio no campus, desenvolver ações de prevenção, e um atendimento realmente acolhedor e digno às vítimas, para que estas se sintam seguras e não tenhamos tanta subnotificação de denúncias”, opina Elaine. 


Deste modo, o ato realizado em 8 de março uniu enormes forças, que a partir da construção coletiva possibilitou a discussão e a luta conjunta  de mais de 50 organizações do município. “Diversas mulheres pararam seu dia, sua rotina de trabalho ou da casa, para juntas mostrarem nossa luta. Tivemos uma marcha que já é tradicional em Juiz de Fora, desde 2017, mesmo ano em que se deu a primeira Greve Internacional de mulheres na UFJF, para nossa categoria. Tivemos também um momento de festa e celebração de várias artistas da cidade. Foi realmente um momento muito lindo e significativo”, conta.

Em relação ao ponto eletrônico, ferramenta imposta aos servidores públicos com o intuito de cercear as lutas trabalhistas, o SINTUFEJUF orienta as trabalhadoras que aderiram a greve a fazer o ajuste solicitando o abono das respectivas horas, justificando como atividade sindical. Desde a aprovação da greve em assembleia geral, os reitores da UFJF e IF Sudeste MG foram comunicados da decisão por ofício. Segundo Elaine, a greve é uma atividade sindical, e o abono consta na resolução da flexibilização da jornada de trabalho. Deste modo, qualquer problema deverá ser comunicado ao SINTUFEJUF pelo telefone 3215-7979 ou e-mail comunicacao@sintufejuf.org.br.

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