Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (6) a nomeação do professor Marcus Vinícius David para o segundo mandato na reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A vice-reitora que compõe a chapa é Girlene Alves.
A consulta pública para escolha de reitor e vice da UFJF ocorreu em outubro, com a participação paritária de TAEs, docentes e estudantes. Única chapa concorrente ao pleito, os professores Marcus David e Girlene Alves obtiveram 9.416 mil votos válidos dos três segmentos da instituição. Considerando a consulta pública, em novembro, o Conselho Superior (Consu) da Universidade elegeu os integrantes da lista tríplice para reitor e encaminhou para o Ministério da Educação.
Segundo Marcus David, os desafios da nova gestão, no atual cenário de crise na saúde pública pode ser dividido em dois períodos, o enfrentamento da pandemia, com a plena consciência e clareza da gravidade do momento e as graves consequências sociais e econômicas que vão impactar a vida das sociedades. “A UFJF, vários de seus professores, professoras, técnicos e técnicas se mobilizaram para contribuir no enfrentamento dessa pandemia. A instituição tomou uma decisão importante, característica de universidade pública que é mobilizar os seus recursos, competências para contribuir com a sociedade num momento tão grave como esse. Nós temos várias ações sendo realizadas, e a plena clareza de que a nossa gestão começa no meio desse grande desafio e as ações tem que ser concentradas nesse primeiro momento, que nós não sabemos a duração, nessa frente de atuação” explica.
A vice-reitora, Girlene Alves agradeceu a confiança da comunidade acadêmica e reconheceu o papel da universidade no momento de crise. “A UFJF tem potencial para contribuir com os municípios nas respostas para melhorar a condição de vida da nossa população”. Girlene destaca também os valores e princípios norteadores da instituição. “Nesse momento, a gente aproveita para reafirmar as pautas que são muito caras para a gente, que permaneça uma universidade que preza pela diversidade que tem respeito muito grande pelas diferenças, que tem o compromisso forte e firme com uma parte da população ainda muito vulnerável pela falta de acesso à educação superior”, complementa.
De acordo com o coordenador do SINTUFEJUF e vice-presidente da Comissão Organizadora da Consulta Pública (COCP), Flávio Sereno a notícia da nomeação do reitor Marcus David, respeitando o processo de escolha da consulta pública da comunidade acadêmica contribui para democratização das instituições federais de ensino, que segundo ele, passa necessariamente pela bandeira de luta ‘reitor eleito, reitor empossado’. “A partir da possibilidade que trabalhadores e estudantes têm de escolher seu dirigente máximo num processo paritário, direto e secreto, organizado pelas entidades representativas, é que nos dá a possibilidade, e a condição de negociar todas as demais pautas dos segmentos que compõem a UFJF”, afirma Flávio. O coordenador relembra que durante o processo da consulta realizado no ano passado, o SINTUFEJUF apresentou uma extensa pauta construída coletivamente pelos TAEs a então chapa. “Nós temos agora a certeza de que teremos a possibilidade de negociar cada ponto construído pela categoria. O contexto daquele momento de eleição para 2020 mudou bastante. O distanciamento social provocado pela pandemia de coronavírus nos traz gigantescos novos desafios que vão exigir um diálogo aberto entre os dirigentes da instituição e as entidades representativas’’, alega.
Para o presidente da comissão organizadora da Consulta Pública, Augusto Cerqueira é positivo que tenha sido nomeado o candidato eleito na consulta pública, entretanto, o mesmo não tem acontecido em todas as instituições. “Precisamos denunciar que o desrespeito ao processo histórico de escolha do reitor das universidades públicas atenta contra a democracia interna e é um problema para a autonomia das instituições. No último período, esse processo tem sido utilizado como instrumento de ataque e pressões à comunidade. A Apes estará sempre na luta pela democracia e autonomia das instituições federais de ensino” afirma.
Embora a nomeação do governo tenha formalizado a consulta na UFJF, em algumas instituições como a Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS), a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), a tradição de nomear o primeiro nome da lista tríplice enviada pelo CONSU têm sido descumprida. Em outras instituições, como no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) foram nomeados reitores ‘pro tempore’, ou seja, temporários.
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