Na última quinta-feira, 13 de março, o SINTUFEJUF marcou presença no debate sobre a implementação de cotas para pessoas trans nos cursos de graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento, promovido pela Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), reuniu especialistas e membros da comunidade acadêmica, entre eles a doutoranda e coordenadora de Organização e Política Sindical do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (SINTUFEJUF), Dandara Felícia Silva Oliveira. O debate abordou a inclusão e permanência dessas pessoas no ensino superior.
A atividade aconteceu no Anfiteatro das Pró-Reitorias, com participação do campus avançado de Governador Valadares via chat. Entre as convidadas esteve a professora doutora Joyce Alves da Silva, primeira mulher trans a ocupar o cargo de pró-reitora no Brasil, atualmente pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Também participou o estudante do quinto período de Medicina da UFJF, Lev Hellbrugge, membro do Diretório Acadêmico Hésio Cordeiro (DAHC).
A exclusão e marginalização das pessoas trans na sociedade foram pontos centrais da discussão, destacando-se os desafios enfrentados para acessar e permanecer no ensino superior.
Na ocasião, a Dandara Felícia reforçou a importância da iniciativa e a necessidade de ampliar políticas de inclusão. Como coordenadora do SINTUFEJUF, ela ressaltou que o sindicato apoia medidas que promovam equidade no acesso à educação superior e que garantam a permanência estudantil. “O evento foi ótimo, eu acho que trouxe a comunidade acadêmica para um diálogo necessário. Essa é uma pauta nacional, a questão das cotas tem ganhado cada vez mais espaço. Já são 22 universidades que adotaram essa política, e acho essencial que a UFJF se comprometa institucionalmente com a implementação das cotas trans. O contato com a comunidade é importante porque nos permite perceber nuances que, muitas vezes, passam despercebidas. As cotas são fundamentais, pois despertam em nós o desejo e o sonho de ingressar na universidade. A UFJF ainda carrega traços elitistas, o que pode gerar um sentimento de não pertencimento. Agora, os próximos passos são a elaboração de uma minuta, um novo debate com a comunidade e, posteriormente, a apresentação ao Conselho Superior da Universidade para que possamos aprovar as cotas na UFJF”, afirmou Dandara.
O evento marca um passo significativo na promoção da inclusão na UFJF e reforça a necessidade de políticas públicas que garantam o acesso igualitário à educação superior para pessoas trans. A implementação de cotas é uma demanda crescente entre os movimentos sociais e acadêmicos, visando corrigir desigualdades históricas e promover um ambiente universitário mais diverso e acolhedor.
Fotos: Tomás Ribeiro
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