Atividades em celebração ao Mês da Consciência Negra levam maracatu e samba para a UFJF

30/11/2022

“Entendo que a cultura e a arte, em si, são políticas e também entendo a dança como uma arte libertadora. Quando você dança você se sente mais livre e o maracatu trás isso para nós. Acredito que o maracatu seja libertador”, destaca, cheia de axé, a coordenadora do Maracatu Trovão da Roza, Marina Gurgel. Ela participou no último sábado, 26, das atividades político-culturais realizadas na Ágora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), organizadas pelo SINTUFEJUF e APES, que tiveram o objetivo de reafirmar a luta das entidades contra o racismo e celebrar o Mês da Consciência Negra. 

Homenageando no nome o grupo de maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife e Roza Cabinda, a primeira mulher negra escravizada a conseguir, no munícipio de Juiz de Fora, a própria alforria através de sua luta, o grupo Maracatu Trovão da Roza abriu as atividades com muita música e dança. Depois, às 15 horas, foi realizada, na sede da APES, a Oficina de Tambores, com o músico, capoeirista, arte-educador e pesquisador da cultura popular brasileira e musicalidade Africana, investigador das técnicas de confecção dos instrumentos africanos, Diogo Veiga. Na oficina, os 13 participantes foram apresentados aos diversos ritmos e maneiras de se tocar um atabaque, ao som de cantigas de caboclo e boiadeiro, como “Sou Brasileiro, Brasileiro”.

Com afluência de ritmos as atividades foram encerradas com o grupo de samba de roda Ẹgbẹ Tóbi ọdẹ – Diogo Veiga e Grupo, juntamente do Grupo de Dança Afro Brasileira Makamba, com Alyne Santos. Começando na Ágora, às 16 horas, nem a chuva pôde parar a celebração dos ritmos e danças, que se encerrou às 20 horas, em frente à reitoria.  

Segundo a Coordenadora de Atividades Culturais do SINTUFEJUF, Elaine Damasceno, que esteve presente durante as apresentações com sua família, participar deste tipo de atividade “é enriquecedor, libertador e um encontro com minha ancestralidade. Quero passar isso para minha filha, para que ela reconheça em si a necessidade de manter a luta pela valorização da cultura negra, da religiosidade negra e do respeito e valorização dos nossos antepassados”. 

Outros eventos

Nesta quarta-feira, 30, dando continuidade às atividades em comemoração ao Mês da Consciência Negra, acontece o ciclo de palestras organizado pelo SINTUFEJUF e APES. A programação terá início às 15h, com a palestra da Coordenadora de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de Juiz de Fora, Samara Miranda, que terá como tema “Mulheres e Escolas de Samba”. Às 16h, a militante do movimento negro, Rita Félix, do Departamento de Memória e Patrimônio Cultural da FUNALFA, discutirá “As Cotas raciais no Brasil”. Encerrando o ciclo de Palestras, Adenilde Petrina, falará, a partir das 17h, sobre “A cultura hip hop como resistência”.

O evento será realizado na Sede Administrativa do SINTUFEJUF (Rua Santo Antônio, 309, centro).

Confira abaixo as fotos das atividades realizadas no sábado.

Notícias mais lidas