TAEs da UFJF e IF SUDESTE MG aprovam Greve Internacional das Mulheres em 08 de março

02/03/2023

Trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF (campus de Juiz de Fora e Governador Valadares) e IF Sudeste MG (campus de Juiz de Fora e reitoria), em assembleia geral realizada de forma híbrida (presencial e remoto) na última segunda-feira, 27, aprovaram por unanimidade a adesão das trabalhadoras da categoria à Greve Internacional das Mulheres em 08 de março. Com o mote “Pela vida das mulheres, em defesa da democracia, dos direitos e contra a fome! Sem anistia!”, na data acontece uma marcha pelas ruas de Juiz de Fora, com concentração às 17h no Parque Halfeld.

Para a coordenadora geral em exercício Elaine de Bem, a luta das mulheres é antiga e pertence a toda a sociedade. Segundo ela, embora ao longo da história tiveram muitos avanços e conquistas, muitos direitos existem apenas no papel, e as mulheres não conseguem vivenciá-los. A sociedade é marcada por uma cultura machista patriarcal, que por ser de longa data, o machismo já foi naturalizado. Deste modo, a aprovação da Greve Internacional das Mulheres é uma oportunidade de dar voz a todas as questões que ainda são invisibilizadas, como feminicídio, abusos, opressão, diversas formas de assédio, falta de acesso à saúde e educação. “É uma data revolucionária, para que nós mulheres sejamos ouvidas pela sociedade e pelo governo, em busca de qualidade de vida”, afirma. 

Primeira mulher negra eleita coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa afirma que a luta das mulheres vale a pena. Segundo ela, a minoria das mulheres ocupam espaços de poder, o que dificulta a luta por melhores condições de vida do público feminino. Conforme a coordenadora, a conquista pelo direito ao voto feminino é recente, data de 24 de fevereiro de 1932. Ainda assim, cada vez mais mulheres estão se organizando e participando de movimentos sociais e políticos, conciliando uma agenda apertada dividida entre as tarefas domésticas, o cuidado com a família e o mercado de trabalho. É muito difícil estarmos aqui hoje porque antes de vir temos que fazer tanta coisa. Nós mulheres insistimos em estar participando e ainda somos cobradas quando atrasamos. Mulheres não atrasam, falta tempo na agenda”, explica. 

De acordo com Maria Angela é fundamental a adesão também das trabalhadoras da saúde. São setores que contam em sua maioria com mulheres, e que durante a pandemia, atuaram na linha de frente contra a Covid-19, não podendo se afastar do serviço. Portanto, é imprescindível sua participação em peso na greve. 

Segundo a coordenadora do SINTUFEJUF, Luana Lombardi, as mulheres sofrem um processo de misoginia constante, inclusive com os colegas de trabalho. Portanto, é necessário agir coletivamente. A greve deve abarcar o maior número de companheiras nos setores, e seus postos de trabalho não devem ser substituídos por outras mãos. O objetivo é mostrar a importância do trabalho feminino. Luana lembra ainda que as mulheres acumulam funções além do mercado de trabalho. “Somos mães, cuidadoras, papéis que nos impõe e não são reconhecidos”, lamenta. 

As trabalhadoras técnico-administrativas do Sintufejuf foram as pioneiras na greve de 08 de março. O objetivo é que a adesão seja somente de mulheres. Aqueles que quiserem contribuir com a causa deverão realizar em seu setor de trabalho, apenas as tarefas que lhe competem, deixando o trabalho das mulheres descoberto para que sua ausência tenha impacto social e econômico. Em casa, poderão assumir integralmente as atividades domésticas, como a limpeza, a alimentação, o cuidado com as crianças, pessoas idosas e doentes. Outra forma de contribuir é divulgar as atividades programadas para o mês de Luta das mulheres e conversar com companheiros e companheiras sobre a importância da igualdade de gênero, apoiar politicamente a greve e criar espaços de discussão em seus setores de trabalho para que mais pessoas entendam e agreguem ao movimento.

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