Está disponível pelo governo federal uma nova consulta pública sobre o Future-se. Entretanto, assim como na primeira proposta, a Fasubra Sindical orienta as bases a não participarem. Isto porque, de acordo com a coordenadora da federação Naara Aragão, a maioria das universidades já mandaram seus pareceres fundamentando suas posições contrárias ao projeto. “Achamos muito antidemocrático, mesmo [a rejeição a proposta] tendo passado pelas universidades e sido estudada pelos melhores professores e técnicos com formação especializada em educação, ainda assim, o governo coloca goela abaixo via projeto de lei”. Segundo ela, a consulta é para que sejam realizados adendos sobre o programa. “Nós somos inteiramente contra a proposta, não temos alterações para fazer. Somos contrários a essa proposta de universidade, por ser neoliberal e privatista”. Conforme Naara, o projeto foi amplamente debatido dentro das universidades, em assembleias tanto dos sindicatos dos técnico-administrativos, quanto dos estudantes e dos professores, tendo sido rejeitado pela maioria das universidades brasileiras em seus conselhos universitários devido ao seu aspecto meritocrático e mercadológico. ‘‘As instituições concluíram que o projeto não apresenta mudanças necessárias para as universidades, que necessitam é de mais custeio público. Não podemos jogar a responsabilidade da educação pública para o setor privado, como o Future-se propõe. Ele deixa a maioria do custeio ser via empresas privadas, de acordo com seus interesses, aqueles que não estiverem de acordo, mesmo que seja de importância social, não terão fundos”, afirma.
O programa Future-se faz parte dos diversos ataques ao serviço público federal. Para tentar forçar sua adesão, no último semestre o governo federal contingenciou recursos das instituições federais de ensino, e mesmo sem êxito, o Ministério da Educação insiste na proposta, desta vez maquiada. Por isso, o mesmo enfrentamento que derrotou o programa em 2019, será necessário em 2020. “Nós vamos fazer um trabalho muito forte de mobilização da nossa categoria, para que possamos mostrar para a sociedade que este projeto não fortalece, e sim exclui muitos brasileiros do acesso às universidades”, destaca Naara.
Estado de Greve
A rejeição ao Future-se faz parte do eixo do Estado de Greve encaminhado pela Plenária Nacional da Fasubra nos dias 07 e 08 de dezembro. Na ocasião, os delegados presentes encaminharam que as entidades de base da FASUBRA, aprovassem o Estado de Greve, para ser construída, em conjunto, com pelo menos o setor da educação superior (ANDES, SINASEFE).
A orientação será debatida na próxima assembleia de TAEs da UFJF, que acontece no dia 28 de janeiro, às 9h, no anfiteatro da reitoria. Além desta pauta, também será realizada a escolha de delegadadas/os para Plenária Nacional da FASUBRA, a ser realizada dias 14 e 15 de março de 2020, e os informes sobre novas funcionalidades do ponto eletrônico.
Confira o Eixo do Estado de Greve:
● Contra as PECs de destruição dos serviços públicos e seus servidores;
● Contra a política de privatização das IPES, representada, por exemplo, pelo projeto
Future-se;
● Em defesa da democracia nas IPES: reitor eleito é reitor empossado;
● Em defesa da democracia;
● Fora Weintraub!
● Contra a reforma sindical que busca destruir a organização das trabalhadoras e
trabalhadores;
● Contra a reforma administrativa que busca destruir os serviços públicos;
● Contra as PECs paralelas da reforma da previdência;
● Por reposição salarial já!
● Pela revogação de legislações, decretos, instruções normativas e portarias que ataquem
as trabalhadoras e trabalhadores, como por exemplo, a IN 02;
● Contra a privatização dos Serviços Públicos (Correios, Serpro, Eletrobrás, Petrobrás,
BB, Caixa, CODESA, CODESP, INPE, DATAPREV, Embrapa, IBGE, lençóis e aquíferos,
outros).
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