CLGS cobra resposta mais claras sobre pré-requisitos para trabalho presencial e solicita nova reunião com a reitoria para discutir pauta da greve

25/08/2021

O Comando Local de Greve Sanitária (CLGS) se reuniu na tarde de segunda, 23, para avaliar as respostas recebidas sobre o pedido de informações feito pelo Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão da UFJF (e-SIC) a respeito do cumprimento dos pré-requisitos necessários para o ensino presencial, e da reitoria sobre a pauta aprovada em assembleia. 

Compreendendo as respostas recebidas pelo e-sic como vagas ou pouco claras, o CLGS decidiu entrar com um recurso no portal. De acordo com o coordenador de comunicação do SINTUFEJUF, Márcio Sá Fortes, apenas duas ou três perguntas foram respondidas a contento. “Nós decidimos entrar com o recurso pois entendemos que a resposta recebida via e-SIC não é completa, algumas informações ficaram faltando”, afirma. Como exemplo, ele destaca que nas duas primeiras questões não foi respondida a segunda parte da pergunta, referente ao “quando serão executados”, que conforme Márcio é uma informação fundamental. Outro exemplo citado pelo coordenador, diz respeito às medidas de proteção. “Eles falam em adaptações da parte de infraestrutura, mas não falam quais. Isso não está claro nas respostas. O mesmo ocorre em outras questões, que deixam dúvidas”, explica. 

Márcio lembra que o SINTUFEJUF e a APES já haviam enviado um ofício às unidades acadêmicas com o questionário, antes mesmo de encaminhar ao e-SIC, porém não obteve retorno. “Chegamos a fazer uma postagem em tom de humor cobrando as respostas, mas fomos ignorados”, lamenta Márcio.

Segundo ele, o recurso elaborado pelo CLGS será relativo às perguntas que não foram respondidas, independente da veracidade das informações, não podendo ser feitos novos questionamentos. Em relação ao que foi respondido, se está realmente sendo aplicado ou não, Márcio explica que isso não cabe ao portal, e sim uma cobrança em outra esfera com a reitoria e as unidades.

O coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, lamenta que o diálogo com a instituição ocorra através da Lei de Acesso à Informação apenas porque as unidades acadêmicas ignoraram o ofício das entidades. “Vai ficando cada vez mais nítido que a não resposta é porque ela simplesmente não existe, ou se existir, elas [as direções]  terão que admitir que o cronograma aprovado no Conselho Superior (Consu) não foi cumprido”.

Após o debate sobre o questionário enviado ao e-SIC, Flávio Sereno apresentou ao CLGS a resposta encaminhada pela reitoria sobre a pauta da greve protocolada em ofício em 13 de julho.

Segundo Flávio, no dia 27 de julho, o CLGS se reuniu com o reitor que debateu a pauta e se comprometeu em respondê-la por escrito, para que fosse apresentada oficialmente à categoria. Foram debatidos os 4 itens: a suspensão do semestre suplementar, retirada de pauta do ensino híbrido, testagem regular e fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual para todos os trabalhadores em trabalho presencial, e não apenas daqueles incluídos no semestre suplementar.

De acordo com o coordenador geral, o ofício encaminhado pela reitoria ao SINTUFEJUF se configura mais como um relato da reunião do dia 27, que como uma resposta à pauta da categoria. Em relação ao primeiro tópico, a reitoria reafirmou que não concorda com a suspensão do semestre suplementar, apoiando-se na justificativa de que se trata de uma decisão do Conselho Superior. Entretanto, Flávio Sereno destacou que a solicitação não é para atropelar a decisão do conselho, mas colocá-la novamente em pauta defendendo a suspensão, uma vez que  o cronograma não havia sido cumprido.

Sobre a retirada do ensino híbrido da pauta do Consu, a reitoria concordou em iniciar as aulas somente após a imunização completa de todos os trabalhadores, porém insistiu em manter o debate no conselho. Quanto à testagem regular de todos que estão em trabalho presencial, a justificativa para não acatar foi a inviabilidade, afirmando que não se trata de um protocolo nacional, e que seriam testados somente aqueles que apresentassem sintomas.

A reitoria se comprometeu em estudar a viabilidade de fornecer Equipamentos de Proteção Individual a partir de um levantamento de todos que estiverem atuando em trabalho presencial. Entretanto, após quase um mês de ocorrida a reunião, a resposta entregue por escrito não apresentou nenhuma informação nova sobre o levantamento, se já está sendo realizado e se será possível atender a solicitação da categoria.

Durante a reunião, foram discutidos outros pontos que não faziam parte da pauta, como o fornecimento de transporte para os trabalhadores, garantido em resolução no Consu, mas que não foi executado, e a possibilidade do semestre suplementar que termina em setembro, retornar somente em outubro, assim como o ensino híbrido. Estes questionamentos não tiveram respostas.

Após o debate, o CLGS deliberou por solicitar uma nova reunião com a administração superior, pedindo esclarecimentos sobre a resposta da pauta da greve. O ofício de solicitação foi protocolado segunda-feira. O CLGS manifestou a preocupação com a possibilidade de retomada do trabalho presencial para mais pessoas. “Estamos tentando uma nova reunião do comando de greve sanitária com a reitoria já que a resposta deixou algumas dúvidas. Nossa expectativa é que não haja nenhuma ampliação do trabalho presencial neste momento. Falta muito pouco para terminar a imunização de todos com a segunda dose. Não é razoável começar nem o ensino híbrido nem o segundo semestre suplementar antes disso”, afirma Flávio.

Com exceção do semestre suplementar e dos serviços essenciais, as atividades acadêmicas e administrativas nos campi de Juiz de Fora e de Governador Valadares  estão suspensas na UFJF até 28 de agosto. Entretanto, o Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas sobre a Covid-19 UFJF recomendou uma nova prorrogação da suspensão por mais 30 dias. O Conselho Superior ainda se reunirá na próxima sexta-feira, 27, para discutir a decisão do comitê. Na tarde de hoje, 25, o Conselho de Graduação (Congrad) está debatendo os critérios para a retomada gradativa das atividades presenciais na graduação.

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