TAEs da UFJF elegem delegados para Plenária Nacional da Fasubra, dias 15 e 16 de julho

13/07/2023

Trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFJF e do IF Sudeste MG, reunidos em assembleia geral híbrida na manhã de terça, 11,  escolheram as delegadas e delegados que representarão a categoria durante a Plenária Nacional da Fasubra, nos dias 15 e 16 de julho. A assembleia aconteceu no anfiteatro da reitoria e pela plataforma “meet”, sendo conduzida pelos coordenadores gerais Flávio Sereno e Maria Angela Costa e pelo coordenador de Administração e Finanças, Luiz Tegedor. Na ocasião foi referendado o nome de Maria Angela para representar a direção do SINTUFEJUF na Plenária. Com 76,5% dos votos, a chapa Avante terá direito a duas cadeiras, indicando os coordenadores Flávio Sereno e Andréa Ramos. A Tribo, com 23,5%, poderá levar um delegado, indicando o técnico-administrativo Rogério Silva.

Durante a Plenária Nacional será realizado o debate de conjuntura, avaliação da instalação da mesa nacional de negociação e a campanha salarial dos Servidores Públicos Federais (SPF), Programa de Gestão e Desempenho (PGD), aprovação de pontos pendentes do Plano de lutas do Confasubra, entre outros assuntos.

A ordem das chapas inscritas foi estabelecida por sorteio, sendo chapa 1 “Avante”, defendida pelo coordenador Flávio Sereno e chapa 2 “Tribo”, pelo aposentado Rogério Silva. Em sua fala, Flávio destacou que além da conjuntura, a plenária debaterá a Campanha Salarial 2024. Segundo ele, a negociação de 2023 contemplou apenas uma parte da perda salarial dos últimos anos, que conforme cálculo do Fórum das entidades nacionais dos servidores públicos federais (Fonasefe), desde 2013, chega a 53,05% baseado na inflação. “Acho que é importante tentar garantir um acordo em que o governo reconheça essa perda desses 10 anos e que faça um horizonte de recomposição salarial para que a gente possa recuperar o poder de compra que ficou defasado. Fazer com que o governo assine um acordo com a gente que reconheça essa perda, mesmo que a recuperação seja gradual”, afirma. Flávio também destacou as diversas instruções normativas que prejudicam o servidor público e o movimento de luta da categoria, colocando obstáculos para a organização da classe trabalhadora.  “É esse tipo de debate que nós entendemos que é importante que a FASUBRA qualifique nessa interlocução com o governo, porque a gente sabe que determinados tipos de propostas que a gente traz depende de alteração legislativa, portanto, um trâmite no Congresso Nacional que nem sempre é simples. Mas alguns decretos, portarias e instituições normativas que vem nesse último período, nos últimos seis, sete anos, dependem apenas da vontade do governo atual de revogá-las. Então, fazer esse debate da campanha salarial, do  teletrabalho, que também vai acontecer na plenária, é o que a gente está se propondo para representar a categoria”, explica.

Para o aposentado Rogério Silva, tendo em vista que a Fasubra é composta por coletivos, é fundamental a participação de todos os grupos que estiveram presentes no congresso, a fim de dar continuidade e defesa das propostas que foram encaminhadas em Brasília. “Por isso, nosso coletivo está pleiteando também a vaga para participar dessa plenária, porque a luta ainda vai continuar. Não é porque nós temos um governo de esquerda que ele vai resolver todos os nossos problemas. É preciso estar unido e lutando”, afirma. Segundo ele, é necessário construir um calendário de luta para a mobilização da categoria além da mesa de negociação. “Vamos ter que fazer caravana, fazer movimento, fechar reitoria e isso tudo é proposta que o nosso coletivo está defendendo, porque se nós dependermos apenas do governo, não vai acontecer”, opina. Além disso, Rogério destaca a importância de colocar para a nova Direção Nacional da Fasubra a insatisfação com o formato do XXIV Confasubra. 

Delegação do SINTUFEJUF faz relato sobre o XXIV Confasubra

A assembleia teve início com o relato das delegadas e delegados que participaram do XXIV Confasubra. Todos os relatos parabenizaram a eleição do coordenador Flávio Sereno na Direção Nacional da Fasubra. 

O técnico-administrativo aposentado, Rogério Silva destacou a relevância dos debates nos grupos de trabalho, mas lamentou que as pautas tenham ficado para a discussão com a nova gestão da Fasubra eleita no congresso. O aposentado criticou também a não realização do Encontro de Negras e Negros. “A gente está vendo tanta discriminação acontecendo e essa luta é de todos. Não é só da pessoa que se declara negra. A pessoa não negra também deve entrar nesse debate, nesse contexto, para estar construindo uma sociedade legal e justa para todos nós”, opina. Entre os pontos positivos, ele destacou a retomada do Grupo de Trabalho (GT) Carreira Nacional e dos GTs locais. Para ele, o resgate da carreira das trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação é fundamental para ser debatida nas mesas de negociação com o governo. 

Também delegado do XXIV Confasubra, o coordenador Luiz Tegedor expôs que o congresso teve como objetivo renovar a direção da Fasubra, realizar as reformas estatutárias e discutir o Plano de Lutas. Segundo ele, alguns temas encontraram dificuldades em serem debatidos, mas em outros foi possível estabelecer um consenso. Em relação ao debate sobre carreira, Luiz criticou a tentativa de obstruir a discussão dentro do grupo de trabalho que participou. Para ele, houve também uma desestruturação nas lutas que permeiam a categoria, como a luta das mulheres e a luta antirracista. “A gente conseguiu aprovar que se faça uma lista desses debates no primeiro ano. No segundo ano, organizam-se reuniões regionais sobre esses debates e que se faça a política, os encontros e que no último ano, se monitore a política, o que foi feito, o que aconteceu desses debates”, explica. 

Para o aposentado Heronides Meireles é preciso construir um Congresso sem fins eleitorais, para não prejudicar o debate político. Ele criticou ainda a infraestrutura exagerada e inadequada do XXIV Confasubra. Em relação ao contexto político, Heronides acredita que os grupos de trabalho deveriam ser realizados em mais tempo para contribuir melhor com a evolução do debate. Entre os aspectos positivos, ele elogiou o contato com os parlamentares. “Foi fundamental a presença de todos de vários partidos, como do Partido do Trabalhador, do PSOL, do PC, do PDT e outros companheiros que tiveram lá presente na nossa plenária”, afirma.

Participando pela primeira vez do congresso, o técnico-administrativo Ivan Bilheiro lembrou que foram apresentadas dez teses no XXIV Confasubra. “Isto é, documentos em que os grupos políticos representados na Fasubra apresentam seus posicionamentos sobre os diversos temas que vão ser debatidos”, explica. Durante o congresso, esses grupos se articulam para formar chapas para concorrerem à eleição da nova Direção Nacional. Nesse sentido, o TAE percebeu um exagero na “politicagem” que envolve o congresso. “As falas já indicam que o CONFASUBRA e a Federação não são feitas, ou não se dizem feitas, de sindicatos, mas de grupos políticos, de correntes. Isso não é bom”, lamenta. Segundo ele, essa mesma “politicagem” fez com que a  mesa da plenária final atropelasse boa parte dos debates e de forma autoritária deixasse de lado a representação democrática dos delegados presentes. “De toda maneira, como resultado muito válido de um ato inadequado da mesa, nós tivemos a reativação do GT de carreira, que é muito bom para todos nós, e o nosso GT Carreira Local está de parabéns porque tem avançado muito nos debates e tem tido boa participação no debate nacional”, destaca. 

A coordenadora geral do SINTUFEJUF, Maria Angela Costa, resgatou sua atuação na Direção Nacional, assim como o histórico de representação de Juiz de Fora na coordenação da Fasubra desde sua fundação. “Por duas vezes aqui em Juiz de Fora, a gente teve dois dirigentes. Uma vez fui eu e o Marcelo, e a outra vez, eu e o Flávio Sereno. E ainda com uma característica que nessas duas vezes em que tivemos dois diretores, ser uma mulher”, destaca. A coordenadora criticou a falta de democracia no congresso que não permitiu uma atuação com amplitude da categoria nos debates e discussões, não havendo espaço para as falas. “A mesa que estava composta lá no Confasubra foi muito dura. Foi uma mesa assim que não deixava ninguém falar, sabe? Foi tudo muito contadinho. E não sabíamos que aquele formato ia ser assim. Então ficou essa sensação de autoritarismo”, lamenta.

Participando de seu terceiro congresso, o coordenador de Comunicação Felipe Santos compreende as críticas dos companheiros. “Eu percebo esse formato já há três edições, não vejo que mudou muita coisa. Eu sempre percebi que o formato do Confasubra não possibilita o debate do zero. Não há tempo hábil. Ele não é feito para isso, as pessoas geralmente já vão fechadas com uma tese e aí você vai lá para poder aparar as arestas”, explica. Segundo ele, há pessoas de todo o país no congresso, com as mais diversas bandeiras políticas e causas a serem defendidas. Deste modo, os problemas não estão relacionados à proposta de formato, são orgânicos, relacionados à estrutura da vida política brasileira. “Então, para mudar a estrutura sindical, a gente precisa arregaçar as mangas e mudar a estrutura da vida, de como é a vida política do país. Porque a gente vê que as pessoas estão desmobilizadas, depois da pandemia, então piorou ainda mais. A gente está precisando de gente disposta, gente diversa, de todos os cantos, de todas as etnias, de todas as culturas e gêneros. De gente disposta para poder fazer essa diferença.”, opina.

A aposentada Rosangela Frizzero relembrou sua atuação no Conselho Fiscal da Fasubra por dois mandatos. Ela também criticou o direcionamento do congresso que impedia os participantes de se expressarem. Para ela, o Confasubra deveria ter pelo menos três dias de debate político. “Infelizmente o Congresso é eleitoral. E não adianta a gente ter a convicção que os grupos políticos vão acabar que não vão não. Isso aí é ilusão. Os grupos políticos vão ter sempre. E chegando no congresso, se juntam pra um ter mais força que o outro, pra fazer mais diretor”, lamenta.

Para Flávio Sereno, tanto as críticas quanto os elogios dos companheiros que antecederam sua fala, reforçam o que ocorre em todo Confasubra. “É da dinâmica política esses entraves e esses avanços que a gente passa no Congresso. Mas o que eu noto e está presente há muito tempo nos nossos debates aqui, é que a FASUBRA precisa funcionar enquanto uma federação de sindicatos”, opina. Segundo ele, embora tenha ocorrido um debate rico sobre carreira nos grupos de trabalho, a discussão foi interditada na plenária geral. O coordenador lamentou a ausência de debate também sobre teletrabalho, dimensionamento políticas de enfrentamento ao assédio dentro das instituições a fim de compartilhar experiências boas e ruins de outros sindicatos sobre esses e outros temas. “Precisamos criar um sistema de funcionamento, enquanto federação de sindicatos, no qual o debate local possa subir e subsidiar o debate nacional em cada um desses temas que a gente entende como pertinente. Neste momento estamos saindo de um governo que queria destruir a gente, para um governo que está com uma mesa aberta de negociação. Insisto, não vai ser fácil, não vai ser simples, já passamos por governos desse perfil em outros momentos, mas a gente precisa qualificar esse debate. Parte disso foi feita no Congresso, outra parte não, mas é do processo político, que a gente deve trabalhar para melhorar essas questões “, opina.

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