Na última sexta-feira, 5 de setembro, durante assembleia geral, os técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFJF e do IF Sudeste MG aprovaram por unanimidade a adesão à Paralisação Nacional, marcada para os dias 10 e 11 de setembro de 2025. A mobilização ocorre em resposta à Reforma Administrativa e pelo cumprimento integral do Acordo de Greve firmado em 2024.
A assembleia iniciou com o relato da Plenária Nacional da FASUBRA, realizada de 29 a 31 de agosto, em Brasília. O coordenador do SINTUFEJUF, João Marcos Gonzaga, destacou a complexidade do debate sobre a greve. “Todo mundo concorda que o acordo de greve não foi cumprido e que as coisas não estão andando. Houve pedidos para uma greve imediata e pedidos por um calendário para essa greve. Mas entendemos que não estamos preparados para uma greve agora, principalmente por questões de mobilização.”, conta, João Marcos.
João Marcos ressaltou o sucesso da mobilização local da UFJF, uma das três universidades do país a alcançar mais de 50% de adesão nas últimas paralisações, junto com a UnB e a UFRJ. Ele também apresentou a proposta de doação de sangue simbólica, que visa dar visibilidade à luta da categoria e simbolizar cada um dos 17 pontos do acordo de greve não cumpridos. “É como se estivéssemos dando sangue pela causa, e a ideia é gerar visibilidade positiva na mídia, sem confrontos, apenas mostrando nosso engajamento.”
O TAE Felipe Santos reforçou a frustração percebida na plenária. “A plenária deveria ter votado a greve, mas vimos que 17 pontos do acordo de greve não foram cumpridos. Percebemos que a Fasubra sozinha não conseguiria enfrentar a Reforma Administrativa; por isso, a decisão sobre indicativo de greve precisa passar pelas bases.”, explica.
O coordenador-geral Carlos Augusto Martins destacou a importância da mobilização nas assembleias e atos de rua, alertando que a adesão não se limita apenas à paralisação. “Conseguimos manter uma média de 85% a 95% de paralisação em Juiz de Fora, mas a mobilização nas ruas ainda é insuficiente. É preciso que a categoria mostre sua força, pois sem visibilidade, o impacto da greve se perde.” relata.
Ele reforçou que a luta deve ser estratégica e organizada. “Não se trata apenas de parar, mas de mostrar presença, engajamento e compromisso com a nossa pauta. O sucesso da nossa mobilização depende da participação de todos.”, completa Carlos.
Outros delegados, como Felipe Bruno Braga de Melo, também destacaram os desafios nacionais: a dificuldade de mobilizar os colegas em assembleias virtuais, a necessidade de construir uma luta conjunta com outros segmentos do serviço público e o risco de desmobilização devido a pressões internas e conformismo entre servidores mais jovens.
Felipe Bruno reforçou a importância das próximas assembleias da segunda quinzena de setembro. “As assembleias que discutirão o indicativo de greve serão fundamentais. Precisamos ouvir a base para decidir se é o momento certo de entrar em greve pelo cumprimento integral do acordo.”, afirma.
A assembleia aprovou a paralisação dos dias 10 e 11 de setembro, com mobilização local, fechamento de ponto e caravana a Brasília. O sindicato abriu inscrições para o ônibus em parceria com o Rio de Janeiro.
Foi definido também um ato simbólico em frente à Reitoria da UFJF, às 5h da manhã do dia 10, caso a reitoria não respeite o direito de greve da categoria, para cobrar o fechamento do ponto e reforçar a visibilidade da mobilização:
Além disso, será realizado um seminário sobre o Reconhecmento de Saberes e Competências (RSC), no dia 11, das 9h30 às 12h30, com participação de Fernando Bandeira e Ronaldo Bastos, abordando a inclusão de aposentados, o dimensionamento de postos de trabalho e a avaliação de desempenho.
Durante a assembleia, a Coordenadora Geral do SINTUFEJUF, Rosângela Márcia Frizzero apresentou informações sobre eventos nacionais, como a V Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (15 a 19 de setembro) e o Encontro Nacional contra Assédio Moral e Sexual (26 a 28 de setembro). Na ocasião, Rosângela reforçou a importância da participação para fortalecer a mobilização e o debate sobre políticas públicas.