Trabalhadores técnico-administrativos em educação da Universidade Federal de Juiz de Fora paralisaram as atividades ontem, 19, no Dia Nacional de Lutas contra a Reforma da Previdência e participaram de um ato organizado pelo Fórum Sindical e Popular.
Convocada pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), Fórum das Entidades. Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e centrais sindicais a paralisação foi aprovada em assembleia geral no dia 08 de fevereiro.
A manifestação teve início às 17h na Praça da Estação, Centro. Representantes de entidades sindicais, além de movimentos sociais e estudantis, dialogaram com a população. Com carro de som, e entoando palavras de ordem, alternando com o samba enredo da Escola Paraíso do Tuiuti, vice-campeã do Carnaval do Rio de Janeiro em 2018, os manifestantes subiram a Rua Halfeld fazendo críticas ao governo Temer, e intervenções no trânsito, até a Câmara Municipal, no parque Halfeld.
No entanto, para a coordenadora geral do Sintufejuf, Maria Ângela Costa, não se pode confiar no governo. “Pode haver uma suspensão da intervenção para que a Reforma seja votada a qualquer momento”, afirma. Desta forma, é preciso mostrar que o movimento não recuou. “Estamos conseguindo inviabilizar com a luta, e a estratégia do governo é enfraquecer o movimento”, justifica.
A coordenadora destaca também que o dinheiro público está sendo gasto com a intervenção federal, sendo que a medida não resolverá o problema da violência. “O Rio de Janeiro não é nem a cidade e nem o Estado mais violento do país, no entanto são a vitrine do Brasil, que mais chamam a atenção da mídia. Isso deixa claro que a intervenção é estratégia política”, diz Maria Ângela.
De acordo com o coordenador de Organização e Política Sindical Igor Coelho, que esteve presente na assembleia de Governador Valadares, no campus avançado, a categoria entendeu que não paralisar porque a Reforma saiu de pauta, é se apropriar da militarização, o que seria incabível.
A técnica-administrativa do Hospital Universitário Janemar Melandre também defende a paralisação. Ela propõe que seja feita uma mobilização no dia 28 nos hospitais universitários, contra as perdas que os servidores públicos tiveram desde a entrada da Ebserh.
O segundo ponto de pauta das assembleias foi a escolha das delegadas ou delegados para a Plenária Nacional Estatutária da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA). O evento, que acontecerá nos dias 02 a 04 de março, em Brasília vai discutir o Plano de Lutas, o Dia Internacional da Mulheres (8 de março), a atualização do regimento interno do próximo Congresso da Fasubra (XXIII CONFASUBRA), entre outros assuntos de interesse da Categoria.
Com o objetivo de proporcionar um melhor diálogo para fortalecer ainda mais o dia 08 de março e a luta cotidiana das mulheres em toda a base da Federação, a Fasubra orienta os sindicatos a priorizarem a participação feminina nesta Plenária.
Em Juiz de Fora foram três chapas inscritas para eleger duas representações. Em ordem de sorteio: Tribo, Avante e Ressignificar, tiveram 5 minutos para defesa de cada chapa. O coletivo Tribo, defendido pelos técnico-administrativos Rogério Silva, servidor aposentado, e Janemar Melandre, afirmou a necessidade de defender a Universidade Pública. Segundo eles, os ataques do governo visam desqualificar e privatizar as instituições de ensino superior. A frente Avante, representada pelo servidor da Faculdade de Serviço Social Flávio Sereno e a servidora do Hospital Universitário Maria Ângela Costa, relembrou que a Plenária pretende realizar um balanço das lutas de 2017, organizar o Congresso da Fasubra (CONFASUBRA), além de traçar o plano de lutas para o próximo período, para não perder direitos da classe trabalhadora. Também foi lembrada a orientação da Federação para que sejam eleitas delegadas mulheres, contribuindo assim, para a construção do dia 8 de março. Maria Angela lembrou da paralisação exclusivamente feminina que ocorreu no dia Internacional da mulher, ano passado, e que pretende ser repetida este ano. “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”, disse a coordenadora, entoando o tema da paralisação. O técnico-administrativo da faculdade de engenharia, Heronides Meireles, falou pelo grupo Ressignificar. Ele defendeu o apoio masculino na luta das mulheres e lembrou o evento 8M, que acontecerá na UFJF no dia 08 de março, promovido pela União Nacional dos Estudantes, UNE. Para ele, o congresso da Fasubra já deveria ter acontecido, uma vez que além de resistir, é preciso também avançar na campanha salarial e na defesa da carreira dos TAEs.
Pela proporção, com 20 votos, o coletivo Tribo poderá levar uma representação, sendo Janemar Melandre, servidora do Hospital Universitário, escolhida como titular e Rogério Silva como suplente. A Chapa Avante obteve 25 votos, desta forma também poderá enviar uma pessoa, sendo escolhida Denise Rodrigues. Já o grupo Ressignificar, obteve 16 votos, e não terá delegadas ou delegados representando o coletivo em Juiz de Fora.
Foi referendada a indicação da direção do Sintufejuf, Maria Ângela Costa. Já em Governador Valadares, foi eleita a delegada Érica Aparecida e como suplente, Alessandra Efrem.
No terceiro ponto de pauta foram feitos os informes. Os trabalhadores discutiram sobre a implantação da flexibilização de trabalho. Foram feitas denúncias sobre a direção de algumas unidades acadêmicas e administrativas que estão dificultando o processo. Os representantes dos TAEs na comissão de Flexibilização Márcio Sá Fortes, Flávio Sereno e Heronides Meireles comentaram o assunto e afirmaram que estão se reunindo com as unidades para esclarecer dúvidas e colaborar na construção dos planos de flexibilização.
Outro ponto debatido são os cortes e redução do adicional de insalubridade. Por conta de mudanças nas normas que regulamentam o pagamento do adicional, a medida está sendo aplicada em todas as universidades do Brasil, e já atingiu não apenas trabalhadores do Hospital Universitário, mas tb de outros setores, como a Faculdade de Farmácia e Bioquímica, entre outros. assunto foi pautado também na assembleia do Hospital Universitário, que aconteceu na mesma data em período noturno.
Flávio Sereno informou ainda sobre a reunião que ocorreu entre o sindicato e a Comissão Interna de Supervisor de Carreira (CIS) para debater o impacto do decreto de extinção de cargos e suspensão de concursos publicado pelo governo federal em janeiro. Como encaminhamento foi decidido por uma reunião com a PROGEPE para
que possa
ser organizada uma apresentação destes impactos aos técnicos administrativos da UFJF.
O coordenador geral comun
icou à categoria sobre a campanha salarial lançada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) no último dia 19 de fevereiro. Os dois fóruns tem reunião agendada com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG) no próximo dia 02 de março, para iniciar as negociações sobre as reivindicações do Funcionalismo Público Federal, entre elas, a própria pauta da Campanha Salarial 2018, a preocupação com as carreiras dos servidores, reivindicações referentes à previdência e condições de trabalho.
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