Em defesa da reestruturação do Plano de Carreira (PCCTAE), os trabalhadores técnico-administrativos em educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), incluindo os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares, e do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG), de Juiz de Fora, Santos Dumont e Reitoria, se reúnem amanhã, 27, em Assembleia Geral com indicativo de greve. O encontro será realizado às 9h, na reitoria, e também através da plataforma virtual Meet.
O Ministério de Gestão e Inovação (MGI) recebeu em outubro do ano passado uma proposta da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) para a reestruturação do PCCTAE. No entanto, a 3ª Mesa Específica e Temporária só foi realizada no último dia 22, quinta-feira. Porém, o governo federal não apresentou resposta às propostas das entidades sindicais.
O coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, lamenta que, embora o governo tenha tido 4 meses para estudar, avaliar, fazer os cálculos necessários para responder à proposta dos TAEs, nada foi apresentado de concreto. “Na verdade, o documento que eles nos entregam, que entregaram para a Fasubra e para o SINASEFE, é um documento em que, os pontos que não foram diretamente negados, trazem uma sinalização da disposição de fazer estudos, continuar conversando, realizar cálculos. Sendo que a expectativa que nós tínhamos é que eles teriam feito isso nesses quatro meses. Demoraram todo esse tempo para responder. Entendíamos que era porque estavam fazendo justamente os estudos e cálculos necessários para ter uma resposta”, avalia. Deste modo, conforme o coordenador, a federação entende, e já dialogou com os sindicatos, a necessidade de intensificar a mobilização através do processo de greve. Ele ressalta ainda que, no dia 28 acontece a reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), que tem como pauta o reajuste dos servidores públicos. “Até o momento, está uma negociação muito ruim, que tende a não ter uma novidade pra gente nessa mesa”, explica.
Ainda na quinta-feira, após a reunião da mesa específica, a FASUBRA realizou uma transmissão ao vivo para relatar o resultado e reforçar a importância da mobilização. Foi discutido o retorno do governo em relação aos pontos levantados, e a constatação de que as propostas apresentadas anteriormente não foram consideradas de forma satisfatória.
Na ocasião, Cristina Del Papa, coordenadora geral da FASUBRA, enfatizou a importância de disputar o orçamento, uma vez que outras categorias já estão fechando acordos, com impacto que chegam até 70% de aumento nos últimos níveis. Embora o debate sobre o reajuste salarial esteja marcado para a próxima quarta-feira, 28, o governo misturou a mesa geral de negociação com a mesa específica e reafirmou o reajuste zero para a categoria em 2024, e 9% divididos em dois anos (2025 e 2026). “A parte orçamentária da proposta, infelizmente, não teve avanço. O governo manteve os mesmos 9% que já estavam na mesa nacional de negociação permanente, sem apresentar contrapropostas que atendam às demandas da categoria”, afirmou Cristina Del Papa.
Durante a live, a também coordenadora geral, Loiva da Chansis expressou a frustração diante da falta de avanços e destacou a necessidade de mobilização para uma greve forte em 11 de março. “De forma bem objetiva nós não temos outra saída, porque o governo não apresenta absolutamente nada, e a nossa saída é a mobilização.
A coordenadora geral Ivanilda dos Reis resumiu o sentimento dos trabalhadores ao afirmar que o governo “não apresentou nada”, considerando a situação como “um grande desrespeito à nossa categoria”. Segundo ela, a ausência de propostas concretas e o uso de estratégias para desvalorizar a categoria foram evidenciados durante o diálogo. “Nós fomos desrespeitados nessa reunião. Porque depois de tanta expectativa e a gente fazendo uma luta intensa, depois de anos e anos, com uma carreira defasada, o governo não apresentou nada, nós consideramos um grande desrespeito. Não ter uma proposta para a reestruturação da nossa carreira significa para a gente uma desvalorização do nosso papel”, lamenta.
Diante desse cenário, os trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF e do IF Sudeste MG são convocados a participar da Assembleia Geral, onde serão discutidos os rumos da mobilização e o indicativo de greve para o dia 11 de março.
Notícias mais lidas