TAEs da UFJF e IF Sudeste MG elegem delegadas e delegados para Plenária Nacional da Fasubra e aprovam paralisação em 16 de março

24/02/2022

Na noite da última terça-feira, 22, as trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF e IF Sudeste MG elegeram as delegadas e delegados para a Plenária Nacional da Fasubra. Realizada nos dias 4 e 5 de março, a Plenária terá como pauta: Informes da Direção Nacional; Análise de conjuntura internacional e nacional; Indicativo de greve do Serviço Público Federal; XXIV CONFASUBRA; Prorrogação do mandato da Direção Nacional e do Conselho Fiscal; Encaminhamentos.

A votação contou com duas candidaturas, a chapa 1 (Tribo) obteve 10 votos, e a chapa 2 (Avante) 25 votos. Desta forma, conforme a proporcionalidade, a Tribo, com direito a uma cadeira, indicou a aposentada Rosangela Márcia Frizzeiro, a Avante, com duas representações, indicou a coordenadora de Educação e Formação Sindical Elaine Bem e o Coordenador Geral, Flávio Sereno. Pela direção do SINTUFEJUF, a categoria referendou o indicado Luiz Tegedor, Coordenador de Finanças. Governador Valadares e IF Sudeste MG não indicaram representantes.

A assembleia foi dirigida pela coordenadora geral, Maria Angela Costa. Antes da votação, membros das chapas defenderam as candidaturas. O técnico-administrativo Paulo Dimas de Castro representou a Tribo. Ele lembrou que este é um ano atípico, com eleição presidencial e consequentemente com artifícios do governo para tentar ganhar popularidade. “Nós estamos entrando em greve e hoje e ontem todo mundo acompanhou os blefes na imprensa, nos quais o atual presidente insinua dar um abono ou auxilio emergencial de R$400 linear para todos trabalhadores”, afirma. Para ele, esta é uma tentativa de dividir e desmobilizar a categoria.

Segundo Paulo, a Plenária da Fasubra tem como objetivo reunir os coletivos em busca de soluções para a categoria. “Estamos há anos sem database, a gente não sabe o que é reajuste há muitos anos. Eles querem acabar com a categoria do serviço público no Brasil”, lamenta. Deste modo, ele entende a necessidade de brigar e defender as universidades, com unidade, independente de bandeiras e de coletivos.

O coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, falou em nome da frente Avante. Para ele, a discussão principal é a mobilização para a construção da greve do serviço público. Ele ressalta que embora os servidores estejam há 5 anos com o salário congelado, o governo sinalizou dar reajuste apenas para um segmento. O coordenador destaca ainda a dificuldade de construir a unidade com os demais setores do serviço público na construção do calendário de mobilização e greve. “A Plenária vem no momento chave porque a greve que iniciaria dia 9 foi reajustada para 23 de março. Apenas a Fasubra estava preparada para iniciar a greve agora, as demais categorias não”, explica.  Para ele, a Plenária é um momento muito importante para qualificar o debate. Além da pauta salarial, Flávio alerta para outros pontos de ataque ao serviço público e às universidades que não devem ser esquecidos, como a PEC 32 que a qualquer momento ainda pode ser votada, a transferência de aposentadorias para o INSS, ponto eletrônico nas instituições de ensino, eleições de reitores, entre outros. “A gente tem que debater a greve sem perder de vistas esses outros temas importantes”, alerta.

Com o objetivo de formar um consenso a ser defendido na Plenária, após a votação, a categoria discutiu sobre a possibilidade de adiamento do Confasubra e de prorrogação do mandato da direção nacional da federação. 

Na ocasião, a coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa, explicou que o Confasubra é o principal congresso da federação, quando é realizado o debate de conjuntura e são discutidas pautas importantíssimas das trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação de todo o país, além dos rumos da política. Ela lembra que as assembleias para retirada de delegados para esse evento são as mais representativas do SINTUFEJUF. “É um momento muito rico e muito bom, politicamente falando. Envolve muita gente”, explica. É durante o Confasubra que é eleita a nova direção da Fasubra e conselho fiscal.

Ao final das explanações, o único acordo das falas foi que o congresso não ocorra em maio, como previsto no atual calendário, uma vez que a categoria está construindo uma greve, o que prejudicaria a organização do evento. Deste modo, a assembleia encaminhou que cada delegado defenda o próprio posicionamento. 

Mobilizações

A assembleia discutiu ainda as mobilizações de 08 de março (Dia Internacional de luta da mulher) e o Dia Nacional de Mobilizações, paralisações e manifestações, em 16 de março. De acordo com Maria Angela, a luta das mulheres é fundamental no enfrentamento ao atual governo genocida e negacionista.

Segundo a coordenadora de Organização e Política Sindical, Natália Paganini, as atividades do 8 de março ainda estão sendo discutidas com o  Fórum de coletivos e mulheres feministas de Juiz de Fora (8M). Devido ao contexto de pandemia e a dificuldade de mobilização nacional, o fórum optou por fechar a manifestação em torno do Fora Bolsonaro. Desta forma, ficou definido o mote “Pela vida das mulheres! Bolsonaro Nunca Mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem Fome!”. Entre as atividades, apenas duas já estão definidas: o ato unificado com outros sindicatos e movimentos no dia 08 de março, com concentração na Praça da Estação e passeata com destino ao Parque Halfeld. E no dia 10 de março, às 19h, será realizado um café unificado das mulheres do bairro Dom Bosco. Conforme Natália, a orientação é que todos os protocolos de biossegurança sejam cumpridos, como uso de máscara, álcool gel e organização dos manifestantes em fileiras, tudo pensando na segurança maior do ato. “É um chamado muito importante para que nós mulheres estejamos nas ruas dizendo para esse governo a que viemos”, afirma.

A coordenadora de Educação e Formação Sindical, Elaine Bem, acredita que a data não pode passar batido. Ela orienta as mulheres presentes na assembleia a convidarem outras pessoas para participarem da mobilização, uma vez que a pauta feminina é muito importante. “Se não fizermos a greve, que a mobilização seja nossa voz e essa voz seja ecoada por muitas de nós”, conclui.

Em relação ao 16 de março, Dia Nacional de Mobilizações, paralisações e manifestações, o coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno alertou para a possibilidade da data ser reajustada, uma vez que o calendário de lutas das servidoras e servidores públicos sofreu alterações em reunião com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE). Segundo ele, a Fasubra tem cobrado definição do Fórum, que tem apresentado dificuldades em formar unidade com entidades de outras categorias do serviço público. O indicativo de greve que estava previsto para 09 de março, teria sido adiado para o dia 23. “A Plenária Nacional da Fasubra em dezembro já tinha sinalizado a construção da greve. A Fasubra, mesmo com dificuldade, tinha condições de estar em greve hoje, mas adaptou o calendário para entrar junto com FONASEFE”, lamenta Flávio. Isto porque, a federação entende que construir a greve sozinha não tem a mesma força que a greve unificada com todos os setores do serviço público federal.

Apesar das ponderações, a categoria seguiu o calendário da Fasubra e aprovou por aclamação e unanimidade, a paralisação em 16 de março e as atividades junto ao 8M no Dia Internacional Luta das Mulheres.

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