Primeira Coordenadora Trans do SINTUFEJUF é também Primeira Mulher Trans Técnico-Administrativa a participar de Reunião do Conselho Superior da UFJF

14/02/2025

Pela primeira vez na história das universidades federais, uma técnico-administrativa mulher transexual participou de uma reunião do Conselho Superior (Consu). O marco histórico aconteceu na sexta-feira, 14 de fevereiro, quando a coordenadora de Organização e Política Sindical do SINTUFEJUF Dandara Felicia Silva Oliveira, eleita em assembleia geral do SINTUFEJUF (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFJF) no dia 10 de janeiro, ocupou oficialmente seu lugar como representante da categoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no Consu.

Dandara, que também é a primeira coordenadora mulher trans do SINTUFEJUF reafirma a importância de ocupar espaços de poder e decisão como forma de normalizar a presença de corpos trans na academia. Para ela, esse momento não é apenas uma conquista pessoal, mas um avanço para toda a comunidade LGBT. “A importância é que a gente normaliza a presença dos corpos trans nesses lugares de poder e decisão. Para mim, é um orgulho imenso, porque sempre me senti pertencente à universidade, sempre senti que a universidade era um lugar muito importante para a cidade. Então, para mim, estar naquele lugar é um orgulho enorme”, conta emocionada.

Dandara ressalta também o caráter pedagógico dessa conquista, tanto para a comunidade LGBTQIAPN+ quanto para a universidade em si. “É um processo pedagógico. É um ganho para a comunidade LGBTQIAPN+, é claro: sabemos que podemos ocupar esses espaços quando uma de nós ocupa. E é um ganho também para a comunidade acadêmica, uma vez que as outras pessoas passam a respeitar a nossa ocupação desses espaços”, explica.

Segundo Dandara, sua presença no Consu vai além de uma representação individual; trata-se de abrir portas para o avanço de debates e de processos essenciais dentro da universidade. Ela acredita que a maior ampliação da participação da população se dá quando se cria um ambiente de respeito e inclusão nas esferas decisórias. “Para a comunidade acadêmica em geral, é uma maneira de avançarmos debates que precisam ser realizados e processos que precisam ser discutidos dentro da universidade, para a maior ampliação da participação da população”, completa.

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