Na última terça, 20 de novembro, quando comemora-se o Dia da Consciência Negra, aconteceu na sede administrativa do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora – Sintufejuf o “Café com debate”, com o tema “Os desafios da luta antirracista na atual conjuntura política”, organizado pelo Sintufejuf e pela Associação dos professores de ensino superior de Juiz de Fora – APES.
Na mesa de abertura estiveram presentes a coordenadora geral do Sintufejuf, Maria Angela Costa, o segundo secretário da Apes, Jalon de Morais Vieira, o presidente do Conselho Municipal para a Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), Rogério Silva e o ex-vereador de Juiz de Fora Jucélio Aparecido José Maria. Após a abertura quem deu seguimento à discussão foi a militante do Coletivo Vozes da Rua Adenilde Petrina Bispo, filósofa, professora de história da rede municipal aposentada e doutora honoris causa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para Adenilde o principal desafio da população negra, em 2018, será a sobrevivência, especialmente para a população que mora na periferia, locais mais pauperizados, quilombolas, indígenas e outros. “A gente tem que estar inteiro pra enfrentar esse desafio”, afirmou a militante, que também disse ser necessário realizar cada vez mais eventos como esse. Maria Angela concorda com a avaliação e afirma que “não podemos nos esquecer das nossas origens, ancestralidade e do que está por vir”. Para ela é muito importante que agora estejamos “vivos, juntos e com vontade de continuar fazendo a luta”. Adenilde Petrina também falou que os sindicatos devem ir mais às favelas e buscar produzir jornais e outros materiais informativos que falem sobre conjuntura e organização popular. “Acho muito bonita essa história de ‘não larga minha mão’, mas a mão do pessoal favelado continua largada”, afirmou Adenilde.
A necessidade de unir os movimentos sociais e a população em geral permeou boa parte do debate. “Esse juntar de forças nesse momento é muito importante, até porque a gente está vivendo um período agora no qual as perspectivas não são as melhores, por conta desse novo governo que vai tomar posse em 2019”, afirmou Jalon de Morais. Para ele a realização do evento, uma parceria entre Apes e Sintufejuf, é uma forma de fortalecer o movimento, o diálogo e a contribuição à resistência. Maria Angela também colocou a união como algo essencial à resistência neste momento e fez um balanço positivo do debate. “Me emocionava toda hora. Me arrepiava toda hora.”, afirmou a coordenadora geral do Sintufejuf, ressaltando as poesias trazidas pelo Slam de Perifa, que, para ela, trazem esperança e poesia para o cotidiano da luta, que tem seus momentos duros e tristes, mas também pode ser poética. “A gente precisa disso pra continuar fazendo a resistência e o enfrentamento”, afirmou Maria Angela. Para ela não há outra forma de conseguir a valorização do trabalhador e do ser humano que não seja através da luta.
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