O Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora (CONSU) aprovou, nesta quarta-feira, 02, as ações preparatórias e o cronograma para o primeiro semestre suplementar dos cursos de graduação presencial da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As decisões são válidas somente para quando autorizado o retorno das atividades presenciais pelo CONSU. O objetivo é viabilizar aulas práticas em alguns cursos de saúde com atividades cujas propostas não puderam ser adaptadas ao Ensino Remoto Emergencial. A estimativa é que o semestre suplementar para os cursos de medicina, enfermagem e odontologia envolva cerca de 1886 estudantes, 271 docentes, 113 TAEs e 11 terceirizados. A suspensão das atividades presenciais nos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares estão mantidas até 30 de junho, conforme deliberação do CONSU em março.
De acordo com o coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, os representantes do sindicato no CONSU solicitaram a retirada de pauta do debate sobre o planejamento do período suplementar, entretanto a proposta foi rejeitada pela maioria do conselho. Diante disso, o SINTUFEJUF propôs alguns ajustes no documento, como garantir no texto que todos que não foram vacinados permanecessem em trabalho remoto e que todos os trabalhadores que atuassem presencialmente fossem testados regularmente. Essas sugestões surgiram em assembleia geral da categoria realizada em maio. Na ocasião, os TAEs se posicionaram contrários ao retorno presencial sem que todos estivessem vacinados, e levantaram também a preocupação em relação à escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Colocadas em votação no CONSU, as propostas do sindicato de condicionar o retorno à vacinação e de testagem regular foram rejeitadas por 37 votos a 9. Votaram com a proposta do SINTUFEJUF a APES, a Faculdade de Serviço Social e o Colégio de Aplicação João XXIII. A Faculdade de Educação e o Instituto de Artes e Design (IAD) se abstiveram.
Embora o documento preveja que as aulas práticas presenciais deverão ocorrer de forma segura, gradativa, planejada a fim de preservar a saúde e a vida das pessoas, o SINTUFEJUF entende que isso não é possível. “Não há como a UFJF, por exemplo, aplicar protocolos nos ônibus urbanos que em algumas situações circulam com número excessivo de passageiros. E algumas estruturas da instituição terão grande dificuldade em evitar, por completo, a aglomeração”, afirma Flávio.
No documento aprovado, também consta que o semestre suplementar deverá obedecer aos protocolos de Biossegurança da UFJF, garantindo o distanciamento físico parcial de toda a comunidade acadêmica, e os processos de aquisição e distribuição de EPIs pela PROINFRA. Diante disso, SINTUFEJUF sugeriu e o CONSU acatou, que na falta de EPI, o trabalho presencial seja suspenso. Para Flávio, esta é uma importante garantia porque reduz o risco no ambiente de trabalho. Outra inclusão do sindicato acatada pela administração da UFJF foi o uso do sistema de monitoramento de casos suspeitos e/ou confirmados de COVID-19, também para o Programa de Ingresso Seletivo Misto (PISM). O sistema consta como parte do planejamento do semestre suplementar.
Em relação ao cronograma, o coordenador de comunicação do SINTUFEJUF e representante dos TAEs no CONSU, Márcio Sá Fortes solicitou que o mesmo fosse discutido em outro momento, e não junto com o documento. Embora o conselho tenha acatado a separação do cronograma, a votação seguiu após a aprovação das ações preparatórias .
Para ele, a data de início do período suplementar não deveria constar no cronograma, uma vez que ela depende de outra votação no Consu alterando a resolução que suspende este tipo de atividade presencial. “A aprovação da data hoje implicaria um enviesamento da próxima discussão no CONSU já que não se trata de uma simples proposta, mas uma data aprovada pelo próprio conselho”, explica. A sugestão do coordenador foi rejeitada pelo CONSU com 32 votos contrários, 12 a favor e 4 abstenções.
Desta forma, o cronograma aprovado prevê a autorização para início do semestre suplementar em julho, após todas as etapas de adequação previstas no planejamento, como adequações de infraestrutura, aquisição de EPIs, mapeamento de autodeclaração e de vacinação de servidores, entre outras.
Esta foi a terceira reunião do CONSU para debater o tema. Segundo Sereno, tanto a obrigatoriedade do mapa de vacinação quanto a atualização das autodeclarações foram reforçadas nas falas do sindicato em todas as reuniões.
Notícias mais lidas