Ação oferece espaço de escuta e preservação da saúde mental de trabalhadores do HU/UFJF
Preservar e cuidar da saúde mental das servidoras e servidores do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF). Este é o objetivo do Projeto Acolhimento oferecido pela coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar – Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (COSSBE/SIASS). Segundo os membros da equipe multiprofissional da COSSBE, Luiz Agostinho (assistente social) e Leandra Duarte (psicóloga), a ação é fruto de mais uma conquista da pauta local da greve das trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFJF. Trata-se de uma reivindicação da categoria lotada no HU/UFJF, cuja atuação foi significativa durante o movimento paredista, lotando as assembleias, participando das reuniões do Comando Local, fomentando o debate e fortalecendo a luta. “O que fizemos foi reforçar uma ação que já faz parte do nosso trabalho na COSSBE/SIASS a partir de demandas espontâneas ou encaminhamentos da perícia médica, mas com o foco específico em uma Unidade da UFJF, buscando atrair o público do HU”, explicam.
Para a coordenadora de saúde do SINTUFEJUF, Andrea Ramos, esta é uma grande vitória da categoria, principalmente diante do cenário estressante vivenciado com a Covid-19. “Mesmo agora, com o fim da emergência sanitária, ainda precisamos enfrentar os efeitos pós pandemia que vem assolando a saúde mental da população. Assim, esta iniciativa de uma referência de acolhimento no âmbito institucional, com o propósito de amparar, resguardar e apoiar seus servidores, vem de encontro a uma nova política de valorização humana e profissional. Contribui ainda para estreitar o vínculo servidor/instituição num envolvimento cooperativo, produtivo e respeitoso. promovendo, com isso, um ambiente saudável para toda comunidade universitária e seus usuários”, comenta.
Conforme Luiz e Leandra, o projeto oferece um espaço de escuta, diálogo e troca de informações, com acolhimento psicossocial individual, a fim de identificar as causas e as situações que provocam adoecimento mental dos servidores. Deste modo, possibilita intervir e propor encaminhamentos voltados à saúde do servidor e melhoria da qualidade de vida no trabalho. “Falar em um ‘ambiente de adoecimento’ tende a ser um rótulo pejorativo, pois dificilmente um ambiente de trabalho causa adoecimento em todos os trabalhadores nele inseridos”, afirmam. Para eles, existem determinadas características de um ambiente de trabalho que podem contribuir para processos de adoecimento. Como exemplo, eles citam a falta de participação dos trabalhadores nas decisões sobre o processo de trabalho, a desconsideração do saber dos trabalhadores, mudanças abruptas nas rotinas de trabalho, divisão não equilibrada de tarefas de modo a gerar sobrecarga, decisões de gestão baseadas em preferências pessoais ou favoritismos e falhas na comunicação, etc. “Nossa intervenção nos ambientes pode se dar por meio da produção de documentos que apontem as necessidades de melhoria e do diálogo com a gestão das unidades. Além disso, no atendimento com o servidor, é possível propor estratégias para ajudá-lo a intervir no ambiente de trabalho de forma mais crítica”, contam.
De acordo com os referidos membros da equipe, até o momento foram realizados três atendimentos. “Todos os servidores que buscaram o projeto receberam uma proposta de agenda para o atendimento, mas alguns desmarcaram ou ainda não puderam vir à COSSBE/SIASS. Os servidores que vieram até agora, trouxeram relatos importantes da sua realidade de trabalho, questões e dificuldades diversas. Tem sido possível dialogar com eles de maneira muito interessante”, relatam Luiz e Leandra.
Os atendimentos são voltados a servidores da UFJF lotados no HU e acontecem na sede da COSSBE/SIASS (Campus/UFJF, próximo à Faculdade de Farmácia). Para participar, é necessário agendamento prévio enviando e-mail para siass@ufjf.edu.br com o assunto “acolhimento psicossocial”.
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