Contradizendo a própria decisão do Conselho Superior da UFJF (CONSU) que deliberou pela prorrogação da suspensão das atividades presenciais até 28 de setembro, foi aprovada na mesma reunião da última sexta-feira, 27, a oferta de disciplinas em formato intensivo no Campus Governador Valadares (GV).
De acordo com o coordenador de Comunicação do SINTUFEJUF, Márcio Sá Fortes, a medida envolve cursos do Instituto de Ciências da Vida (ICV), que contarão com um período na modalidade híbrida, ou seja, tanto presencial quanto remoto. Segundo ele, a justificativa é que devido a questões de estrutura física em GV, houve um represamento maior das disciplinas no instituto, e com isso, alguns cursos, conforme o argumento, ficariam incapacitados de repor a demanda reprimida. “Com a aprovação desse período intensivo, a parte de saúde vai praticamente toda voltar a funcionar presencialmente, uma vez que conta com um número grande de disciplinas, em vários laboratórios, inclusive anfiteatro”. O interstício terá duração de 30 a 40 dias e se destinará à oferta de disciplinas reprimidas durante os semestres de Ensino Remoto Emergencial (ERE) dos cursos de Medicina, Nutrição e Odontologia e do Departamento de Ciências Básicas da Vida
Márcio ressalta que o formato intensivo deliberado no CONSU ocorre antes mesmo de ser discutido e aprovado o ensino híbrido na universidade e o retorno gradativo das atividades presenciais, sob o argumento de que já está ocorrendo o semestre suplementar, e que todos os protocolos de biossegurança seriam seguidos. Desta forma, o coordenador orienta a categoria que for afetada pelo retorno presencial a entrar em contato com o SINTUFEJUF. “Estamos em greve sanitária, portanto os TAEs de GV devem procurar o sindicato para se informar sobre adesão à greve e não apenas se tiver descumprimento de protocolo”, destaca.
Márcio lamenta a decisão, uma vez que os trabalhadores da educação ainda não completaram a imunização completa contra a Covid-19, com a segunda dose da vacina e a janela imunológica, além de ter a orientação do Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas sobre o Novo Coronavírus (SarsCov-2) da UFJF de que não é o momento do retorno presencial. “É uma contradição, o mesmo fator que avalia que ainda tem a necessidade, considerando o quadro epidemiológico, de manter suspensas as atividades presenciais, você tem a liberação para que um grande contingente de alunos, professores e TAEs, compartilhem os mesmos espaços. Não é um volume pequeno de pessoas”, afirma.
Congrad aprova minuta para retorno gradual de atividades presenciais na graduação
Também na semana passada, no dia 25, o Conselho Setorial de Graduação (CONGRAD) aprovou a proposta de minuta para o retorno gradual das atividades presenciais nos cursos de graduação. De acordo com o representante dos TAEs e coordenador do SINTUFEJUF, Paulo Vitor Cota, a minuta da resolução segue as propostas da administração superior de retorno de atividades presenciais relacionadas a disciplinas práticas e teórico-praticas. O objetivo é adiantar as discussões para um possível retorno seguindo as diretrizes do CONSU.
Para isso, o documento estabelece os critérios para o retorno presencial que envolva os componentes curriculares práticos, teórico-práticos e estágio obrigatório, “garantindo a aplicação dos protocolos de biossegurança e o distanciamento geográfico parcial de docentes, técnicos administrativos em educação, servidores terceirizados e discentes”. Conforme a minuta, os componentes curriculares teóricos deverão permanecer formato remoto, entretanto, a parte teórica dos componentes curriculares teórico-práticos poderá ser ofertada de forma presencial.
Segundo Paulo Vitor, o SINTUFEJUF votou contrário tanto à proposta quanto às alterações que foram apresentadas, uma vez que elas flexibilizavam ainda mais as medidas de distanciamento social. “Tinham previsto só retorno das atividades práticas tanto de disciplinas só práticas como teórico-práticas, a proposta que alterou para possibilitar também aulas presenciais para parte teórica das disciplinas teórico-práticas”, explica Paulo Vitor.
De acordo com o também representante dos TAEs e coordenador do SINTUFEJUF Felipe Santos, a ideia é que o documento sirva como base para outro semestre suplementar, caso o CONSU não consiga aprovar o ensino híbrido, que combina atividades presenciais e remotas. “Neste documento, as disciplinas teóricas continuam no ensino remoto”, explica.
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