Conhecer para enfrentar: TAEs da UFJF trabalham na produção e divulgação de informações da Covid-19

11/08/2020

TAEs da Diretoria de Imagem Institucional trabalham remotamente na apuração de informações sobre a Covid-19, além dos demais acontecimentos da UFJF

Neste cenário de pandemia, a atuação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no desenvolvimento de iniciativas de enfrentamento à Covid-19 tem sido decisiva. O trabalho incansável das trabalhadoras e trabalhadores do Hospital Universitário, a produção de sabão em barra, sabonete líquido, álcool gel e Face Shields, testagens, estudos de índices de infectados de Juiz de Fora e região, são alguns dos muitos projetos que colocam Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs), terceirizados, professores e bolsistas na linha de frente desta luta. E, tão importante quanto, encontra-se o trabalho de divulgar o papel da ciência no combate à doença e manter a população informada. Trabalhar remotamente pode ser desafiador, mas as dificuldades não impedem os TAEs da Diretoria de Imagem Institucional de produzir e divulgar conhecimento científico e informação responsável sobre a situação da Covid-19 em Juiz de Fora.

Nova dinâmica de trabalho

A Diretoria de Imagem Institucional da UFJF é subdividida em setores, que foram mantidos no período de trabalho remoto: comunicação interna e externa, divulgação científica, audiovisual, design, redes sociais e cerimonial. Desde 17 de março, as equipes estão desenvolvendo a maior parte de suas atividades de casa, com exceção de ações pontuais que envolvem a produção de vídeos ou fotos. Aline Avellar, técnica-administrativa em educação da equipe de comunicação interna e externa, conta que a decisão do Conselho Superior (Consu) da UFJF pela suspensão do calendário acadêmico e início do trabalho remoto foi a mais acertada diante do cenário pandêmico. “O isolamento social é fundamental para a preservação de vidas, e nada é mais importante do que isso. Absolutamente nada!”, defende.

A repórter é responsável pela cobertura jornalística das atividades de ensino, pesquisa e extensão, circulando presencialmente pelo campus e, há quase cinco meses, apura todas as informações necessárias para a elaboração de notícias por meio eletrônico, como e-mail, WhatsApp e demais redes sociais. Uma das principais mudanças foi nessa forma de contato com colegas de trabalho, fontes e público, que presencialmente é mais enriquecedora e dinâmica. “Não há vantagens no trabalho remoto, exceto nesta situação de emergência. Os desafios são inúmeros, especialmente para a cobertura das atividades e demandas dos grupos historicamente excluídos do ambiente acadêmico: negros, pobres, periféricos. É fato que vivemos num país marcado por profundas desigualdades de raça, classe, gênero. Muitos estudantes não têm acesso à internet banda larga, a computadores, a espaço físico adequado em casa para os estudos. Desse modo, é muito mais complexo estabelecer contato com esses grupos neste contexto”, explica Aline.

Apesar dos desafios, a dinâmica tem funcionado bem. De acordo com a jornalista Flávia Lopes, que também é TAE na Diretoria de Imagem Institucional, muitos gestores se surpreendem com a eficácia das ações. “O foco passa a ser a qualidade do material produzido e não a carga horária e presença no espaço de trabalho, o que avalio como uma mudança importante”. Entretanto, a dificuldade de delimitar um horário de trabalho complica a rotina, e Flávia ressalta também outros problemas encontrados, como a qualidade da internet em casa, os equipamentos e a estrutura familiar na pandemia. “Outra questão que colocaria como importante a se discutir é a rotina em uma casa com crianças, que estão sem aula. Existe a necessidade de se pensar nos setores uma flexibilidade de horário para conciliar atividades de ensino a distância de filhos, rotinas da casa e uso compartilhado dos equipamentos por outros membros da família”, conta.

UFJF na luta contra a desinformação

A UFJF, através da Diretoria de Imagem Institucional, tem desempenhado um papel fundamental na produção e difusão de informações sobre prevenção e combate à Covid-19. Segundo Raul Mourão, outro TAE que compõe a equipe de jornalistas da Diretoria, já foram produzidas mais de 240 notícias de utilidade pública relacionadas a saúde, campanhas, estratégias para lidar com o distanciamento social, pesquisa e inovação, como também análises com pesquisadores locais e nacionais. “Neste trabalho remoto, todos os projetos e atividades de comunicação estão em andamento, adaptados ao contexto de pandemia, sejam os de divulgação científica, mídias sociais ou de atendimento à imprensa”, conta Raul. Para ele “a UFJF personifica a produção científica localmente, sendo uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente que se configura como uma fonte confiável de informação nesse período em que há uma difusão de fake news”. Somente entre março a julho, já foram contabilizadas mais de 800 mil visualizações de notícias no portal da UFJF e dezenas de milhares de compartilhamentos em redes sociais.

Num cenário em que a universidade pública vem sendo questionada, Flávia diz ter condições de reafirmar a sua importância e deixar evidente que só a ciência será capaz de encontrar uma solução para o enfrentamento ao coronavírus. “É do trabalho de pesquisadores que virá a vacina e os melhores tratamentos para o combate à pandemia”, defende a jornalista. Entretanto, para além das ações diretas no combate à doença, Aline reforça que é imprescindível que as universidades públicas produzam ciência e informações que fomentem a compreensão da população sobre a realidade do país, como o papel do Sistema Único de Saúde (SUS), os riscos impostos pelo Emenda Constitucional do Teto de Gastos, como a pandemia atinge de modo desigual brancos, negros e indígenas e como as decisões de governantes fizeram o país ultrapassar a marca de 100 mil óbitos pelo coronavírus. “Neste cenário, é impossível não ser tomada por um sentimento de tristeza profunda em relação à situação do país. As pessoas mortas pelo coronavírus no Brasil são majoritariamente negras, pobres e periféricas. E, se você observar com atenção, vai notar que muitos canais de comunicação ignoram esses dados. É no sentido de retirar essas informações da opacidade, de fomentar a reflexão na sociedade, que vejo a relevância da produção de informações nas universidades públicas brasileiras”. 

Apesar do desafio não só de produzir esse conhecimento, mas de fazer com que a informação chegue a um número amplo de pessoas, Raul comenta a importância de não deixar de lutar. “Muitas vezes o resultado pode ser frustrante, mas em outras é compensador. Acredito que é um trabalho de plantar sementes: um dia aramos a terra com a relevância de uma pesquisa, em outro adubamos com a diversidade do Jardim Botânico e mais além regamos compartilhando os dados de uma modelagem estatística. Que os frutos sejam colhidos saudáveis e seguros.” 

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