Na tarde de ontem, 10 de outubro, Dia Nacional de Luta contra a violência à mulher, os técnico-administrativos em educação da UFJF participaram de uma roda de conversa promovida pelo GT Mulheres Trabalhadoras do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino (Sintufejuf). O tema do evento foi a campanha de prevenção ao câncer de mama, Outubro Rosa. Na ocasião, a professora da faculdade de enfermagem e coordenadora do projeto de extensão “De peito aberto”, Jaqueline Ferreira Bittencourt, orientou as participantes sobre a importância de realizar o autoexame, como ele deve ser feito e quais tipos de alterações na mama são preocupantes. “Se perceber nódulo, caroço, aspecto de casca de laranja, ou uma mama muito diferente da outra, implica procurar ajuda profissional”, alerta a professora. As orientações preventivas dizem respeito a praticar atividades físicas regularmente e evitar os maus hábitos, como a alimentação inadequada, cigarro e ingestão de bebidas alcoólicas.
Segundo ela, atualmente as chances de cura são muito maiores que há alguns anos, os procedimentos são menos agressivos, mas, ainda assim, é importante detectar o tumor precocemente. Jaqueline afirma que o sistema público de saúde possui todos os instrumentos necessários para tratar uma paciente com câncer, porém existe uma extensa fila de espera para conseguir agendar consultas e exames clínicos. Por isso, a mulher não deve esperar sentir algum desconforto para procurar um médico, e sim, realizar consultas preventivas periodicamente.
A professora explica que nem sempre a mulher que tem o seio mutilado devido ao câncer de mama, consegue se adaptar à prótese. “Por mais perfeita que fique a reconstituição da mama, algumas mulheres sentem que aquele seio não pertence a elas, não é de verdade”.
Para a coordenadora geral do Sintufejuf Maria Ângela Costa, a roda de conversa promovida pelo GT Mulher foi uma oportunidade de oferecer acesso a informações que a saúde pública não disponibiliza. “Ontem, nós aproveitamos o Outubro Rosa para fazer uma discussão sobre a questão do cuidado da mulher com o seu corpo e com sua saúde. Muitas mulheres não conseguem tocar o próprio corpo, nem se olhar no espelho. Porém, são atitudes simples, capazes de diagnosticar doenças”.
Os encontros do GT Mulher, junto à gestão 2017-2020, continuarão sendo realizados mensalmente, através de rodas de conversa, palestras, debates, círculos de leitura, atividades culturais, cursos, atividades políticas, atos e produção de materiais formativos. De acordo com a coordenadora de Educação e Formação Sindical, Natália Paganini, o objetivo é repercutir as demandas da base e desconstruir estereótipos de gênero e padrões estéticos dominantes como forma de combate a todas as formas de opressão e violência. Historicamente, o movimento sindical é marcado pelo machismo. São poucas mulheres à frente de processos políticos ou ocupando funções de coordenação das instâncias sindicais. “Na UFJF, as mulheres são minoria nos cargos de chefia, direção e representação em órgãos colegiados, além de vítimas frequentes de assédio. Propomos a elaboração e avaliação das políticas sindicais e institucionais voltadas à mulher cis ou trans na instituição”.
Maria Ângela afirma que trazer as discussões de gênero para o sindicato é uma forma de organizar as mulheres (cis ou trans) para reivindicarem seus direitos. “Infelizmente, a política que existe em relação às mulheres, não só em nosso país, como no mundo, é uma política machista, de retirada de direito das mulheres. As mulheres estão sempre à margem da sociedade”.
O fortalecimento do GT mulheres trabalhadoras do SINTUFEJUF e a articulação com os grupos organizados da FASUBRA e os coletivos feministas da cidade proporcionará a organização de encontros para debater temas de interesse das mulheres da categoria em diversas áreas: saúde, cultura, educação, lazer, segurança, formação política e sindical, melhoria do ambiente de trabalho e capacitação.
Notícias mais lidas