Anualmente, o mês de outubro é marcado por uma campanha mundial de conscientização para a detecção precoce e prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa. Neste sentido, todo ano o Hospital Universitário da UFJF (HU) realiza uma série de ações articuladas com todos os setores com o objetivo de difundir conhecimento sobre o câncer de mama e suas formas de prevenção e tratamento.
De acordo com a enfermeira obstetra e chefe da unidade de saúde da mulher, Patrícia de Oliveira Lima, durante o mês são discutidos temas como hábitos de vida saudáveis, alimentação saudável, atividade física, ambulatórios de mastologia, entre outros. Este ano, as ações incluem a realização diária de mamografias, projetos de capacitação, mutirão de DIU (dispositivo intrauterino), divulgação das informações, sala de espera e consultas ginecológicas.
Conforme Patrícia, o HU utiliza o outubro rosa não apenas para falar sobre o câncer de mama, mas também como uma oportunidade, de, a partir do contato com a população e com outros profissionais, abordar a mulher como um todo. “A gente fala de métodos reprodutivos , mutirão de DIU, abordagens de estética e bem estar”, conta.
Em relação à mamografia, Patrícia explica que serão realizados 7 exames por dia, sendo 1 pela manhã e 6 à tarde. As interessadas deverão agendar na parte da manhã no NIRA, localizado no primeiro andar (unidade Dom Bosco).
As capacitações envolvem palestras e rodas de conversa sobre endometriose, inclusão social de jovens egressos do sistema prisional e atendimento à população trans, que serão divulgadas em breve.
As atividades em sala de espera envolvem abordagem com pacientes que aguardam atendimento. Segundo Patrícia, a ação conta com toda equipe interdisciplinar, fisioterapia, nutrição , educador físico, anestesistas, ginecologistas, mastologistas, médicos em geral, enfermeiros, técnico de enfermagem, assistentes administrativos, entre outros, cada profissional atuando com foco em sua área de domínio. “O educador físico vai abordar como a atividade física influencia na prevenção do câncer de mama, o nutricionista, como alimentação saudável vai ser importante na prevenção, os enfermeiros falam do acompanhamento do tratamento das pacientes, consultas e ambulatórios ofertados”, explica.
Câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais mata mulheres – saiba como se prevenir
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos, sendo também o de maior mortalidade. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos.
A doença é resultado da multiplicação de células anormais da mama, formando tumor com potencial de invadir outros órgãos. Alguns tipos de câncer podem se desenvolver rapidamente. Entretanto, quando diagnosticado e tratado no início, a maioria tem boa resposta ao tratamento.
Os fatores de riscos podem ser comportamentais e ambientais (obesidade, sedentarismo, consumo de bebida alcoólica, exposição frequente a radiação ionizante – raio x), hormonais, história reprodutiva ou ainda, hereditário (histórico familiar).
De acordo com cartilha publicada pelo INCA, dependendo do cargo que a mulher ocupa no mercado de trabalho, ela está mais sujeita ao desenvolvimento dessa doença. Entre as ocupações, a cartilha destaca o trabalho com radiologia, esterilização de materiais médico-cirúrgicos e hospitalares, esterilização industrial de produtos farmacêuticos e veterinários, de alimentos, de especiarias e de ração animal, carregamento e distribuição de óxido de etileno, produção e aplicação de agrotóxicos organoclorados, fabricação de transformadores elétricos, reparos elétricos, elaboração de aditivos para plastificantes, tintas e adesivos e atividades noturnas. Nesses casos, que afetam principalmente as mulheres mais jovens, a prevenção ocorre pela eliminação dos agentes cancerígenos nos processos de trabalho.
A redução do risco de desenvolver o câncer de mama é possível também através da manutenção do peso corporal adequado, prática de atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A amamentação também é considerada um fator de proteção.
A realização do autoexame ajuda a identificar os sinais e sintomas do câncer, que são: Caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; saída espontânea de líquido de um dos mamilos e pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
Essas alterações podem ser observadas pela própria mulher, no dia a dia, ou ainda pelo exame clínico das mamas, feito pelo médico.
Outra forma de diagnóstico é a mamografia. Mulheres com idade entre 50 e 69 anos devem fazê-la a cada dois anos. O exame consiste em uma radiografia capaz de identificar alterações suspeitas. Já a confirmação do câncer de mama é feita pelo exame histopatológico (biópsia), que analisa uma pequena parte retirada da lesão.
Para mulheres com idade inferior a 50 anos, a mamografia não é indicada, uma vez que as mamas nessa idade são mais densas e possuem menos gordura, o que compromete o resultado.
Entretanto, aquelas que tenham mãe, irmã ou filha com história de câncer de mama antes dos 50 anos ou de câncer de ovário (em qualquer idade) devem conversar com o médico para avaliar seu risco e decidir a conduta a seguir.
Previna-se!
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