RESISTIR PARA EXISTIR: FASUBRA REALIZA SEMINÁRIO NACIONAL DOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS

11/09/2018

lNos dias 1 e 2 de Setembro aconteceu na UnB – Universidade de Brasília o Seminário Nacional dos Hospitais Universitários, com o lema “Resistir para existir”, realizado pela Coordenação de Seguridade Social da Fasubra – Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil, seguindo as deliberações do XXIII Confasubra. O tema foi “Hospitais universitários e o desmonte dos serviços públicos” e a servidora técnica-administrativa em educação (TAE) do hospital universitário de Juiz de Fora, e coordenadora do Sintufejuf, Isabel Nascimento participou do Seminário pela primeira vez. Ela afirma que gostou muito do espaço, especialmente por conta do aprendizado a partir da construção coletiva com outras trabalhadoras e trabalhadores. O relato detalhado do seminário está sendo realizado nas assembleias convocadas pelo Sintufejuf.

A programação contou com grupos de discussão temáticos e mesas sobre a conjuntura política, a história das discussões acerca dos HU’s na Fasubra e as relações de trabalho. Cerca de 150 pessoas participaram do evento, incluindo representantes de mais de vinte entidades de base da Federação e convidados. O principal objetivo do Seminário foi atualizar o Projeto de Hospitais Universitários da Fasubra, uma das ferramentas à disposição da categoria para construir novos projetos de universidades e de hospitais universitários, com base na defesa do SUS e do tripé ensino, pesquisa e extensão. Para Isabel Nascimento os debates que mais chamaram a atenção da categoria durante o Seminário foram a insalubridade, a saúde do trabalhador e o assédio moral. “Os problemas que eu tive a oportunidade de observar lá são idênticos aos problemas que a gente tem no HU aqui em Juiz de Fora”, afirma Isabel.

No primeiro dia do Seminário foram elaboradas mais de 90 propostas de alterações e reflexões para o projeto de hospital universitário da categoria. No segundo dia, após os grupos de discussão, quase 50 novas proposições ligadas aos eixos dos grupos foram encaminhadas. Os eixos foram: insalubridade, saúde do trabalhador, APH (adicional por plantão hospitalar) X 30h e diversidade de vínculos. Todos os encaminhamentos serão sistematizados pela coordenação de Seguridade Social da Fasubra, divulgados através do site e levados à votação em uma próxima plenária nacional da Federação.

 

   Conjuntura

A coordenadora de Seguridade Social da Fasubra, Mariane de Siqueira, conta que um dos grandes debates do Seminário girou em torno da necessidade de construir uma campanha ampla em defesa dos hospitais universitários 100% SUS. Hoje existem mais de 40 hospitais federais geridos pela EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, o que Mariane caracterizou como uma “afronta” ao projeto de HU defendido pela Fasubra. Ela afirma que a atual conjuntura é muito difícil para a classe trabalhadora, especialmente para servidoras e servidores públicos, e que a defesa dos hospitais universitários é também uma luta pela universidade pública. “Esse congelamento por 20 anos [da Emenda Constitucional n° 95] é um ataque frontal aos direitos da classe trabalhadora, porque congela o investimento justamente em saúde, educação e projetos sociais, ou seja tudo aquilo que é mais necessário à população mais pobre e trabalhadora do país. E os hospitais universitários se inserem justamente nessa conjuntura”, afirma Mariane.

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