Nova diretoria executiva da APES toma posse nesta quarta-feira, 03

03/03/2021

Toma posse hoje a nova diretoria executiva da APES, eleita para o período de março de 2021 a setembro de 2022. A cerimônia acontece de forma remota, a partir das 17h30, pelo zoom. Devido às restrições impostas pela Covid 19, as votações foram realizadas na forma telepresencial, via celular ou computador nos dias 25 e 26 de fevereiro. A eleição contou com chapa única, encabeçada por Augusto Cerqueira (presidente) e Miguel Fabiano de Faria (vice-presidente). Na ocasião também foi escolhido o novo Conselho de Representantes da instituição.

De acordo com a ex-presidente da Apes, Marina Barbosa, esta foi a primeira vez que o sindicato adotou essa modalidade de votação. Entretanto, a categoria já havia experimentado a votação online nas eleições da direção do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes). “É um momento difícil e doloroso para o país e esse instrumento se colocou como uma alternativa emergencial, uma vez que estamos vivendo todos os processos remotos, diante da impossibilidade de ser presencial”, explica. Segundo ela, o mandato da direção já havia sido prorrogado por 6 meses. Deste modo, foi realizada uma discussão com o conselho de representantes em assembleia que deliberou por encaminhar a eleição de forma telepresencial. Assim, a partir de debates com a categoria, a direção e o conselho, foram traçadas as alternativas que definiram uma formatação para permitir realizar a eleição da direção e dos novos conselheiros e conselheiras por unidade de ensino. A construção do formato contou com o acompanhamento da assessoria jurídica, apoiada em legislações que permitissem a realização do processo eleitoral sem prejuízo para a categoria.  

O presidente eleito, Augusto Cerqueira, afirma ter ficado surpreso positivamente com a participação na eleição telepresencial, entretanto, para ele esta não é a modalidade ideal, e não existe a pretensão de adotar esse formato como forma de modernizar as eleições. “Nós temos o entendimento de que este é um processo limitado, que a gente entende não ser apropriado do ponto de vista da participação e da democracia da entidade. É importante ressaltar o caráter excepcional dessa eleição e a gente não pensa em estabelecer como um processo que possa ser realizado novamente num cenário livre da pandemia”, afirma.

Marina Barbosa atribui o aumento do número de votantes ao reconhecimento do trabalho político da entidade, a partir de uma trajetória intensa de relacionamento com a categoria. “Consideramos um balanço positivo no que se refere ao trabalho político na esteira do que já vinha sendo feito, de uma aproximação maior com a categoria. O trabalho político foi intenso desta direção e do conselho de representantes e isso se revela com o aumento do número de  participação nas eleições É preciso avaliar se é necessário esse instrumento para possibilidades ou não de uma maior participação”, opina.

Da mesma forma que as eleições, a campanha eleitoral também aconteceu de forma remota. “A gente estabeleceu a realização em meios virtuais, e, portanto, a gente teve que se adaptar através das redes sociais e contar com a militância dos apoiadores. A partir daí a gente conseguiu estabelecer um bom contato, uma boa divulgação com uma boa parcela da base da nossa categoria, que pôde estar recebendo nossos materiais. Como era um processo de chapa única, a gente não teve debate e diálogo mais próximo, que com essa modalidade remota, acaba se perdendo”, lamenta Augusto. Ele destaca e agradece a boa participação do público aposentado no pleito.

O presidente eleito aponta os principais desafios da nova gestão, como a luta contra reforma administrativa, contra os cortes de salário e a pressão pela volta das aulas presenciais, que segundo ele vem até mesmo dentro da própria instituição que já realizou o PISM e caminha para um ensino híbrido, tudo isso dentro de um cenário de pandemia que dificulta o processo de mobilização.

Diante desses embates, Augusto reafirma a parceria já existente com as demais entidades representativas tanto da UFJF (SINTUFEJUF e DCE) quanto do IF Sudeste MG (SINTUFEJUF, SINASEFE e GETUS). “Nossa chapa defende a postura histórica da APES de sindicalismo independente, autônomo. A gente, respeitando a independência e autonomia das demais entidades, também vemos elas como parceiras, de estarmos juntos na defesa da educação pública gratuita, socialmente referenciada e laica. Estamos juntos na defesa de todas essas pautas e vamos continuar o trabalho que a gente tem feito historicamente, entendendo a autonomia das entidades, especificidades de cada segmento das instituições”, afirma.

A coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa, parabeniza a nova gestão e reforça a importância da união entre as entidades, e a soma da experiência acumulada ao longo da trajetória de lutas de cada sindicato. “Com a mesma parceria que sempre tivemos, vamos continuar a nossa luta, pois a vida política sindical está cada vez mais difícil. Nós que atuamos em defesa da universidade, da educação e da saúde públicas, com todos os enfrentamentos que fizemos juntos em defesa dessas pautas, que a gente continue, com mais forma ainda”, opina. Para ela, a cumplicidade entre a APES e o SINTUFEJUF permanece crescente uma vez que é muito importante e necessária na atual conjuntura política e social, diante de um governo negacionista, da crise na saúde devido à pandemia e a crise financeira. “É preciso que os movimentos sindicais e seus militantes se unam e fortaleçam para combater toda essa política perversa e genocida deste governo. O desmonte da universidade pública e a crise sanitária, faz com que cada vez mais seja preciso ter a frente do sindicato, uma gestão como esta, que está tomando posse. Estamos juntas/os! Vacina pelo SUS para todas/os! Saudações revolucionárias!

Flávio Sereno, coordenador geral do SINTUFEJUF espera manter o alinhamento de propósitos do SINTUFEJUF e APES dos últimos anos, que contribuiu para o desenvolvimento de diversas atividades em conjunto. “A defesa da educação pública é um objetivo estratégico comum que traz a importância e a necessidade de trabalho unificado das entidades que organizam os trabalhadores. Felicitamos a gestão que se inicia parabenizando o grande mandato que a atual diretoria exerceu no último período”, conclui Flávio.

Marina Barbosa se despede da gestão que segundo ela, sempre esteve apoiada em escolhas comprometidas com a luta e a defesa da educação pública, das instituições em caráter público e democrático, e do trabalho docente em sua essência. Ela relembra que mais da metade do tempo de gestão aconteceu durante a pandemia, trazendo muitos obstáculos, como a necessidade de distanciamento social e o trabalho remoto. “Foi um desafio muito grande, mas vale a pena registrar que no chamado que foi feito, a categoria respondeu nas reuniões, assembleias, trabalhos das comissões nos permitindo uma elaboração mais próxima da realidade, e quando o trabalho é coletivo, as possibilidades dos acertos são maiores”, destaca. Para ela, foi um grande aprendizado, que teve como eixo ordenador a defesa da vida, o enfrentamento à política genocida oficial de governo, e a possibilidade de ampliar uma unidade de ação para responder a esses ataques. “À próxima gestão, eu desejo uma boa construção de trabalho de equipe, que se mantenham os pressupostos que nos ordenaram até agora e que eu não tenho dúvida que se manterão”, afirma Marina.

Confira a composição da nova gestão da Apes:

Augusto Santiago Cerqueira – Presidente – Faculdade de Engenharia – UFJF

Miguel Fabiano de Faria – Vice-Presidente – IF Sudeste MG – Campus Juiz de Fora

Zuleyce Maria Lessa Pacheco – Secretária Geral – Faculdade de Enfermagem – UFJF

Thales Costa Soares – 1º Secretário – IF Sudeste MG – Campus Juiz de Fora

Nayara Rodrigues Medrado –  2ª Secretária – UFJF Campus Governador Valadares

Leonardo Silva Andrada – 1º Tesoureiro – UFJF – Instituto de Ciências Humanas

Luciene Ferreira da Silva Guedes – 2ª Tesoureira – UFJF – Colégio de Aplicação João XXIII

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