Orgulho LGBTQIA+ e representatividade: A importância de ocupar espaços de poder e derrotar a intolerância

28/06/2022

O dia 28 de junho é celebrado como o dia mundial do Orgulho LGBTQIAP+. Sendo sempre um marco da luta por direitos e da resistência da comunidade, a data foi escolhida pela Rebelião de Stonewall Inn, onde centenas de pessoas ocuparam as ruas pedindo por proteção e liberdade após policiais invadirem bares frequentados por homossexuais, agredindo e prendendo os clientes. Este evento deu origem à primeira passeata do orgulho LGBTQIAP+, e por isso o mês de junho é considerado internacionalmente como o mês do orgulho, do inglês PRIDE.

Durante anos de lutas consecutivas, foram conquistados direitos que garantem a equiparação da homofobia ao crime de racismo, o nome social, casamento homoafetivo e a adoção. Porém,existe muito a se avançar em um país de maioria conservadora, ao passo que a eleição do atual do Presidente da República colocou muitos direitos em risco, e deu voz a quem propaga o ódio e a intolerância contra todo tipo de diversidade em nosso país.

O atual governo tem dificultado o debate democrático e avanços no campo dos direitos LGBTQIAP+ de outras maneiras, como diminuindo participações da comunidade em conselhos e coordenadorias a nível nacional. Um exemplo disso foi a criação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDFH), chefiado por Damares Alves, pastora da igreja evangélica que já proferiu diversos discursos contra a comunidade. Tal atitude é agravada pelo fato de que este deveria ser o ministério responsável pela garantia dos direitos das minorias sociais e políticas.

Os registros históricos de lutas sociais, direitos trabalhistas e direitos humanos, contaram com importantes figuras da população LGBTQIAP+ em suas linhas de frente. Ocupar espaços de diálogo e poder, porém, sempre foi algo dificultado pelo sistema político em vigor no Brasil, que privilegia a população rica, cis, branca e heteronormativa. Para a vereadora Tallia Sobral (PSOL), a busca por ocupar espaços de debate e decisão política tornou-se um dos objetivos prioritários da militância organizada, e tem tomado cada vez mais forma: “Estamos vivendo uma onda de mulheres, LGBTQIAP+, negras e negros, ocupando espaços de poder. Estamos, cada vez mais, nos organizando para lutar contra todo tipo de opressão e reivindicar nossos direitos. No atual governo Bolsonaro, essa organização se torna ainda mais importante, pois estamos vivendo sob um projeto político neofacista, que tem por objetivo apagar todas as nossas vivências e o nosso direito de existir. Por isso, fico muito feliz em ver várias de nós disputando as eleições, por exemplo. É sinal de que estamos dispostas a colocar nossos corpos a serviço da luta e ocupar o legislativo e o executivo para transformar a política brasileira”, declara Tallia.


Imagem: Reprodução Instagram

Apesar dos avanços, ainda há muitos espaços que necessitam ser ocupados. Tallia, vereadora ativista pela democratização da política por meio da coletividade, só assumiu seu primeiro mandato em 2020, sendo a primeira vereadora LGBTQIAP+ eleita na história da cidade. “Junho é o mês que celebramos o nosso orgulho de sermos LGBTQIAP+. É uma data muito importante, mas que não pode ser lembrada em apenas um momento. Nosso orgulho e nossa luta é diária.Vivemos todos os dias a nossa identidade de gênero e sexualidade que foge à norma cisheteronormativa”, diz a vereadora. 

Ainda sobre sua participação na luta pela representatividade da população LGBTQIAP+, Tallia destacou a recente roda de conversa organizada em parceria com a militância jovem de seu partido. O evento aconteceu na UFJF em comemoração ao mês do orgulho, onde junto à Professora Lorene Figueiredo e Iza Lourença (Vereadora de BH) debateu a respeito da importância das pessoas LGBTQIAP+ se organizarem para derrotar Bolsonaro e eleger forças progressistas em 2022.


Imagem: Reprodução Instagram


Também compondo as atividades do mês do orgulho, hoje, 28, acontece uma série de atividades no Calçadão da Rua Halfeld, em frente ao Cine-Theatro Central, em uma parceria da prefeitura com a Casa da Mulher, Centro de Atenção ao Cidadão (CAC), Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), Centro de Referência em Direitos Humanos (CDRH) e Centro de Referência LGBTQIA+ (CeR – Diverse). A iniciativa tem como objetivo dar visibilidade para esta parcela da população, fomentando o respeito e a diversidade, através de rodas de conversa, materiais informativos, apresentações culturais e outras práticas.

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