O professor aposentado da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordenador do Grupo Divulgação (GD), José Luiz Ribeiro, será empossado como membro da Academia Brasileira de Cultura. A cerimônia está marcada para o dia 14 de novembro, na sede da instituição, situada no Rio de Janeiro. Ribeiro ocupará a cadeira de número 53, cujo patrono é o renomado poeta juiz-forano Murilo Mendes (1901-1975).
Na cerimônia que acontecerá na próxima terça-feira, juntamente com José Luiz, também tomarão posse outros nomes notáveis do cenário cultural brasileiro. Entre eles, a atriz Glória Pires, as cantoras Alcione e Liniker, bem como as ministras Margareth Menezes (da Cultura) e Sonia Guajajara (dos Povos Indígenas), todos destacados em áreas como teatro, cinema, televisão, música e diversos setores culturais.
Professor, diretor, escritor, ator, cenógrafo, jornalista e filiado ao SINTUFEJUF, José Luiz Ribeiro completa este ano seis décadas de dedicação à arte teatral, sendo uma figura emblemática no ambiente acadêmico e artístico de Juiz de Fora. Seu legado na UFJF é marcado pela atenção ao ensino e à promoção da cultura, não apenas como um professor exemplar, mas também como um visionário que transformou o Grupo Divulgação em uma referência nacional. Sua paixão pelo teatro transcende os palcos, influenciando gerações de estudantes e artistas locais, deixando uma marca indelével na cena cultural da cidade e inspirando futuras gerações a trilharem o caminho das artes.
História
José Luiz Ribeiro é uma figura admirada e respeitada no cenário cultural de Juiz de Fora. Nascido em 1942, filho de imigrantes portugueses, em 1965, ingressou no curso de Jornalismo na antiga Faculdade de Filosofia e Letras (Fafile), mergulhando assim no mundo do jornalismo e das artes. Durante os anos 1960, época de efervescência cultural e repressão política, ele iniciou sua carreira teatral com o espetáculo “Brasil, espaço 63”, uma produção grandiosa que envolveu mais de 100 atores e encantou o público no Teatro da Casa d’Itália.
Em meio aos desafios políticos e sociais da época, José Luiz e seus colegas de faculdade fundaram o Centro de Estudos Teatrais em 1966, semente do que mais tarde se tornaria o Grupo Divulgação. O GD deu origem a espetáculos notáveis, enfrentando até mesmo a censura da época, como no caso da montagem de “Diário de um Louco”, de Nikolai Gogol, que teve partes proibidas e exigiu silêncio eloquente em cena.
Além de suas contribuições para as artes cênicas, José Luiz também deixou sua marca no jornalismo, trabalhando no Rio de Janeiro e posteriormente como diagramador no Diário Mercantil de Juiz de Fora, onde sua criatividade gráfica levou à criação da Página de Cultura, precursora do Segundo Caderno.
Sua influência se estendeu para além dos palcos e das redações. Como diretor do Departamento de Cultura e Promoções da Prefeitura de Juiz de Fora, organizou os icônicos Festivais de Música Popular na cidade, trazendo artistas renomados como João Nogueira, Alaíde Costa, Milton Nascimento e Clara Nunes. Além disso, propôs a transformação da antiga Faculdade de Direito em um teatro e ponto de cultura, dando origem ao Fórum da Cultura da UFJF em 1972.
Dentro da UFJF, José Luiz expandiu suas atividades, levando o teatro ao público por meio de programas como o Escola de Espectador, oferecendo convites a estudantes de escolas públicas e associações locais. Seus esforços extensionistas também incluíram cursos, oficinas e workshops, enriquecendo a experiência teatral para diversos públicos, incluindo a Terceira Idade.
Fonte: UFJF
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