As trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF (Juiz de Fora e Governador Valadares) e IF Sudeste MG (campus Juiz de Fora e reitoria) aprovaram, sem nenhum voto contrário e apenas duas abstenções, a adesão à Jornada de Lutas em Estado de Greve (14 a 25 de fevereiro) das servidoras e servidores públicos e a construção da greve unificada a partir de 9 de março. A decisão segue orientação da FASUBRA e o calendário aprovado pelo FONASEFE (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), que prevê ainda ações unificadas dos fóruns estaduais e atos nos estados. O objetivo é pressionar o Governo pela abertura de negociações e dialogar com a população sobre a importância dos serviços públicos e da reivindicação das trabalhadoras e trabalhadores.
Neste sentido, a coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa aponta a necessidade de esclarecer o que é o Estado de Greve. Segundo ela, a construção de uma greve não é tarefa fácil, requer reuniões com os setores, diálogo com a categoria e com a população, construção de atos com visibilidade, e unidade com outros segmentos.
Vale ressaltar que o Estado de Greve pressupõe a continuidade das atividades laborais, sendo diferente do indicativo de greve e da deflagração da greve em si. Trata-se de uma situação que tem o intuito de alertar os governantes sobre a possibilidade de deflagração da greve, instrumento legal e legítimo de luta e reivindicações. Desta forma, é o momento de debate e mobilização, com ações mais cotidianas que necessitam de ampla participação.
De acordo com os coordenadores de Organização e Política Sindical do SINTUFEJUF, Natália Paganini e Paulo Vitor Cota, entre as atividades de mobilização propostas pela direção do sindicato estão a instalação de tendas na Sede Campestre, reitoria e HU, com o objetivo de dialogar com a categoria, distribuindo materiais com orientações sobre o que é o Estado de Greve e a importância da luta e construção da greve unificada. Além disso, serão confeccionadas faixas, materiais audiovisuais, carrossel para as redes sociais, entre outros, e a articulação com o Fórum das Entidades dos Servidores Públicos Federais de Juiz de Fora e Região (Fosefe).
Segundo o coordenador de finanças do SINTUFEJUF, Luiz Tegedor, nos últimos anos as servidoras e servidores públicos federais sofreram grandes perdas financeiras, com salários congelados há 5 anos, tiveram seu poder de compra reduzido. Deste modo, o coordenador defende a construção de um movimento forte e representativo.
Conforme o coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, o eixo principal do Estado de Greve é o reajuste salarial, uma vez que, além do congelamento do salário da categoria desde 2017, o orçamento aprovado para 2022 prevê R$ 1,7 bi de reajuste apenas para Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional, ignorando assim as trabalhadoras e trabalhadores da saúde, educação, tecnologia, entre outros.
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