Coletivo Mães Pela Liberdade reúne mães de Juiz de Fora em busca de uma sociedade mais igualitária

13/05/2022

O coletivo Mães da Liberdade, que atua na cidade de Juiz de Fora já há cinco anos, trabalha com o acolhimento de pais, mães e familiares de pessoas LGBTQIA+, lutando pelos direitos de seus filhos e filhas. 

O projeto funciona através de doações e não conta com nenhum apoio público. Toda terça-feira acontece o acolhimento no Centro de Referência LGBTQIA + na UFJF, além disso são realizadas doações de roupas para pessoas em situação de vulnerabilidade através do Bazar Arco-Íris, que se mantém por doações.

Para Rosângela Pereira Gonzaga do Carmo, formada em Serviço Social, Coordenadora do Mães pela Liberdade JF e Vice coordenadora estadual, o trabalho também visa poupar os filhos de outras mães a passarem o que os filhos das pessoas que estão no projeto já passaram. “Até a gente chegar nesse patamar de mãe, a gente já passou por muitos erros. A gente tem falas equivocadas, grosseiras e egoístas e quando a gente começa a perceber que as pessoas não vêm dentro de uma caixa e que elas podem ser o que elas querem ser, e isso não é uma opção, a gente muda como pessoa e como mãe. A gente quer passar para essas famílias o aprendizado que a gente teve de uma forma mais suave, para que essas famílias e essas pessoas não passem pelo aprendizado da forma que nós passamos. Porque essas famílias precisam apoiar essas pessoas. Só com o apoio deles, eles conseguem enfrentar o mundo”, declarou Rosângela. 

O Mães pela Liberdade também comanda o Projeto Libélula, onde ocorre empréstimo de itens necessários para cirurgias de mastectomia e próteses.  

As pessoas acolhidas pelo projeto chegam através de indicações e contato pelas redes sociais e podem optar pelo atendimento presencial ou remoto por ligação. O coletivo conta com psicólogos parceiros que atendem a preços simbólicos e, em casos mais extremos, até mesmo gratuitos. 

Por não contar com apoio público, um dos maiores problemas enfrentados pelo coletivo se encontra na falta de orçamento. Toda ação e trabalho funcionam de forma voluntária ou com doações. Além disso, outro problema que atinge o projeto é a falta de divulgação para que as ações cheguem até outras pessoas. 

De acordo com Roângela, o trabalho feito no projeto já se tornou parte de sua vida. “Não dá pra separar a minha vida da militância. Hoje em dia meus filhos não precisam mais desse apoio que nós prestamos, mas existem milhares de meninos e meninas que precisam que as famílias deles sejam acolhidas para eles serem acolhidos”, diz Rosângela. 

Como forma de comemoração pelo Dia Internacional da Família, neste domingo, 15, será realizado um piquenique na Praça Cívica da UFJF a partir das 14h, em conjunto com a ABRAFH. O evento também é uma forma de se movimentar como forma de enfrentamento à Lgbtfobia e enaltecimento da nossa união pela transformação social necessária no país. Estão convidados mães, pais, pessoas da família, amigos e movimentos sociais que desejem somar com a comunidade LGBTI+ para trazerem sua bandeira, violão, sua arte, sua música, sua dança e uma colaboração para o lanche.
Para doações, é possível entrar em contato com o coletivo por Instagram e Facebook @maespelaliberdade, pelo e-mail maespelaliberdade@gmail.com e qualquer valor pelo pix que pode ser feito para o e-mail do coletivo.

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