Estão abertas as inscrições para o curso “Sensibilização e Capacitação para Atendimento à População LGBTQIA+” oferecido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) com o apoio do Centro de Referência LGBTQI+ da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As aulas são gratuitas e acontecem às terças-feiras, de agosto e dezembro, em plataforma virtual. Para participar é necessário preencher o formulário disponibilizado no site da PJF até segunda-feira, 09.
Voltado para a população em geral, o curso tem como propósito capacitar as pessoas que lidam com o atendimento ao público em situações cotidianas. Isto porque, no dia-a-dia, a população LGBTQIA+ passa por diversas ocasiões constrangedoras em intensidades variadas, entre elas dentro dos serviços de atendimento ao público, sofrendo abordagens equivocadas, negação de direitos, omissão de cuidados e até mesmo violência. Desta forma, o coordenador de Comunicação do SINTUFEJUF, Felipe Santos, reforça a importância de o servidor público participar do curso de capacitação ofertado, para que o mesmo desenvolva um atendimento mais humanizado e consciente. Segundo Felipe, é fundamental conhecer para respeitar, uma vez que muitas pessoas não possuem informações sobre o tema. “Com o curso é possível ter um panorama geral a respeito de vários dos principais temas que impactam na vida da população LGBTQIA+ para aplicar no dia-a-dia. O objetivo é capacitar quem atende às pessoas para que não cometam erros grosseiros ou reproduzam qualquer tipo de preconceito”, afirma.
Uma das ministrantes do curso, a primeira vereadora suplente do PSOL em Juiz de Fora e militante transfeminista interseccional, Dandara Felícia ressalta que a ideia surgiu a partir promulgação do Decreto 14.291 que dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de travestis, mulheres transexuais e homens trans no âmbito da administração municipal. Dandara explica que a capacitação é uma iniciativa para ajudar os servidores públicos a atender melhor à população LGBTQIA+ em geral e as pessoas trans e travestis por conta do uso do nome social. “Ninguém aprende nada por decreto. Não dá para dizer para a pessoa que ela vai ter um atendimento de acolhimento à população LGBTQIA+, mas você não ensinou isso a ela. É óbvio que a gente não deveria ter que ensinar como uma pessoa trata a outra da melhor maneira possível, mas eu acho que é também uma questão do desenvolvimento de recursos humanos, como as boas práticas de atendimento” afirma. Para ela, o curso é de extrema importância também para ter um bom relacionamento não apenas com o público externo, mas até mesmo com colegas de trabalho.
Entre os erros comuns, Dandara destaca que muitos formulários de atendimento não contam com a possibilidade da pessoa se identificar como trans. Deste modo, ela expõe a importância de realizar um levantamento da população LGBTQIA+ na cidade, que procura atendimento nos órgãos públicos para que se possa pensar e construir políticas públicas baseadas em dados reais.
Os encontros são abertos a toda a população interessada e confere certificado emitido pela SEDH para quem tiver no mínimo 75% de frequência.
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