SINTUFEJUF participa de ato a favor da Democracia

11/01/2023

No dia primeiro de janeiro, um pernambucano de Caetés, já com cabelos brancos, uma clara evidência de seus 77 anos, caminhou por 36 metros a rampa do planalto nacional. Cada passo da subida era visto por milhões de brasileiros, e, a cada passo, ele via se aproximar de si a catadora Aline Sousa; o defensor da natureza, Cacique Raoni; o metalúrgico, Weslley Rocha; o professor, Murilo de Quadros Jesus; a cozinheira, Jucimara Fausto dos Santos; o influenciador digital anticapitalista, Ivan Baron; o artesão, Flávio Pereira e o menino de dez anos, Francisco. Os oito que simbolizaram 208 milhões. 

A caminhada, que não durou mais do que alguns minutos, estava sendo esperada por mais de quatro anos por alguns daqueles que ocupavam a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Para cada um, cada passo trazia um pouco da mesma esperança que foi, no dia 30 de outubro, depositada democraticamente nas urnas. Ao finalizar sua caminhada, Lula, finalmente, recebeu das mãos do povo, o direito e o dever de ser presidente da República do Brasil e presidir para todos, tenham sido eles seus eleitores ou não.  

Maria Angela, coordenadora do SINTUFEJUF, foi uma das milhares de pessoas que estiveram presentes no dia primeiro de janeiro para acompanhar os primeiros passos do novo presidente do Brasil. E na última segunda-feira, 9, mesmo debaixo de chuva, ela foi uma entre os milhões que foram às ruas pelo país afora para defender a Democracia e o governo democraticamente eleito, em resposta aos atos golpistas ocorridos no Distrito Federal, no domingo, 8. 

“A importância da Democracia Popular é mostrar que o povo voltou. Que o povo está na rua. Que povo quer Democracia. Que queremos lutar pelos nossos direitos, para acabar com a fome, a desigualdade, a violência em todos os níveis. É para lutarmos pela educação, pela saúde, porque as pessoas não morreram só de Covid-19, como eu que perdi meu irmão por causa dessa doença, morreram por todas outras patologias que não tiveram como ser atendidas nos hospitais. Nós temos que lutar por tudo isso. A movimentação e a visibilidade que acontece quando vamos para um ato é muito importante para fortalecer o atual governo e a frente ampla, porque não é um governo totalmente de esquerda: é de centro esquerda, direita, de todas as pessoas que se juntaram para acabar com a barbárie, com o fascismo. Acabar com os crimes que estão sendo e foram cometidos. É muito importante essa manifestação para ver se a gente constrói dias melhores para todos, principalmente, os povos negros, indígenas e pobres”, defende a coordenadora. 

A “Manifestação Pela Democracia, Sem Anistia e Contra a Fome!” ocorreu na última segunda, em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora. A concentração teve início às 17h e, em seguida, ocupou o plenário da Câmara, durante reunião ordinária. Em meio aos gritos antifascistas, proferidos principalmente durante a fala do vereador Sargento Mello Casal (PTB), que tentou equiparar os atos terroristas com a ocupação de terras realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), viam-se, a todo momento, cartazes com dizeres “respeito ao voto popular” e “sem anistia”. A coordenadora suplente do SINTUFEJUF, Luana Lombardi, destaca a importância da manifestação popular dentro do Palácio Barbosa Lima. 

“A população estava presente nessa plenária para manifestar que não vai aceitar atos terroristas contra a Democracia brasileira. Nós não aceitamos, o voto tem que ser respeitado e a população manifestou sua vontade no voto. E agora quem tem que ocupar as ruas são as pessoas que mostraram seu ato democrático nas urnas, as pessoas que perderam seus entes queridos na pandemia por negligência do governo, as pessoas que perderam seus direitos durante o governo Temer e do governo Bolsonaro. São essas pessoas que estão sendo prejudicadas que tem ocupar as ruas, e não uma minoria de pessoas que se enriqueceram com a pobreza e com a morte de milhares, de milhões. Essas pessoas que tem que ocupar as ruas hoje, trabalhadores, pessoas de família, que sustentam sua casa com honestidade. São essas pessoas que precisam estar na rua”, ressalta Luana.

O deputado estadual Betão (PT), que esteve presente durante a concentração junto da vereadora Laiz Perrut (PT), aponta que os financiadores e participantes dos atos golpistas de domingo devem ser presos. “Nós não aceitamos esses atos antidemocráticos golpistas desses fascistas, que precisam ser condenados, que precisam ser presos, que seus financiadores precisam ter suas contas bloqueadas. Essa grande presença, mesmo debaixo dessa chuva, é a demonstração de que as pessoas estão indignadas com o que aconteceu”. 
Após a ocupação na plenária, parte do grupo de manifestantes seguiu até a Rua Batista de Oliveira, enquanto outra parte se dispersou. A coordenadora de atividades culturais do Sindicato, Elaine Damasceno, que esteve presente desde o início da concentração do ato, sintetiza: “a Democracia é muito importante para todos. E fortalecer sempre a Democracia é essencial. Mesmo sob chuva estivemos aqui, presentes, para defender nosso direito de ter esperança e de lutarmos para construir um país mais democrático, que lute para defender seus pobres e necessitados. Precisamos lembrar que quem passou a faixa para Lula não foram oito pessoas, mas os 208 milhões de brasileiros que, sendo contra ou a favor do novo governo, ainda acreditam no Brasil”.

Confira as fotos da manifestação.

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