A manhã de ontem foi marcada pela mobilização e união das trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação (TAEs) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). Em um esforço conjunto, a categoria participou de atividades que visam defender a carreira TAE e buscar melhorias para a educação pública.
As atividades tiveram início com uma assembleia geral realizada às 8h no Hall da Reitoria da UFJF. Neste espaço democrático, os participantes discutiram importantes questões, com destaque para a pauta da greve em andamento e o encerramento das inscrições para a Caravana à Brasília, intitulada “0% de reajuste não dá!”, convocada pelo Fonasefe. Essa caravana, agendada para os dias 16 a 18 de abril, promete ser um momento para reivindicar os direitos dos servidores públicos.
Durante a assembleia, o coordenador geral do SINTUFEJUF, Flávio Sereno, falou sobre as negociações em andamento, tanto em nível nacional quanto local. O destaque foi para a reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), ocorrida na quarta-feira, dia 10. Nessa ocasião, o governo reiterou sua posição de não conceder reajuste linear ao funcionalismo, reafirmando uma postura de resistência às demandas dos servidores públicos.
Além disso, relatou sobre a reunião entre a ministra da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos, Esther Dweck, e a Frente Parlamentar da Educação. Flávio ainda informou que, segundo parlamentares presentes, a Ministra demonstrou sensibilidade em efetivar a reestruturação da carreira.
A conjuntura local também foi abordada, incluindo a iminente greve dos docentes a partir da próxima segunda-feira, dia 15. Essa decisão representa mais um movimento de mobilização dentro da universidade, ampliando a pressão sobre a administração e o governo. Adicionalmente, foi mencionada a posse da nova reitoria da UFJF e o pedido de agenda para a discussão da pauta local.
Após a assembleia na UFJF, os trabalhadores e trabalhadoras se uniram ao ato unificado convocado pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) na Ágora, próxima à reitoria, com a presença também de representantes da APES.
Flávio Sereno enfatizou a importância de convergir esforços entre diferentes setores da comunidade acadêmica na luta por uma educação pública de qualidade. “As nossas pautas são muito afins, elas têm afinidades, elas têm convergências, e acho que é isso que a gente precisa investir nesse momento, nas convergências, para que a gente consiga alcançá-las.”
A coordenadora geral do SINTUFEJUF Maria Angela Costa e a de Finanças, Elaine Bem, destacaram questões específicas enfrentadas pela comunidade acadêmica. Durante sua intervenção no ato, Maria Angela Costa trouxe à tona uma série de preocupações e desafios enfrentados pelos trabalhadores em educação, com ênfase na defesa dos hospitais universitários e nas dificuldades enfrentadas no diálogo com a administração. Na ocasião, ela ressaltou a importância de enfrentar o desmonte e a privatização do serviço público e relatou os esforços do Comando de Greve para entregar uma carta ao presidente da Ebserh, Arthur Chioro. No documento, o CLG questionou a judicialização dos Hospitais Universitários do estado de Santa Catarina e do Paraná pela Ebserh, o que representa um desrespeito à greve dos técnico-administrativos do Regime Jurídico Único lotados nos HUs. “O desmonte dos hospitais universitários e a privatização do serviço público representam um ataque direto aos direitos conquistados com muita luta”. Ela denunciou a postura do governo e a necessidade urgente de resistir a essas medidas, reafirmando o compromisso do sindicato em defender os interesses da categoria e da população em geral. “É fundamental ampliarmos nossos esforços de resistência e de articulação política para enfrentarmos esses desafios”. No final de sua fala, Maria Angela repassou o informe recebido pela representante do Comando Nacional de Greve (CNG), coordenadora de saúde e trabalhadora do nosso HU em Juiz de Fora, Andrea Ramos, destacando que a judicialização dos Hus de Santa Catarina e Paraná foram consideradas improcedentes pelo Ministério Público. A notícia foi ovacionada pelos participantes do ato. “Essa é uma vitória dos Comandos de Greve e fortalece o nosso movimento paredista!”, afirma Maria Angela.
Elaine Bem, também coordenadora do SINTUFEJUF, reforçou a necessidade de avançar em questões como inclusão, qualidade de vida e assédio dentro da universidade, destacando o papel fundamental da gestão em representar e atender às necessidades de todos os envolvidos na comunidade acadêmica.
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