O SINTUFEJUF e a APES estão pressionando para que seja mantido o contrato com o Plano de Saúde nos valores atuais, não sendo aplicado o reajuste solicitado pela contratada. Para isso, além de se posicionarem nas reuniões de negociação, foi encaminhado um ofício à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas da UFJF (PROGEPE), que compreendeu os argumentos das entidades e defendeu o reajuste zero. O contrato vence em 31 de agosto, e poderá ser prorrogado por mais 24 meses.
Ajustado anualmente, o percentual varia conforme a sinistralidade (uso do plano). Quando a sinistralidade é menor ou igual a 75%, o reajuste segue o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), entre 75% e 80%, é considerado o IPCA e o reajuste técnico, e quando acima de 80%, apenas o reajuste técnico. Este ano, a sinistralidade foi de 68%. Em 2020 a sinistralidade ficou em 73,7%, deste modo, foi aplicado o IPCA da época, que estava em 2,3%. Entretanto, este ano, com a alta da inflação, a projeção do IPCA é de 8,3%, o que representa um reajuste significativo do plano de saúde. O impacto no bolso do trabalhador é ainda maior, uma vez que existe o auxílio suplementar do Governo Federal à saúde, e este subsídio não terá reajuste (o último ocorreu em 2016), permanecendo o mesmo valor, enquanto o aumento é sobre o valor completo. Ou seja, para uma pessoa cujo plano custa R$500, mas possui R$150 de auxílio, o valor pago por ela é de R$350 (exemplo meramente ilustrativo). Assim, o reajuste de 8% incide sobre o valor total, R$500, que, com o aumento, passa a ser R$540. Como não há reajuste no auxílio, todo o aumento é absorvido pelo servidor. Então, ele passará a pagar R$390, que é aproximadamente 11,5% a mais.
Deste modo, as entidades encaminharam um ofício à PROGEPE apresentando uma série de argumentos para que não seja aplicado qualquer reajuste. Conforme o ofício, a UFJF possui uma representação significativa no público atendido pela contratada, e este público, tanto TAE quanto docente não tem reajuste salarial desde o último acordo firmado em 2015. O documento destaca ainda o alto índice de desemprego na população em geral, o que provocou em muitas famílias a redução de renda, passando o servidor público a responder por mais gastos no orçamento familiar. Com isso, caso o plano sofra reajuste, muitas pessoas poderão não conseguir arcar com os custos elevados, provocando evasão. No ofício, os sindicatos reforçam que a redução significativa do índice de sinistralidade, principal indicador de equilíbrio financeiro de um plano de saúde, resultou num superávit de 18 milhões no período em questão, cerca de 30% maior que a expectativa do contrato. Desta forma, a solicitação das entidades busca uma readequação do contrato às suas expectativas originais.
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