Início da Greve dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação na UFJF e IF Sudeste MG é marcado com panfletagem e instalação dos Comandos Locais de Greve

11/03/2024

Hoje, dia 11 de março, marca o início da greve dos trabalhadores técnico-administrativos em educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), distribuídos nos Campi de Juiz de Fora e Governador Valadares, e do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG), incluindo a reitoria e os campi de Juiz de Fora e Santos Dumont. A deflagração da greve foi marcada por uma panfletagem no Campus/UFJF, que contou com o apoio da Apes (Associação dos Professores da UFJF) e do DCE (Diretório Central dos Estudantes), com o objetivo de dialogar com os discentes sobre os motivos da greve, em defesa da valorização e do respeito à educação.

A coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa, destacou a importância desse momento que está sendo construído em conjunto com toda a educação pública federal. Embora tenha sido deflagrada inicialmente pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), existe a sinalização de um movimento unificado. O 42º Congresso do ANDES-SN, realizado entre 26 de fevereiro e 1 de março, aprovou a construção da greve nas instituições federais de ensino e do setor da Educação, no primeiro semestre de 2024.  ” Esse esse movimento todo que estamos fazendo com a panfletagem com os estudantes, é para mostrar a construção de uma greve da educação.”

 O panfleto distribuído aponta, a principal bandeira da categoria, a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Deste modo, os TAEs aderiram à greve nacional para reivindicar uma reestruturação urgente da carreira PCCTAE (Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação), que está sem atualização há anos. A ausência de reajustes adequados ao longo dos anos resultou em forte desvalorização salarial. Portanto, a reestruturação do plano de carreira é essencial para garantir a valorização dos trabalhadores e, por consequência, a qualidade do ensino e dos serviços oferecidos pelas instituições. “Então estamos dialogando com os estudantes, dando ciência para eles, sobre o que significa, o motivo da nossa greve, que está reivindicando a reestruturação da nossa carreira. Ou seja, a valorização dos trabalhadores técnicos administrativos que prestam bons serviços para os usuários”, explica a coordenadora.

O PCCTAE é um instrumento fundamental para assegurar a permanência dos trabalhadores.  A evasão de servidores é um problema que afeta diretamente o funcionamento das IFES, ocasionada pela falta de reconhecimento profissional, perspectivas de progressão na carreira e condições de trabalho inadequadas. “A desvalorização dos TAEs afeta diretamente a qualidade da educação, sendo essencial valorizar os trabalhadores para investir verdadeiramente na educação pública, gratuita e de qualidade”, completa.

A decisão de deflagração da greve foi tomada em assembleias realizadas na manhã da última quinta-feira, dia 07, na UFJF, reunindo quase 400 pessoas no anfiteatro da reitoria e plataforma meet. Na assembleia do IF Sudeste MG, Apes e grêmio estudantil também apoiaram a greve. Ao final da assembleia na UFJF, a categoria comunicou a decisão e entregou uma pauta local ao reitor Marcus David no anfiteatro da reitoria, que se comprometeu em apoiar e respeitar a greve dos TAEs. O reitor do IF Sudeste MG, André Diniz, recebeu o sindicato na sexta-feira.

A greve foi convocada pela Fasubra e tem como principal pauta a reestruturação da carreira dos técnico-administrativos em educação (PCCTAE), em resposta à inércia do governo em responder à proposta de reestruturação apresentada pela Fasubra e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) ao Ministério de Gestão e Inovação (MGI) na Mesa Específica e Temporária de Negociação.

Durante a tarde, está prevista a instalação dos Comandos Locais de Greve da UFJF, do IF Sudeste MG e do Hospital Universitário, dando continuidade às mobilizações em prol da valorização dos trabalhadores técnico-administrativos em educação e da qualidade da educação pública, gratuita e de qualidade.

A greve vem ganhando força nacional, com 32 universidades e 2 institutos federais iniciando a greve nesta segunda-feira, 18 universidades e 2 institutos marcando assembleia para deflagrar ou não no mesmo dia, e 4 universidades com assembleia marcada após o dia 13 de março. 12 instituições ainda não divulgaram informações a respeito.

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