A chapa 2, Avante, foi eleita, com 52% dos votos válidos, para a Diretoria Executiva do SINTUFEJUF (triênio 2022/2025). Após prorrogação de mandato decidida por três vezes em assembleias da categoria devido à pandemia, as trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos da UFJF (Juiz de Fora e Governador Valadares) e IF Sudeste MG, além das aposentadas e aposentados, escolheram nos últimos dias 13 e 14 de dezembro, segunda e terça-feira, a próxima gestão do sindicato. A disputa contou com duas chapas concorrentes. A chapa 1, “Resistir, Lutar e Vencer’”, apresentou como candidatos à coordenação geral Paulo Dimas de Castro e Jane Melandre e obteve 328 do total de 682 votos válidos (48%). Já a chapa 2 “Avante”, trouxe Maria Angela Costa e Flávio Sereno na coordenação geral, e obteve 354 votos.
Esta foi a primeira eleição híbrida, com votos online e presencial (em cédula). Aprovado pela categoria em assembleia, o formato só foi possível devido ao avanço da vacinação no município, que possibilitou a conclusão do esquema de imunização das trabalhadoras e trabalhadores da educação.
Na avaliação do representante da Comissão Eleitoral, Marcos Louzada, esta foi uma eleição muito concorrida, com as duas chapas que se respeitaram e fizeram uma bela disputa. “O fato do processo ter sido híbrido, presencial e a distância, permitiu que todos os sindicalizados pudessem participar. Desejo que a chapa vencedora, Avante, tenha um mandato que esteja alinhado às expectativas de todos os servidores e aposentados”.
Para Maria Angela, apesar do cenário atípico, o processo eleitoral foi bastante positivo, uma vez que possibilitou à categoria expressar sua vontade. “É uma forma que nós encontramos de estarmos inseridos na política e fazer as mudanças necessárias que a gente acredita serem melhores para a nossa vida e para o meio que a gente vive, em defesa das coisas que a gente acredita e luta”, explica. Segundo ela, é fundamental participar e fortalecer a democracia, que embora ainda seja muito frágil no país, ela salva vidas, transforma o mundo e contribui para construção da igualdade social.
Deste modo, Maria Angela ressalta que o voto híbrido democratizou ainda mais a participação das pessoas, tanto para aquelas que optaram pelo voto online, seja pela necessidade ainda de distanciamento, quanto para aquelas que ainda não lidam com o mundo digital e optaram pelo voto presencial.
Neste sentido, Jane Melandre ressalta a importância de manter as urnas presenciais. “Embora a sociedade viva uma era informatizada, na qual tudo caminha para ser virtual, muitos sindicalizados aposentados ainda têm dificuldades para usar esse módulo”, avalia. Segundo ela, apesar da pandemia, boa parte da campanha da chapa 1 foi realizada no corpo a corpo. “Nós usamos todos os protocolos de proteção. Parabenizamos a chapa vencedora.
O processo eleitoral é democrático. Agradecemos a todas e todos que depositaram seu voto na nossa chapa, onde ganhamos em todas as urnas presenciais. A nossa gratidão e respeito.
Continuaremos na luta” afirma.
Já Maria Angela acredita que a pandemia interferiu na forma de fazer campanha, devido à necessidade do cuidado com as pessoas e com a vida. “Nós ainda não estamos numa normalidade. Estamos num processo de mudança de hábitos. A gente tem que mudar a forma como sempre agimos. Não dá para pensar só na campanha eleitoral fervorosa, sem pensar em estar poupando as vidas das pessoas”, ressalta. Apesar disso, a chapa Avante buscou formas seguras de fazer campanha, para continuarem na luta e defendendo tudo que acreditam ser necessário para a categoria e para a população em geral, em defesa do serviço público, da educação e da saúde. A coordenadora lamenta a ausência do olho no olho da categoria durante os debates, que aconteceram de forma virtual, mas comemora que o formato possibilitou a participação de um número maior de pessoas, uma vez que quem não pudesse assistir em tempo real, assistiu em diferentes horários. Para ela, foi o momento de mostrar o perfil de cada chapa, de quem defende projetos de vida e de direitos e de quem promove fake news, além de toda a atuação da atual gestão, como a defesa da flexibilização da jornada de trabalho, o embate contra a Reforma Administrativa, entre outras lutas em prol da categoria. “O resultado final foi emocionante, mostrando que as pessoas participaram e entenderam o recado da chapa 2, valorizando todo o trabalho que fizemos até aqui e deram votos de confiança para seguir à frente do sindicato. Mostra o reconhecimento, a esperança e confiança que a gente vai seguir na mesma linha, lutando em defesa do serviço público, dos trabalhadores e da comunidade em geral, contra as fake news e contra o governo genocida”. Por fim, Maria Angela agradece a todas, todos e todes que acreditaram, votaram e participaram presencialmente ou online.
De acordo com Paulo Dimas, esta foi uma eleição completamente diferente das demais. “Numa eleição presencial, você tem contato com os trabalhadores, conversa com as pessoas e mostra a sua proposta. Na online, a gente fica um pouco distante das pessoas, não está no dia a dia. É uma eleição diferente. Então eu prefiro uma eleição presencial, onde a gente tem o contato corpo a corpo, em que você pode ir nas unidades e conversar com os trabalhadores em geral”, opina.
Sobre a campanha, Paulo Dimas afirma que já vinha sendo organizada há algum tempo. “Reunimos vários trabalhadores da universidade e fizemos uma campanha, em que a gente pôde percorrer todos os setores da universidade”, afirma. Paulo aproveita a oportunidade para parabenizar a chapa 2 pelo pleito e agradecer a todos da chapa 1 que de alguma forma se empenharam na eleição. “A gente agradece a participação de todos. É um momento especial no Brasil e na universidade dentro de um cenário de pandemia e nós fizemos uma campanha na qual nós visitamos trabalhadores em seus setores de trabalho, seja no campus ou nos próprios hospitais, seguindo todos os protocolos de segurança, com máscara reserva, álcool gel e distanciamento. Não fizemos campanha em grandes grupos, sempre com no máximo quatro pessoas para não promover aglomeração. Aproveitamos para agradecer em especial aos TAEs, professores e funcionários aposentados que votaram na chapa 1, aos quatro membros da comissão eleitoral que realizaram um trabalho muito bem feito, aos funcionários do SINTUFEJUF, a jornalista, e a todos que estiveram envolvidos na campanha, sem exceção”.
Conforme Flávio Sereno, o modelo híbrido foi construído para garantir a participação de quem não tinha condições de se deslocar presencialmente e também dos que não tem acesso a tecnologia para votar de forma remota. Flávio explica que estava prevista uma queda do quórum, uma vez que a UFJF ainda está num retorno presencial gradual, no qual muitas pessoas permanecem em trabalho remoto. Além disso, o IF Sudeste MG ainda não iniciou o retorno presencial. Em relação à campanha, Flávio acredita que também foi afetada pela pandemia. Assim, segundo ele, muito do material das chapas foi distribuído em meio digital, sem prejuízo dos impressos que também foram feitos. Reuniões virtuais se alternaram com contatos presenciais no diálogo com os sindicalizados. “Ficamos satisfeitos com o resultado que renovou por mais três anos nossa responsabilidade em falar pelos técnicos administrativos em educação e representar esta importante categoria nos espaços institucionais e nos de militância política de Juiz de Fora e Governador Valadares. O cenário nacional é dos mais difíceis da história brasileira e nosso sindicato é parte da luta pela educação pública brasileira. O governo não desistiu de privatizar as Instituições Federais de ensino com projetos como o “Future-se” e da destruição do serviço público brasileiro por meio da PEC 32, mal denominada reforma administrativa. Também segue na investida contra os aposentados e o próprio direito de se aposentar. Precisamos que os trabalhadores do serviço público estejam unidos e fortalecidos com entidades sólidas e preparadas para esse enfrentamento” afirma Flávio.
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