Jornada de lutas das servidoras e servidores públicos, com participação de Caravana do SINTUFEJUF, pressiona governo para negociação

08/04/2022

Com o objetivo de pressionar o Governo Federal para a abertura de negociação do reajuste salarial das servidoras e servidores públicos federais,  nos dias 29, 30 e 31 de março, o SINTUFEJUF participou da “Jornada de Lutas” em Brasília, organizada pelas entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE), entre elas, a Fasubra Sindical. A caravana fez parte das atividades de greve das trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF e IF Sudeste MG, deflagrada em 23 de março. Com a pressão, a partir da mobilização, o Governo concordou em receber os representantes das entidades do funcionalismo federal na última sexta, 1º de abril, entretanto a resposta foi que não haverá abertura de negociação, sendo portanto o reajuste ZERO para a categoria. Vale ressaltar que os servidores já estão há cinco anos com os salários congelados, acumulando uma perda inflacionária de cerca de 40%, sendo 19,9% apenas em três anos do governo Bolsonaro.

No primeiro dia da jornada, 29, a categoria, assim que desembarcou em Brasília, por volta das 11h, participou de um ato no Ministério da Educação (MEC). Na ocasião, o então Ministro, Milton Ribeiro, acabara de renunciar ao cargo após a explosão de denúncias de corrupção envolvendo a intermediação de pastores para a liberação de recursos do MEC. Deste modo, os manifestantes presentes cobraram investigações das denúncias que envolvem o presidente da República, o ex-ministro da Educação e os pastores que negociavam a Educação brasileira. Enquanto isso, as instituições de ensino públicas seguem negligenciadas pelo atual governo, sofrendo constantes cortes orçamentários, prejudicando o ensino, a pesquisa e a extensão e entregues ao sucateamento. 

Ainda no dia 29, na parte da tarde, as trabalhadoras e trabalhadores do serviço público seguiram com a vigília para o Ministério da Economia, em defesa da campanha salarial.

O ápice do movimento ocorreu no dia 30, levando milhares de manifestantes de todo o país à Esplanada dos Ministérios. A concentração do ato teve início às 9h no Espaço do Servidor e contou com a participação de cerca de 30 entidades da base da Fasubra, além dos demais representantes dos servidores públicos federais. A partir das 11h, os manifestantes seguiram em marcha para mais uma vigília no Ministério da Economia em defesa do reajuste salarial e contra o desmonte do Estado. Na parte da tarde, a Fasubra se reuniu com suas entidades de base na praça Chico Mendes, da UnB (Universidade de Brasília), para discutir a mobilização nos estados. Na ocasião, a coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa falou sobre a greve já deflagrada tanto na UFJF quanto no IF Sudeste MG, ressaltando que a reunião de instalação do Comando Local de Greve contou com cerca de 200 participantes. Segundo ela, a mobilização é urgente, e a categoria precisa reagir, diante de um governo que nega a ciência, negligencia a educação e desqualifica os funcionários e serviço público.  Embora a maioria das universidades ainda não tenham deflagrado greve até o momento, uma vez que estão aguardando um movimento paredista unificado com todos os setores do serviço público federal, a fala de Maria Angela, assim como todas aquelas que fomentaram o movimento grevista foram muito aplaudidas, como a do coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina (Sintufsc), Renato Millis, que anunciou a greve da categoria a partir desta segunda-feira, 04. Segundo ele, as trabalhadoras e trabalhadores foram motivados pelo SINTUFEJUF.

No dia 31, a ação da Fasubra junto aos demais setores da Educação teve início no anexo II do Senado. A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal havia aprovado requerimentos para ouvir o ministro interino do MEC, Victor Godoy Veiga, e prefeitos que foram citados no caso do Bolsolão da Educação. Durante o ato, o senador Paulo Rocha (PT/PA), integrante da Comissão de Educação, manifestou apoio à mobilização e colocou a Liderança do PT à disposição das entidades. Os manifestantes seguiram então para a vigília no Ministério da Economia, onde a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS) também manifestou apoio ao ato e cobrou a prisão dos envolvidos no esquema de corrupção.

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