As trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFJF (Juiz de Fora e Governador Valadares) e IF Sudeste MG (campus Juiz de Fora e reitoria) presentes na assembleia geral híbrida na última terça-feira, 11, aprovaram por unanimidade o apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais. A decisão segue deliberação da última Plenária Nacional da Fasubra que também aprovou o apoio, entendendo que a defesa do serviço público e a valorização das trabalhadoras e trabalhadores passa pela vitória do ex-presidente.
A categoria aprovou também a participação no ato em defesa do Serviço Público e do orçamento digno das universidades, na próxima terça-feira, 18, a partir das 17h, no Parque Halfeld, organizado pelo Sintufejuf, Apes, DCE e APG.
Antes da discussão de conjuntura com a categoria, a assessoria jurídica do SINTUFEJUF explicou sobre os limites legais para que a entidade apoiasse algum candidato. Na ocasião, foi esclarecido que não há qualquer impedimento para a defesa de pautas que envolvam os interesses da classe trabalhadora e do serviço público, nem para denúncias de propostas que sejam prejudiciais aos mesmos. Entretanto, em relação ao apoio a candidatos, este não pode envolver investimentos financeiros, bens ou produção de peças publicitárias.
O coordenador de administração e finanças do SINTUFEJUF, Luiz Tegedor, fez uma avaliação do atual governo, concluindo que não foi bom, uma vez que foram retirados direitos dos trabalhadores, além de ter aumentado a fome, a pobreza, desemprego, evasão escolar. Os argumentos do coordenador foram baseados em dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas. Além disso, ocorreram vários cortes no orçamento da educação e os salários dos servidores públicos permaneceram congelados. Na oportunidade, ele também apresentou os riscos de mais 4 anos do governo Bolsonaro, como o fim da estabilidade do servidor público.
Para a coordenadora de organização e política sindical Natália Paganini, durante os governos petistas as pessoas tinham liberdade política para debater, se manifestar e fazer a luta, porém atualmente existe a política do medo. Ela levantou ainda algumas pautas defendidas pelo governo Bolsonaro, ainda que tenham sido derrotadas, como o projeto Future-se (que representa a privatização das universidades), revisão de políticas de cotas, homeschooling (modalidade em que as crianças são ensinadas em casa pelos pais). Natália denunciou também a tentativa de desmoralização da educação por meio da invenção da balbúrdia. Em contrapartida, nos governos petistas, o orçamento do MEC chegou a ser triplicado, além disso, 75% dos royalties do pré-sal eram destinados à educação, e 25% para a saúde, política que perdeu efeito em 2017 com a aprovação do “teto dos gastos”, após o golpe sofrido pelo governo Dilma, em 2016.
O coordenador de comunicação, Felipe Santos lamentou que a partir do atual governo tornou-se evidente a falta de apreço aos direitos humanos, a relativização da tortura e a não aceitação de indivíduos por serem diferentes. Para ele, as pessoas abriram mão de valores, aumentaram os conflitos familiares, a desigualdade social, o ódio e a ignorância, estão passando por cima de valores para conseguirem o que querem. Neste sentido, Felipe acredita que eleger Lula é derrotar a personificação do bolsonarismo, enquanto que, caso o atual presidente seja reeleito, toda sua política de genocídio, de ataque as mulheres e às minorias, será intensificada.
Para a coordenadora geral (licenciada), Maria Angela Costa, o atual momento é de muita fragilidade, o governo conseguiu eleger a maioria no congresso e está usando isso a favor da campanha. Assim, caso Bolsonaro seja eleito, ele conseguirá aprovação em qualquer pauta que retire direitos da classe trabalhadora e desmonte o serviço público. A coordenadora lamentou as mais de 700 mil mortes por Covid-19, sendo que muitas delas poderiam ter sido evitadas se o governo não tivesse negado a vacina à população. Maria Angela defende que não basta dizer que não votará em Bolsonaro, é necessário votar no Lula, para não correr risco de reeleger o atual presidente.
Ao final das falas, a categoria aprovou por unanimidade o apoio a Lula no segundo turno das eleições.
Informes sobre Trabalho Remoto
Durante os informes gerais na assembleia, o coordenador de administração e finanças, Luiz Tegedor comunicou que as diretrizes para o teletrabalho estão sendo discutidas em comissão instituída pelo conselho superior para tratar do tema. Segundo ele, é necessário identificar os possíveis riscos, benefícios, bem como as fragilidades das relações de trabalho. Luiz explica que não existe oposição ao trabalho remoto, o objetivo é estabelecer diretrizes para resguardar o trabalhador que optar pela modalidade.
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