AMANHÃ, 12 de junho, às 14h, o GT LGBT+ do Sintufejuf se reúne pela primeira vez. A pauta será a Semana Rainbow da UFJF, que acontecerá entre os dias 9 e 19 de agosto de 2018. O evento é um projeto de extensão da UFJF, destinado à comunidade acadêmica (discentes, docentes, técnicos-administrativos e colaboradores terceirizados), à população da cidade de Juiz de Fora e entorno. O Sintufejuf recebeu o convite para a reunião preparatória da Semana e convida todas e todos a participar.
Na década de 90 a Organização Mundial a Saúde (OMS) reconheceu que a homossexualidade não é doença e a retirou da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). O marco demonstrou o que os movimentos de luta por direitos já reivindicam há décadas: a homossexualidade é mais uma das variadas formas de expressão da sexualidade e da afetividade humana, saudável e legítima. Ainda que essa seja uma vitória, há muitas lutas ainda necessárias. A transsexualidade, por exemplo, ainda é considerada uma doença pela CID. O Brasil lidera o ranking mundial de violência contra a população LGBT, especialmente as pessoas trans, que tem expectativa de vida de 35 anos.
Os índices de escolaridade, colocações no mercado de trabalho, salários, acesso à moradia e à segurança alimentar, qualidade de vida, manutenção no núcleo familiar, participação em espaços políticos institucionais e acesso aos equipamentos de lazer, cultura e saúde pela população LGBT são brutalmente inferiores aos da população em geral.
De acordo com a ONG Grupo Gay da Bahia, em 2017 foram registradas 445 mortes de pessoas LGBT no país: um assassinato ou suicídio causado pela “LGBTfobia” a cada 19 horas. Segundo a coordenadora de educação e formação sindical do Sintufejuf, Natália Paganini, “O sistema capitalista e patriarcal que ordena nossas relações sociais, políticas, econômicas, culturais e interpessoais e o machismo que estrutura nossa sociedade são elementos que confrontam e atacam nosso direito à existência e à visibilidade” e afirma que as mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais, sobretudo quando negras, sofrem essa violência com ainda maior ferocidade.
O avanço de políticas de neoliberais e direitistas coloca em xeque todas as conquistas do movimento até agora e pode aprofundar a situação de marginalização a que a população LGBT+ já está sujeita. Por isso no último Confasubra foi aprovada, por unanimidade, a criação da Coordenação de Políticas LGBT+ da Fasubra, que Natália Paganini caracterizou como “um avanço histórico da categoria no combate às opressões”. O Sintufejuf, ainda no ano passado, já havia aprovado em assembleia a criação do GT LGBT+, que agora se reúne pela primeira vez. A participação no GT é aberta a todas e todos e fundamental para que a categoria possa avançar nos debates e políticas ligadas à população LGBT+.
Notícias mais lidas