O SINTUFEJUF, representado pela coordenadora de Educação e Formação Sindical Jurani Soares da Silva, participou da conferência “Cotas para Reparar, Educação para Transformar”, realizada na última quinta-feira, 9 de outubro de 2025, no Anfiteatro das Pró-Reitorias da UFJF, com transmissão ao vivo pelo canal da Diretoria de Ações Afirmativas (DIAAF) no YouTube.
O evento contou com a presença de Bruna Benevides, presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), referência nacional na defesa dos direitos da população trans e nas discussões sobre políticas afirmativas.
A conferência buscou fomentar o debate sobre a implementação das cotas para pessoas trans na graduação, destacando seu papel como instrumento de reparação histórica, inclusão e transformação social.
As cotas para pessoas trans foram apresentadas como um passo fundamental para corrigir desigualdades históricas e promover o acesso à educação a um grupo social que, historicamente, enfrenta altos índices de exclusão escolar e discriminação.
Durante o evento, foi reforçado que a presença de pessoas trans nas universidades contribui não apenas para sua emancipação individual, mas também para uma transformação coletiva, tornando o ambiente acadêmico mais plural e representativo.
Deste modo, Jurani ressaltou a importância da diversidade e do respeito dentro da universidade, defendendo que a luta por igualdade de direitos deve envolver toda a comunidade acadêmica. “Os direitos têm que ser iguais. Esse debate foi muito importante porque fala de educação, de acesso à graduação e de respeito. A universidade é um espaço de todos e todas”, afirmou a coordenadora.
A coordenadora compartilhou um relato pessoal marcante: ela só teve acesso à educação superior aos 56 anos, graças ao Programa de Apoio à Qualificação (ProQuali). Iniciativa voltada ao incentivo da formação continuada dos servidores. “Eu só consegui cursar faculdade aos 56 anos, graças ao ProQuali. Esse programa abriu portas para mim e para muitos servidores que, como eu, sonhavam em se qualificar”, contou emocionada.
A servidora, que atua na unidade Dom Bosco Hospital Universitário da UFJF (HU-UFJF), destacou ainda a relevância de discutir saúde e prevenção para pessoas trans, tema abordado por Bruna Benevides durante sua fala. “No hospital, vejo que as mulheres cis (que se identificam com o sexo biológico) têm acesso à prevenção ginecológica, mas as trans ainda não têm o mesmo acompanhamento. Essa é uma luta legítima por igualdade e dignidade”, pontuou.
Para Jurani, é essencial ampliar a divulgação de debates como este, tornando-os mais acessíveis à comunidade em geral. “Muitas pessoas não conhecem as cotas nem sabem dos seus direitos. É importante que a comunidade LGBTQIA+ e toda a sociedade participem ativamente dessas discussões”, observou.Ela também reforçou o papel do SINTUFEJUF na promoção de espaços de diálogo sobre equidade, diversidade e políticas afirmativas, ressaltando que o sindicato deve estar presente para representar os(as) trabalhadores(as) e fortalecer as pautas coletivas. “Quando o sindicato participa, ele leva junto a voz dos trabalhadores e das trabalhadoras, ajudando a construir uma universidade mais humana, diversa e acessível a todos”, completou.