1° DE MAIO: DIA DO TRABALHADOR É DIA DE LUTA!

27/04/2018

O Dia do/a Trabalhador/a, 1° de maio, é internacionalmente marcado pelas lutas da classe trabalhadora ao longo da história. Sua origem está ligada à greve geral de 1886, em Chicago, quando milhares de operários esvaziaram as fábricas e foram às ruas pedir “8h de trabalho, 8h de repouso, 8h de educação”. Na ocasião 7 líderes sindicais foram presos e condenados à forca e dezenas de trabalhadores foram mortos pela polícia ou guardas das fábricas durante protestos. Depois disso a Segunda Internacional, organização que reunia trabalhadores de todo o mundo, elegeu o 1° de maio como um dia de luta: o Dia do trabalhador! No Brasil as mobilizações na data começam em Santos, em 1890, em defesa da jornada de trabalho de 8h, mas se espalham por todo o país.

Ao perguntar aos TAEs da UFJF e do IF Sudeste MG o que eles desejam à classe trabalhadora nesse 1° de maio de 2018 a maioria nos respondeu: reconhecimento e união. As servidoras e servidores técnico-administrativos em educação por vezes estão invisíveis em seus postos de trabalho, mas são essenciais para o pleno funcionamento da Universidade. O atual cenário político brasileiro, ao investir na ampliação da terceirização e o sucateamento dos serviços públicos, contribui ainda mais para a desvalorização desses trabalhadores. A categoria, porém, responde à altura, através da luta e da união! Conheça agora alguns dos personagens que mantém viva a história da UFJF, do IF Sudeste MG, do Sintufejuf e das lutas da classe trabalhadora brasileira:

Marlene Ribeiro | Aposentada

 

Trabalhadora do laboratório do Hospital Universitário (HU), hoje aposentada, conta com orgulho que seu trabalho não só contribui para a sociedade como também a fortalece. “Para mim era uma realização atender os pacientes com carinho e atenção”, conta Marlene. Mesmo precisando lidar com situações das mais delicadas e pacientes das mais diversas idades, Marlene diz que “foi um trabalho que me fortaleceu, por eu poder ajudar as pessoas”.

Hoje, aposentada, ela afirma que as despesas, especialmente com medicação, estão sendo maiores do que, em geral, os aposentados podem pagar e isso é um exemplo de como a categoria vem perdendo direitos. Segundo ela, “tem que haver união para a gente tentar virar o jogo”, por isso deseja à classe trabalhadora dias melhores.

João Francisco de Freitas | Aposentado

Sertanejo, violeiro e lutador: Sr. João nasceu em Santa Cruz (RN) e começou a trabalhar na UFJF em 1982, na Segurança. “É um trabalho que eu tenho muito orgulho, trabalhava dia e noite na Universidade”, conta Sr. João. Ele ajudou a construir Brasília, foi garimpeiro e diz que sempre andou pelo Brasil inteiro sem ter rumo. Conta que se sindicalizou logo que o Sindicato foi criado e que foi no Sintufejuf onde construiu uma família.

Certa vez teve a oportunidade de voltar a Santa Cruz, para um encontro de vigilantes, depois de 40 anos longe da sua terra. “Eu desci do ônibus e beijei o chão”, conta ele, exibindo com orgulho a foto no santuário de Santa Rita de Cássia. “Hoje eu sinto muito pelo meu povo, principalmente pelo meu povo nordestino. Sempre fomos escravos”, diz Sr. João. Outra lembrança que carrega no peito é a medalha do 4º Encontro Nacional de Aposentados da FASUBRA. “Com essa medalha aqui eu tiro morador da rua”, diz Sr. João contando que encontra muitos trabalhadores em situação de rua e tenta ajudá-los. Não por acaso seu desejo à classe trabalhadora pôde ser resumido em uma palavra: emprego.

Alessandra Efrem | Psicóloga – Apoio Estudantil do Campus Avançado da UFJF em Governador Valadares

Trabalhar com as políticas de assistência ao estudante é de fundamental importância para a comunidade acadêmica e Alessandra afirma que também é fonte constante de realização de vínculos humanos, “que geram não somente o prazer da sensação de pertencimento, mas também de aperfeiçoamento profissional”. Segundo ela, estamos numa época em que o capital se apropriou do Estado, espalhando políticas que esmagam a classe trabalhadora. Sendo assim, “a luta coletiva é a única forma de fazer frente a esse projeto”, afirma Alessandra. Ela cita algumas palavras de Bertolt Brecht, poeta alemão do século XX, para ilustrar seu desejo à classe trabalhadora nesse momento:

“Do rio que tudo arrasta

se diz que é violento.

Mas ninguém diz

violentas as margens

que o comprimem”.

Sandro Vieira Teófilo | Técnico em assuntos educacionais – Reitoria do IF Sudeste MG

 

 

Sandro trabalha diretamente com a organização do ensino. Legislação de regulação do ensino, afastamento de estudantes, normativas, orientações para o ensino técnico e superior. Um trabalho importante para o pleno funcionamento dos cursos do Instituto. Mas além da relevância coletiva, ele ressalta a importância pessoal que o trabalho tem, quando se está inserido em um modelo de sociedade capitalista. “Não existe outro mecanismo legítimo de inserção nesse modelo, embora eu seja contra essa forma de organização social”, afirma Sandro. Atualmente os trabalhadores técnico-administrativos em educação (TAEs) do IF Sudeste MG se encontram em greve, em luta pela jornada de trabalho flexibilizada. Sandro ressalta a importância da luta organizada da categoria nesse momento e vai além: “A gente está lutando contra esse sistema que quer de fato extinguir e por um fim à função sindical”, diz Sandro ao relembrar lutas importantes da classe trabalhadora, como a jornada de trabalho de 8h diárias e o 13º salário. E complementa afirmando que é através de “toda essa movimentação que a gente consegue lutar de alguma forma contra esse sistema que o tempo todo quer nos explorar”. Seu desejo à classe trabalhadora recupera algo essencial para que existam condições de permanecer na luta: dignidade.

 

 

Ana trabalha com as pessoas que estão em quadros clínicos especiais. Lida diretamente com as vacinas, tão temidas para alguns e tão importantes para a vida destes que são encaminhados para seu setor. “Me faz sentir útil tanto para a comunidade quanto para minha família”, afirma Ana.

A saúde é uma das principais preocupações da classe trabalhadora hoje. Especialmente diante do cenário político de desmonte dos serviços públicos, que muito impacta servidores do HU. Ana diz que, nesse cenário, “é muito importante a gente estar engajado nas lutas” e deseja que a categoria consiga melhorar suas condições de vida e trabalho. “Espero que a gente consiga trabalhar pensando em um futuro melhor”, afirma Ana.

 

Thiago Nery Teixeira | Analista de Tecnologia da Informação – Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO)

 

 

 

 

 

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