Depois de mais de 50 ações individuais protocoladas na justiça, começam a sair as primeiras sentenças favoráveis aos servidores, o número chega a sete (7). De acordo com o coordenador jurídico do Sintufejuf, Pedro Cuco, os juízes fundamentam que houvera arbitrariedade da UFJF em reduzir os adicionais ocupacionais de todos os servidores em meados de 2018, bem como a não comprovação de melhoria nas condições de trabalho nos hospitais universitários. “A pandemia provocada pela COVID-19 foi considerada: muitos magistrados defendem que enquanto não for cessado o quadro de pandemia, todos os profissionais assistenciais devem ter direito à insalubridade em grau máximo”, afirma o coordenador.
Segundo ele, as sentenças representam uma grande vitória para a categoria que está na linha de frente do combate ao coronavírus.
Conforme a coordenadora do Sintufejuf e TAE do Hospital Universitário, Isabel Cristina, os ataques do governo as trabalhadoras e trabalhadores principalmente da Saúde ocorrem desde antes da crise sanitária provocada pela covid-19. Com a pandemia, a aplicação da Instrução Normativa 28 (IN28),que efetuou cortes de adicionais de insalubridade, periculosidade e trabalho noturno e no auxílio transporte dos servidores que não estivessem em trabalho presencial durante a pandemia, trouxe ainda mais prejuízos, principalmente aos trabalhadores do grupo de risco. “Muitos deles são forçados a voltar ao trabalho, devido à grande perda de benefícios que são somados a sua renda bruta, na tentativa de manutenção da qualidade de vida”, lamenta.
Segundo ela, as ações judiciais que estão sendo ganhas pelo Sintufejuf na justiça é o reconhecimento da precariedade dos trabalhadores da Saúde, dando ganho de causa, independente do local onde trabalha. “É injusto o trabalhador ganhar menos! E com a pandemia os trabalhadores perderam muito, vivem o estresse do cotidiano, desde a saída de casa para o trabalho, no trajeto dentro dos veículos de transporte urbano, no desrespeito, quando a distância de segurança e o limite de passageiros não é respeitado. Quando chega na unidade aonde trabalha, muitas vezes o desconhecido (COVID), pode estar a seu lado desde a hora do deslocamento no transporte, na chegada ao trabalho… Toda uma demanda de angústia. E sem poder contar com o carinho e afeto da família, pois isolado de pai, mãe e filhos e filhas, muitos deles inclusive de seus cônjuges”, desabafa a coordenadora.
Ela afirma ainda que com as perdas salariais, e de direitos trabalhistas impostas pelo governo, que ainda por cima, a todo o tempo não aceita negociação com os representantes sindicais, o trabalhador acaba apresentando o desânimo sem saber se no final do mês, terá condições de pagar todas as contas.
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