TAEs da UFJF constroem proposta de acordo de greve sanitária para apresentar à reitoria

20/09/2021

Trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF, reunidos em assembleia geral na noite do dia 16, deliberaram pela construção de um acordo de greve a ser apresentado para a administração superior da universidade. Desde o dia 15 de julho, a categoria deflagrou a greve sanitária que tinha como pauta a não realização do primeiro Semestre Suplementar e da tramitação da minuta do Ensino Híbrido, até o cumprimento da janela de imunização de todas(as) as(os) trabalhadoras(es), ou seja, período necessário após a segunda dose para que o organismo desenvolva os anticorpos em uma quantidade suficiente para combater o vírus. Também consta na pauta da greve a testagem regular e a garantia de fornecimento de EPIs para todas(os) que estão em trabalho presencial e/ou semipresencial na instituição. Durante a assembleia, o Comando Local de Greve Sanitária relatou sobre o diálogo com a reitoria acerca da pauta da greve.
O primeiro ponto de pauta não foi atendido e o semestre suplementar ocorreu mesmo sem a imunização completa e que todos os pré-requisitos aprovados pelo Conselho Superior fossem cumpridos. Também não foram atendidos o retorno do transporte centro/Campus, a testagem da categoria e o fornecimento de EPI’s.
Com o avanço da vacinação dos profissionais da educação que já receberam a imunização completa contra a Covid-19, e tendo em vista o retorno das aulas presenciais a partir do semestre suplementar e do ensino híbrido em Juiz de Fora e Governador Valadares, a categoria deliberou que somente retornarão às atividades presenciais se a reitoria se comprometer em atender suas solicitações, que incluem o retorno do ônibus centro/campus; a testagem regular dos trabalhadores (item que faz parte da pauta da greve e que não foi atendido); a adequação dos espaços de trabalho com garantia do distanciamento recomendado e da ventilação apropriada; que a instituição considere os casos das/os trabalhadoras/es que possuem filhos em idade escolar, uma vez que a rede municipal de ensino está adotando o sistema híbrido e voluntário, o que vai manter crianças em casa em alguns dias da semana, além dos casos das mulheres grávidas ou de pessoas que por algum motivo não puderam receber as duas doses da vacina, ou ainda que cuidam de familiares doentes.
O acordo inclui ainda a organização do trabalho presencial conforme a necessidade, mantendo o que for possível em trabalho remoto neste período de ampliação das atividades presenciais. Incluindo possibilidade de revezamentos e jornadas reduzidas sem o religamento do sistema de ponto eletrônico, além da segurança no campus e demais unidades de Juiz de Fora e Governador Valadares (confira o ofício encaminhado pelo SINTUFEJUF com todas as reivindicações).
A preocupação da categoria surge uma vez que no primeiro semestre suplementar, iniciado em julho, a UFJF não comprovou o cumprimento dos protocolos aprovados pelo Conselho Superior. Em julho, SINTUFEJUF e a APES encaminharam um ofício à direção das unidades acadêmicas envolvidas no semestre suplementar requerendo informações sobre o cumprimento de tais pré-requisitos, mas não obtiveram respostas. Posteriormente a este pedido de informações, o SINTUFEJUF protocolou um requerimento no Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão da UFJF (e-SIC) para que os questionamentos fossem respondidos. Como na primeira resposta, diversos pontos não tiveram retorno, o sindicato entrou com recurso em primeira e depois em segunda instância.
Em relação ao fornecimento de EPI ‘s, a técnico-administrativa do João XXIII, Irene Souza explicou a diferença dos tipos de máscaras. Segundo ela, as que oferecem maior proteção são a N95 e PFF2 pois possuem capacidade de filtro de até 95%. Já a máscara cirúrgica, embora tenha uma boa filtragem, podendo chegar a 80%, ela não se adapta tanto ao rosto, deixando espaços sem vedação. Além disso, enquanto a N95 e PFF2 tem maior durabilidade, podendo inclusive ser reutilizada, respeitando um intervalo de tempo, a máscara cirúrgica é descartável, necessitando ser trocada a cada 3 horas e produzindo maior acúmulo de lixo. Deste modo, a categoria compreendeu a necessidade de reivindicar pelo melhor custo-benefício as máscaras N95 e PFF2.
Após a resposta da reitoria sobre a proposta de acordo, uma nova assembleia será convocada para deliberação acerca greve sanitária.

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