DCE é proibido de entrar no Campus JF do IF Sudeste MG para realizar panfletagem

10/06/2022

Na manhã da última terça-feira, 07, alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) pertencentes ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) foram impedidos de entrar no IF Sudeste MG com material de campanha para o ato que foi realizado ontem, 09, no Parque Halfeld.

A representante do DCE, Maria Edna Fernandes Sena relata que ao chegarem no Instituto, os estudantes foram recebidos por um segurança na portaria que barrou a entrada, sendo estabelecido um diálogo somente através do presidente do Grêmio Estudantil da própria Instituição. Foi solicitado um dos panfletos para que a chefe de gabinete liberasse o acesso, porém, a resposta obtida foi de que os dizeres no material de ‘Fora Bolsonaro” se tratavam de campanha política, e não poderiam ser distribuídos na Instituição.  

O panfleto em questão trata-se de um material informativo sobre a manifestação contra o corte de verbas na educação pública, anunciada pelo governo Bolsonaro em mais de 3,2 bilhões de reais, e foi elaborado em conjunto pelas entidades, tratando-se de uma manifestação política, e não uma campanha, como foi abordado pela direção. 

Após um longo tempo de diálogo os estudantes conseguiram entrar no IF Sudeste MG, porém, todos os panfletos foram confiscados e proibido que ficassem até mesmo nas bolsas e mochilas dos integrantes do DCE. Os alunos da instituição reclamaram sobre a falta de liberdade para se organizarem como coletivo, uma vez que é uma exigência que esses coletivos sejam institucionalizados e também sobre a proibição de manifestações na porta do Instituto. 

O coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, cobra uma explicação da direção do campus e da reitoria sobre o ocorrido: “É preciso não compactuar com esse tipo de atitude e garantir que os estudantes e trabalhadores possam se manifestar politicamente sobre o que acontece em nosso país. É primordial uma explicação dos dirigentes do campus Juiz de Fora do Instituto Federal,  que revejam o procedimento, esclareçam o que aconteceu, e não permitam que esse tipo de situação ocorra novamente dentro de uma instituição pública de ensino”, destaca. Para ele, há no país uma tentativa de calar as vozes que se organizam para protestar contra os ataques à educação e ao serviço público, como os cortes orçamentários, desrespeito às democracias dentro das instituições e retiradas de direitos dos trabalhadores. Neste sentido, o coordenador cita projetos como o “Escola sem partido” e a tentativa de desfinanciar as entidades sindicais. Flávio compara o ocorrido com impedir um advogado falar em sua defesa durante um julgamento. “Os estudantes estavam lá justamente para defender aquela instituição e as outras instituições públicas de ensino frente aos ataques do governo federal”, afirma.

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