Em defesa da organização da classe trabalhadora e contra a precarização das relações de trabalho, o SINTUFEJUF apoia a fundação da Associação de Motoboys, Motogirls, e entregadores de Juiz de Fora (AMMEJUF). Para isso, a entidade cedeu o espaço da Sede Campestre para a realização da assembleia geral exclusiva de motofretistas e entregadores de bicicletas hoje, 03, às 19h30.
Segundo o motoboy e secretário da Comissão para a Constituição, Fundação, Eleição e Posse de Diretoria da AMMEJUF, Nícolas Souza Santos, atualmente Juiz de Fora possui cerca de 7 mil trabalhadores na profissão, entretanto, a maioria sem vínculo empregatício ou cadastro como Microempreendedor Individual (MEI), ou seja, nenhum tipo de proteção social ou trabalhista. Deste modo surgiu a necessidade de organizar a categoria, sendo a escolha pela associação o primeiro passo. “Estamos há 4 meses fazendo reuniões, trabalhando em todos os procedimentos que a gente precisa”, conta. Com isso, Nícolas espera que a assembleia tenha bastante representatividade e participação da categoria, como ocorreu no “Breque do dia 29” dia de paralisação e protestos de motoboys em defesa de reajuste das tarifas pagas pelos aplicativos, contra a alta de preços dos combustíveis e por melhoria na infraestrutura viária. A ação promovida pela comissão teve boa adesão e rendeu visibilidade na mídia local. “Inicialmente será só trabalho, uma vez que a gente não tem estrutura nem financiamento. Mas a gente espera formar lideranças para conduzir uma associação de forma bastante sólida”, explica. Conforme consta no estatuto, o papel da associação será promover a conexão entre os profissionais, uma relação de maior respeito das empresas, representar os associados perante as empresas e as grandes plataformas de transporte de entrega e se dedicar à profissionalização dos motoboys, que por não saberem dos direitos e não conhecerem a legislação, ficam expostos”, esclarece.
De acordo com o coordenador de finanças do SINTUFEJUF, Luiz Tegedor, é muito importante a união de diferentes entidades. “Os Motoboys de Juiz de Fora estão se organizando, e nós apoiamos cedendo espaço para isso. Essa ação não gerou custos para o Sintufejuf. As reuniões, como em outras oportunidades, ocorreram com a presença de algum coordenador, e foi importante para apoiar outra categoria”, explica.
Segundo ele, o movimento teve início em janeiro, quando o sindicato recebeu uma solicitação de apoio, de espaço para reunir alguns motoboys da cidade com o intuito de formar uma associação que os representasse. No início de abril, uma semana após uma paralisação dos motoboys, a assembleia geral de greve do SINTUFEJUF aprovou a publicação de uma nota de apoio ao motoboy Nícolas Souza Santos, demitido após greve dos apps, bem como a luta de sua categoria.
O coordenador do Sitraemg e servidor da Justiça do Trabalho Alexandre Magnus também apoiou e contribuiu para a criação e fundação da associação. “Estou muito feliz, pois os associados terão alternativas e outras formas de melhorias de condições de vida e trabalho. É a independência classista!”, comemora.
Nícolas explica que o apoio de outras entidades está sendo fundamental, desde a troca de experiência, até mesmo a cessão de espaços para as reuniões. ”A gente se espelha muito na direção do SINTUFEJUF. Assim como hoje a gente recebe ajuda de sindicatos amigos, a gente pretende futuramente, quando a gente puder caminhar com as próprias pernas, também , e isso está em nosso estatuto, sempre apoiar as lutas de trabalhadores de outras categoria”, afirma.
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