Dia Internacional da mulher negra, latino-americana e caribenha

25/07/2019

O dia 25 de julho, Dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha é um marco internacional das lutas, resistência e organização destas mulheres, reconhecido pela ONU e diversas outras instituições.

De acordo com a coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa, infelizmente os mesmos motivos da criação da data perpetuam nos dias de hoje.

“Há muito a gente vem lutando, desde o tempo da escravidão, tentam nos impor a margem da sociedade. Nossa vida é muito mais difícil comparada a vida das outras mulheres. Isto porque o machismo é estrutural e mais cruel com as mulheres negras”.

Segundo a coordenadora, as mulheres negras estão na base da pirâmide social, estando no topo os homens brancos, em seguida as mulheres brancas, depois os homens negros, e por fim as mulheres negras e indígenas. Por isso, é preciso manter em constante luta, e não deixar que as mulheres negras sejam invisibilizadas.

Militante desde que se entende por gente, e sindicalista desde o início de sua carreira profissional, Maria Angela destaca que em 50 anos de existência do Sintufejuf, ela é a primeira coordenadora geral mulher e negra eleita. “A gente tem muito que lutar, poucas de nós ocupamos lugar de prestígio e destaque na sociedade” afirma.

Ela relembra a atual conjuntura na qual o país está atravessando, com um governo machista, racista, e que ameaça conquistas, principalmente as cotas. “É um retrocesso de tudo que a gente luta e que já conseguiu avançar nos dias de hoje”, lamenta.

Conforme a coordenadora, é preciso disputar a cada dia o lugar de poder, de espaço da mulher negra, exigindo a igualdade de tratamento profissional, com os mesmos salários que os homens. “Não vamos deixar que rasguem as nossas bandeiras. Vamos fortalecer o feminismo negro, e não admitir nenhum retrocesso. Temos que fazer valer as lutas de nossas ancestrais, guerreiras desde Tereza de Benguela, Dandara e Marielle Franco. Fazer valer a luta destas e de tantas outras mulheres negras que estão no anonimato, e nem por isso a luta é menor”, afirma Maria Angela.

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